quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Acordei com uma saudade do mar, uma vontade louca de ficar na água salgada, horas e mais horas, o calorzinho do sol me queimando o couro, aquela preguicinha litorânea, aquela cervejinha esquentando na mão.
Pegar jacaré, ai que saudade de pegar jacaré!! Pego muito bem, por sinal. Uma jacarezeira de primeira.
E o frescobol? Adoro frescobol na praia!
Uma vez eu estava em Boissucanga e encontrei um advogado de São Paulo que mandava muito bem no esporte e fiquei horas jogando com o moço. Frescobol arte. No outro dia, nem a cabeça eu conseguia levantar do colchão, absolutamente todos os meus músculos doíam, mas eu estava feliz, toda requenguela, mas feliz.
Quando, meu Pai, quando eu vou poder voltar a ser chamada de Morena em vez de Clarinha Meio Bege?? E em imaginar que eu já fui rata de praia, que chegava cedo, sete da manhã,para pegar a virada da maré, a praia vazia, conhecia as correntes, os lugares perigosos, fazia parte da turma que entrava em qualquer mar, mas sabia reconhecer quando o dia não era para se aventurar e , respeitosos, ficávamos na areia vendo a fúria da mãe Natureza.
Ai, que saudade do mar...que saudade de lavar minha cabeça e dizer ÔDÔIÁ pra Iemanjá, de fazer uma oração sentindo o vento batendo nos cabelos, pedir a benção da Mãe D"água, dizer leva, minha mãe, leva tudo de ruim para longe, lava a minha alma, limpa a minha mente, me acuda, minha mãe...
Ai, que saudade do mar, meu Deus...que saudade de ver o sol nascendo por sobre a água prateada, de andar na areia, loongas caminhadas ao sol, de olhar o céu e rir sem razão....
Ai, saudade de mar dói também.
To de banzo...

3 comentários:

Anônimo disse...

Como dói mesmo essa saudade. Um entardecer no Arpoador. Um caminhar do Leme ao Leblon. Uma cerveja gelada no mirante da Niemeyer. Um se largar no calçadão. Saudade também...
Cuide-se.
Ronaldo Faria

Anônimo disse...

Tatiana tá de "banzo"...crise de saudades da praia...deve ser isso. Ou será do jacaré?rs

Anônimo disse...

Banzo é uma saudade tão cheia de dor que vira doença. Era o que os africanos trazidos como escravos sentiam quando chegavam aqui - saudade de casa.

Deve ser por isso que a minha mãe não se acostuma com Manaus, mesmo depois de 20 anos. Saudade do mar.