Acordei com uma saudade do mar, uma vontade louca de ficar na água salgada, horas e mais horas, o calorzinho do sol me queimando o couro, aquela preguicinha litorânea, aquela cervejinha esquentando na mão.
Pegar jacaré, ai que saudade de pegar jacaré!! Pego muito bem, por sinal. Uma jacarezeira de primeira.
E o frescobol? Adoro frescobol na praia!
Uma vez eu estava em Boissucanga e encontrei um advogado de São Paulo que mandava muito bem no esporte e fiquei horas jogando com o moço. Frescobol arte. No outro dia, nem a cabeça eu conseguia levantar do colchão, absolutamente todos os meus músculos doíam, mas eu estava feliz, toda requenguela, mas feliz.
Quando, meu Pai, quando eu vou poder voltar a ser chamada de Morena em vez de Clarinha Meio Bege?? E em imaginar que eu já fui rata de praia, que chegava cedo, sete da manhã,para pegar a virada da maré, a praia vazia, conhecia as correntes, os lugares perigosos, fazia parte da turma que entrava em qualquer mar, mas sabia reconhecer quando o dia não era para se aventurar e , respeitosos, ficávamos na areia vendo a fúria da mãe Natureza.
Ai, que saudade do mar...que saudade de lavar minha cabeça e dizer ÔDÔIÁ pra Iemanjá, de fazer uma oração sentindo o vento batendo nos cabelos, pedir a benção da Mãe D"água, dizer leva, minha mãe, leva tudo de ruim para longe, lava a minha alma, limpa a minha mente, me acuda, minha mãe...
Ai, que saudade do mar, meu Deus...que saudade de ver o sol nascendo por sobre a água prateada, de andar na areia, loongas caminhadas ao sol, de olhar o céu e rir sem razão....
Ai, saudade de mar dói também.
To de banzo...
3 comentários:
Como dói mesmo essa saudade. Um entardecer no Arpoador. Um caminhar do Leme ao Leblon. Uma cerveja gelada no mirante da Niemeyer. Um se largar no calçadão. Saudade também...
Cuide-se.
Ronaldo Faria
Tatiana tá de "banzo"...crise de saudades da praia...deve ser isso. Ou será do jacaré?rs
Banzo é uma saudade tão cheia de dor que vira doença. Era o que os africanos trazidos como escravos sentiam quando chegavam aqui - saudade de casa.
Deve ser por isso que a minha mãe não se acostuma com Manaus, mesmo depois de 20 anos. Saudade do mar.
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