sábado, 21 de março de 2009

Os bons velhos tempos

Ontem pude mostrar a um amigo que meu péssimo humor e revolta não é à toa.
Tinha uma festa de aniversário de uma grande amiga e fomos juntos. Meu amigo chegava a suspirar. Um mar de mulher. Mulher de todo jeito. Alta, baixa, salto, rasteirinha, bata, jeans, saia. Mulher saindo pra todo lado. A cada minuto ele se dizia amando. A cada minuto ele via uma dessas moças agarrando outra moça.
Realmente o mundo está confuso. Antigamente você sabia que uma moça era gay porque ela usava uma pochete, um coturninho 35, um camisão branco com um cinto largo, dava uma coçadinha nas partes, uma escarradinha, qualquer coisa já ajudava. Mas a coisa mudou, os temps mudaram. Sinais, meu bem, cadê os sinais? Sumiram com todos os sinais. Assim fica difícil.
A gente tem que ficar atento pra sacar as coisas caso o amor não esteja no ar e todo mundo fique se pegando.
Recebi uma aula de como identificar a nova mulher gay. Vestido não é mais referencia pra nada. Um monte de moça gay usa vestido, pinta a unha de vermelho e dá gritinho besta. Mas um maço de cigarro no bolso de trás da calça pode ser um indício. Anel no dedão tambem é um bom sinalizador. Aquele cabelinho curtinho, meio fashion pode enganar então não dá pra confiar.
Saudade dos velhos tempos, meu povo. Saudade do tempo que homem era homem, viado era viado, mocinha delicada era mocinha delicada e sapatão tinha cara de caminhoneiro. Passou esse tempo.
Agora é tudo confuso, tudo estranho.
Meu amigo ria de nervoso, coitado.
E eu dizia a ele:
-Tá vendo, meu filho? É exatamente assim que eu me sinto em boate gay. Um monte de homem lindo se agarrando e a gente é um nabo, um pé de alface meio murcho, a gente é a bisteca em festa de vegetariano, a gente é o cachorro olhando a frango assado na vitrine. É, meu querido. Junte-se a mim nessa merda.
E ficamos os dois morrendo de rir, como dois abestalhados.
Foi realmente ótimo.

Fica aqui meu protesto.
Se você é gay dá pra fazer o favor de sinalizar? Se for homem, uma sobrancelha limpinha, uma peça de roupa moderninha, um depilação nas costas, um gritinho fresco na hora do susto, um medo de barata, de raio, uma base na unha, uma preferência por musical, uma camisa da Madonna, um jeitinho de dançar, qualquer coisa dessas já ajuda muito porque, meu povo, este mundo tá é muito estranho.
Se você é mulher, dá pra usar uma pochetinha? Uma faca enfiada na parte de trás da calça? Uma camisa do fã clube da Zélia Duncan? Um meião do Corínthians? Um brochinho em forma de perereca?

É..tá realmente muito foda esse novo mundo.
Carmelitas Descalça é a solução, eu sempre digo e niguém acredita!

3 comentários:

N. Calimeris disse...

O luto foi simbólico. Aqueles vultos que assomam e, de repente, por pior que seja, a gente deixa morrer e quando vê, sente falta. Mas, foi bom. Senti um pouco de medo mas já tá passando. Obrigada! Bom ser lida por alguém especial.

Regina Bui disse...

Eu sinalizei!!!!!

Claudia Lyra disse...

Pior, Tatiana, é quando tu tá num grupo de homens gays dançando feliz, fazendo coreografias sensuais, pole dance inclusive, porque, afinal, todo mundo ali é gay, são como amigas, e, de repente, um deles - bem lindo, bem olho azul, bem fortinho, bem completamente fashion - começa a te beijar. E o dito é gostoooosoooo que o raio. Ai, poutaquelospariu, viu!