terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Meu amor, meu bem, meu pimpolho
Queria ser muitas para estar em todos os lugares. Ter várias mãos pra te dar todos os afagos, alisar todos os cabelos. Queria ser só coração e você poder correr por dentro de mim, cavalgando seus sonhos que eu abençôo.
Meu pequeno, meu pedacinho de mim, meu espelho torto.
Lá vai você por seus caminhos, escolhendo nas encruzilhadas, se sujando todo do pó da vida. E eu aqui, aprendendo a velha arte da oração, a sabedoria única que só as mães têm.
Me fará falta em cada manhã. Em cada meio de tarde quando te obrigo a se entregar às delícias das águas e você finge que não quer. Em cada refeição brigada para que coma os coloridos e prove os novos sabores. A vida éisso, meu amor, uma eterna prova de novos sabores. Prove a vida todinha! Sorva o ar novo, mastigue todas as sensações. Se arrisque! Se jogue! Viva!
Me faltará em cada pedacinhjo de madrugada quando vou, pé ante pé, na cabeceira de sua cama só pra te olhar e sentir seu cheiro.
Ai, meu pequeno corsário, virei porto em sua vida. Eu hoje sou pirata e porto em uma única pessoa.
Minhas bandeiras todas tremulam, meu farol é forte e meu chão é firme só pra te dar o norte, caso queira um norte.
Meu bebe gigante.
Meu pequeno grande homem.
Meu filho querido.
Sofro com cada pedacinho de mim.
Choro seca como as nordestinas velhas.
Canto um canto triste de saudade e falta. Uma ema gigante e descabelada.
Sou uma rinoceronte brava batendo nas cercas.
Tome pra você minha história. Tome pra você a minha espada, a minha linha e agulha, meu violão, meu nariz de palhaço, meu álbum de fotos. Tome e escolha o que fazer com isso.
O dia cinzento é a pele de minha emoção mas eu sei que daqui a pouco tudo se ilumina outra vez.
O tempo e o espaço é a nossa ilusão.
Meu amor é a única coisa palpável e sólida.
Contrua seu castelo com as rochas do meu coração e viva rodeado de amor, mas nuna se esqueça que ninguém vive sem pontes. Faça as suas pontes com cuidado e carinho.
De sua mãe que agora chora mansamente, como um peru na véspera do Natal.

Um comentário:

N. Calimeris disse...

Meu Deus do céu! Acho que entendi porque ando magoada, morrendo. Filho enche o saco quando está junto, mas, quando parte um pedacinho parece que falta tudo! Obrigada.