sábado, 20 de setembro de 2008

as voltas que a vida dá

Dizem que os taurinos não gostam de mudança.
Então é esse meu ascendente em gêmeos que faz a diferença em mim.
Eu gosto sim! Gosto de ver a roda da vida girando, gosto de perceber que as coisas estão em constante mutação, que nada fica do mesmo jeitinho a vida toda.
Seria um tédio se fosse assim.

Ontem voltei pra tocar em Holambra. A última vez que fui lá foi realmente difícil. Muito mesmo. Nem sei como consegui seguir a noite porque minha garganta fechava, meus olhos molhavam, minha voz embargava. Posso dizer que foi a cantoria mais custosa de toda a minha e saí de lá exausta pelo esforço de concluir aquele trabalho.
Ali, naquela noite, eu tomei uma das decisões mais sérias e definitivas de minha vida.
Ontem lá estava eu outra vez. Na estrada eu vinha pensando no meu futuro e nas coisas que eu quero fazer. Meus pensamentos não estavam lá atrás e sim lá na frente, no que estava por vir.
Entrei no bar, arrumei o som, comecei a tocar, eu e meu violão.
Cantava sorrindo como uma maluca e na verdade eu pensava nisso, na volta que o mundo dá, na rapidez das coisas e na minha capacidade de regeneração. Cantava sorrindo no mesmo lugar que a dois meses eu cantei chorando.

A roda da vida girou e me mandou pro alto. Lá pro alto. Muito mais alto do que eu imaginava.
Não me arrependo de nenhuma decisão que tomei.
Não me arrependo de nenhuma atitude que tomei.
Não me arrependo de nada.
Isso me permite seguir muito mais leve, muito mais rápido, muito mais inteira. Me permite ir mesmo.
Quando eu chego em casa e me deito pra dormir não tenho aquela sensação incômoda de que está alguma coisa errada, alguma coisa fora do lugar, alguma coisa faltando.
Nada está errado. Nada está fora de seu devido lugar.
A certeza que as mudanças não param me ajuda a entender minha própria vida e meus próprios anseios.
A certeza que minha decisão, tão antiga, de escolher o caminho da ética e da verdade tem seu preço mas dá um puta de um prêmio.
A roda pode girar mil vezes, como eu sei que girará, mas algumas coisas estarão sempre comigo e ninguém, nem nada pode tirar de mim: coragem, honestidade, ética, verdade e entusiasmo.
Isso é meu e foi construído com muito esforço.
E é a alavanca da minha roda da vida que não pára de girar.

Um comentário:

Marina F. disse...

é isso aí, minha amiga.
porreta demais, como sempre.
vamos que vamos!