Canção achada

Vasculhando minhas pastas de músicas achei essa canção que já fiz a alguns anos com Catina Deluna.
Ouvi outra vez com mais calma, com aquele ouvido de quem está diante de alguma coisa nova.
Me lembro do que eu vivia naquela época, me lembro exatamente como essa canção nasceu. Catina veio em casa, muita conversa sobre namoros que não tinham dado certo, muita risada regada a café fresco. Tinha um teclado em casa, ligamos tudo, Catina dedilhando despreocupadamente, começamos a brincar com algumas melodias e ela foi embora e eu fiquei com aquela melodia para colocar letra. Me lembro que passava o seriado Casa das Setes Mulheres e eu estava mergulhada naquela emoção que se via na mini-série, além de minha própria história pessoal e a da Catina que tínhamos conversado antes.
Fim. Uma época de muitos fins e de muito sofrimento. Muitas lágrimas, muita saudade, muita falta. E muito, muito medo do que vinha a seguir.
Mas a grande vantagem de saber compor é poder exorcizar seus demônios íntimos e transformar a sensação dolorida em poesia e lirismo. Parece que se quebra a maldição da dor quando se devolve ao mundo tudo isso de uma forma bela.
Eu me libertei. Minha parceira nessa canção também.
Mas ficou a obra e isso sim vale lembrar.
Com vocês, a canção TRISTE, minha e de Catina. Eu cantando e tocando meu violão.
Eu acho que a versão no piano é mais bonita mas essa eu perdi mesmo.