domingo, 15 de junho de 2008

Jamelão

Sabe aquela emoção que bate quando ouvimos o hino nacional em premiação de Olimpíadas?
Eu sinto isso! Uma emoção patriótica, um choro emocionado quase saltando pra fora, uma pitadinha de vergonha por se emocionar assim.
Hoje eu ouvi uma bateria de escola de samba e senti a mesma emoção. Uma bateria minúscula, dois surdos, repinique, duas caixas e um tamborim. Tudo branquelo tocando! Um minuto de percussão em homenagem a Jamelão que morreu ontem.
Achei aquilo tão lindo, tão nosso, tão Brasil! O som da bateria de uma escola de samba é tão hino quando o nosso famoso"ouviram do Ipiranga". Aquela bateria modesta, tão orgulhosa, cheia de moços e moças, tudo com cara de italiano, aquilo ali é o som do meu país. Puxa vida, lindo demais isso. Lindo demais ver uma moçada ali, assumindo a responsabilidade de perpetuar nosso hino, nosso som mais brasileiro.
Sim. Quase chorei.
Sorri, feliz, quando vi o único sambista da pequenina escola de samba. Um mulato de sapato e chapéu branco, um mínimo bigodinho, bem no estilo dos anos cinquenta, sambando cheio de malandragem. Ali, na minha frente, eu via o verdadeiro malandro sambista, eu vi todos os malandros cantados pelos pais do samba, eu vi o Zé Pelintra sambador mais lindo de toda a minha vida. Verdadeiro, genuinamente encorporado no samba sacana do mulato. Autêntico.
Me despedi de Jamelão assim. Um misto de emoção chorosa com um sorriso encantado do sambista malandro.
Me despedi com estilo.

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