domingo, 2 de março de 2008

Balada paulistana

Um sábado sem trabalho!
Coisa rara mesmo e não dá para desperdiçar assim.
Lá fomos nós para Sampa.
Primeiro visitei um grande querido, amigo que conheci pelos caminhos da internet, virou amigo, parceiro, aí fizemos uma música para sua namorada que virou a " nossa" musa e ontem eu fui conhecer a sua casa e acabei assistindo o espetáculo que ele faz parte.
Adorei! Se parasse aí a minha farra, já estava bom! Cris, valeu!
Mas não tinha acabado. Me vi em uma pista de dança meio vazia e esfumaçada, uma música eletrônica medonha e com um copo de cerveja quente em minha mão. Como já disse aqui algumas vezes, eu acho música ruim uma sucursal do inferno. Eu estava em uma.
Minha querida auxiliar em assuntos baladísticos paulistanos, minha amiga que é atriz, jornalista, escritora, blogueira, mãe, parceira e notívaga, Marina, resolveu nos levar a um bar minúsculo lá na Vila Madalena: o Bar do Cidão.
Chegamos lá quase as duas da matina! Ainda tem samba? Ah, é só o intervalo? Então a gente vai.
Imagine um corredor grande cheio de mesa. Era assim o bar. Um sambista da antigas, cabelo branco, tocando violão ( e uma mão direita muito boa) chamado de Valtinho e um outro coroa na timba.
Foi um inferno conseguir uma mesa, mas conseguimos e era a exatamente ao lado dos músicos.
Assim que o Valtinho passou por nossa mesa, olhou para Marina e disse:
-Paulinha, minha querida, já já te chamo para cantar.
(???) Beijou a mão e tudo!
Marina, elegante como é, concordou e nós ficamos rindo sem parar com esta história de Paulinha. Quem era a tal Paulinha que dava canja ali e que o tiozão do samba tinha confundido?
Determinado momento ele chama para dar uma canja. Chamou no microfone.
-Vem Paulinha!
E a Marina desenvolvendo um tom de pele que se aproximava ao rosa profundo e o vermelho-salmão e apontando para mim e dizendo que eu é que cantava.
Aí o povo todo do bar começou a berrar:
-Paulinha! Paulinha!
E eu percebi que eu tinha virado Paulinha!
E fui lá, cantei um monte de samba antigo, Assis Valente, Geraldo Pereira, Baden e por aí foi.
O povo todo batendo palma para a tal cantora que surgiu do nada ( essa aqui que conta a história ), que se chamava Paulinha e que tinha uma amiga que também se chamava Paulinha, mas que na verdade era Marina, mas o pobre do sambista não percebeu a confusão que ele fez.
Ugo e Marina berravam também " dá-lhe Paulinha!", " arrasou, Paulinha!", " Paulinha! Paulinha! Paulinha!
E o pior! A verdadeira Paulinha, aquela que o coitado confundiu estava no bar dando uns amassos em um cara e nem percebeu porra nenhuma. Ou acreditou que OUTRA Paulinha estava no bar.
Dei até meu número de telefone. Com o nome de Paulinha, é claro.
Ó, só em Sampa e com a Marina que estas coisas acontecem.
Afe...eu adoro isso.

3 comentários:

Cristiano Gouveia disse...

A Casa esta sempre de portas abertas, com esse seu casal de amigos te esperando, juntamente com o rebento que esta por vir por estas bandas de cá...

Huckleberry Friend disse...

Não conheço São Paulo, mas, ao ler este texto, alguma coisa acontece no meu coração...

Claudia Lyra disse...

Maluca, isso foi muito doido!Caraca, morro de rir contigo...