segunda-feira, 2 de julho de 2007

Carta da minha mãe

" Capão, 12 de junho de 2007

Querida Tati
Como vão todos por aí? Aqui tudo bem, muita montanha, muito mato, muita cachoeira. A diversão por aqui é fazer trilha e visitar cachoeira. Tem trilhas que as pessoas chegam a caminhar oito horas e elas acham ótimo. Eu não tenho tanta disposição e vontade para andar tanto. E o medo de cobra é tanto que tudo que bate em minha perna eu já estou gritando e assustando todos que estão por perto. O medo é tanto que acho que estou atraindo as criaturas, essa é a sensação que passa.
Eu estava sozinha. Almocei e fui até o quintal fumar. Aí me deparei com uma cobra enorme, acho que tinha mais de um metro e meio de comprimento, preta com listras amarelas. O susto foi tão grande, meu grito foi tão enorme que a cobra se assustou, me deu um bote e me atacou.Eu estava de saia, foi a minha sorte porque se estivesse de bermuda ela tinha conseguido me picar. Aí eu dei um pulo para trás, tropecei no degrau, caí na cozinha, bati com a cabeça no fogão e me ralei toda. Foi um susto e tanto! E a filha da mãe entrou no mato toda faceira. Nem correu.
Coisas de Capão.
Estou meditando muito e a energia do lugar é muito boa. A gente se sente muito mais leve e tranquila, vida de despreocupação, só felicidade e paz na alma."

Essa é minha mãe.
Estou pensando seriamente em me mudar para o Capão, na Chapada Diamantina.
Eu não tenho medo de cobra e adoro caminhar.
Lá não tem internet. Aliás, nem banco, nem correio. Capão tem mato, cachoeira, trilha, cobra , minha mãe e minha irmã.
Vou me embora pro Capão. Lá sou amiga do Rei.
E o pior é que eu bem que posso ir mesmo.
Ai ai
Não ajeite a minha vida aqui não que eu me pico pro Capão, no meio da Chapada Diamantina, virou meditadora profissional e fico por lá, até ficar cheia de pelancas e rugas. Posso também fazere chocolates batizados com chá de cogumelos ou, talvez, não sei ainda, brownie de maconha sem agrotoxicos. Seria um sucesso, tenho certeza.
Tá me ouvindo?
Se não der um jeito logo em minha vida, ponho os cachorros,as plantas, as tralhas todas, Matheus, todos meus cristais, meus violões, meus cd's, meus livros e nada mais e vou me embora pro Capão, hein?

6 comentários:

Anônimo disse...

Me pico pra Capão!
Saudades,
Falso baiano.

Lord Broken Pottery disse...

Tati,
Às vezes também tenho dessas vontades. Um lugar computador, para eu poder ficar escrevendo o dia inteiro.
Beijão

Anônimo disse...

Livros e cds,cachorros, filhos, ok!
Mas com seu temperamento é necessário levar algum bofe estepe. rs...
E um que não faça jus ao nome do lugar.

Claudia Lyra disse...

Ai, Tati, não estou em Capão, mas fiquei sem computador, internet e afins. E estou quase tendo um treco!!!!

Menina,morri de rir com seus posts passados. Grande novidade,você sempre me desperta choros compulsivos ou afrouxos de risos. Adoro vir aqui!

Anônimo disse...

Meu filho, se eu fosse você, faria isso correndo!!!!
Não se mexe com mulher decidida! :)

Vivien Morgato : disse...

Eu quero ouvir grilinhos, eu quero ouvir buzina. Não me decido, mulher de gêmeos é uma coisa.