quinta-feira, 19 de julho de 2007

as aventuras de uma quarentona

Eu não tenho saco para cozinhar só para mim, uma preguiça do cacete, e a gente pode ficar algumas longas horas só com café e cigarro.
Quando deu três horas da tarde eu decido que era hora de comer alguma coisa.
Aproveitando a fome com a vontade de comer , fui ao shopping onde o mocinho, aquele de vinte e um aninhos, trabalha para fazer uma boquinha e alegrar meu olhar.
Comemos juntos um imenso sanduiche com direito a batatinhas, refrigerante de meio litro, tortinha de maçã, conversa, risada, meus intintos maternos querendo sair pela boca e e em enfiando eles boca a dentro outra vez. Deixa pra lá que tá frio e o coitadinho não tem blusa de frio porque veio de um lugar quente. Tá tossindo, tadinho. Não quero nem saber da tosse dele. Foda isso. Controlar a vontade de colocar no colo e fazer uta, uta, uta. Ainda bem que é imenso e minha mente consegue se distrair com facilidade diante da realidade. Deve ter tomado muito toddynho, tá fortinho, cheio de saúde, mesmo tossindo.
Olha para mim e diz " você não qeur dar uns saltos aqui? Vem, experimenta!"
Sabe aqueles negócios que as crianças ficam pulando, com elásticos presos ao corpo, sobr euma cama elástica? Pois é, essa mesma.
"Bicho, só tem criança saltando aí, o povo vai ficar me olhando, eu emagreci, minha calça tá caindo, acabamos de comer, eu fico com vergonha!".
Me agarrou pela mão, nem me deu bola e dois segundos depois eu estava tirando as botas, as meias, subindo na cama elástica, ele passando por entre as minhas pernas as cintas, apertando forte, eu quase despencava com aqueles puxões viris, eu só conseguia gemer baixinho, ai meus deus do céu, a cabeça dele na altura do meu peito, um safanão mais forte e estava presa a uma geringonça que me lançava aos céus, quase seis metros de alturas.
Liga a máquina. Eu saltando como uma bolinha, bolona, no meu caso. Meu cabelo voando alto. Eu chegava na altura no segundo piso, o ceú nublado parecia que estava mais perto. Ele me olhando lá de baixo, todo sorriso.
Aí me deu aquele ataque de criança. Aquele ataque de bobeira. Resolvi arriscar e comecei a dar mortais para frente. Subia girando feito louca, descia girando, as pernas davam um impulso mais forte, cambalhotas agora para trás. O povo juntando para ver aquela mulher maluca, no meio de um monte de crianças saltitantes e eu parecendo a mulher barbada do circo, girando, pulando. Me empolguei cada vez mais. Ele lá de baixo, falando " Quem diria, hein? Aprendeu rapidinho! Mais alto!". Eu respondendo" Faço yoga, meu filho". E desço das alturas cabeça para baixo, braços abertos, um mergulho, e antes de chegar no chão, jogo as pernas e viro uma cambalhota. Um coroão me ollhando como quem diz " Também quero! "
Desci de lá com as pernas bambas, suada, o coração batendo forte.
Sentei para colocar as meias e as botas. O mundo ainda pulava na minha frente, mesmo eu estando parada.
" Você tá bem", uma forma meio borrada na minha frente. Um metro e noventa de forma borrada na minha frente. Umas coisas que eu sabia que eram braços me segurando, me ajudando a levantar. " Sim, tô ótima".
Mentira.
Todo o lanche continuou dando cambalhotas dentro de mim.
Ainda consegui sair elegantemente, ainda mantive a firmeza nas pernas, ainda dei beijinho e jurei que voltava mais tarde.
Fui para o estúdi, verde.
Entrei quase de quatro. Eu ia vomitar se não deitasse. Invadi uma sala, pelamordedeus, me deixa deitar nesse sofá. Tinha gravação e o som me dava náuseas. Eu contava a história do meu enjôo e o povo rolava de rir. Eu, bege. Cinza. Eu queria rir junto, mas me faltava forças.
Fiquei arriada, acabada, tonta, enjoada, toda fudida e tendo ataques de riso solitários e mudos.
Toma, filha da puta, vai sair por aí rodando nas alturas depois de comer um monte. Vai, besta, fica se exibindo pro moço, vai. Tomou no cu!
Hahahahahhahahahahahahahahahahahahahahah
Em minhas coxas, as marcas roxas das cintas de sustentação me lembram que eu realmente abusei.
E depois que e enjôo passou, eu jurei que ia outra vez.
E como só depois.
Pra não passar vexame.

10 comentários:

Ana Paula Xavier disse...

AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAH
HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHA
AHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAAH
AHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAH
AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAAHHAHAHAHA
AHHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHA
AHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA...

... mas só vc mesmo...
:)

Adriana Barreiros disse...

Nenê, minha amiga, na idade da gente, o brinquedo mais adequado é o "cavalinho de pau", me entende?
hahahahahahahahahaha

bjks de Nini

Luciana L V Farias disse...

HAHAHAHAHAHAHAHA, queria TAAAAAAAANTO ter visto essa!!!!

Beijocas...

Anônimo disse...

Como disse uma vez, o legal de ler seus posts, são os detalhes, que fazem imaginar a cena!
Maravilha, hahaha.
Veja pelo lado bom...
Pelo menos não havia comido dobradinha.
Bjs

Claudia Lyra disse...

Nem vou dizer que nunca ri tanto, porque é mentira: depois que passei a ler seu blog, volta e meia me esborracho de rir com suas histórias!

Tatiana disse...

mas eu adorei. recomendo para todos

Vivien Morgato : disse...

tá faltando aquela leitora que mandou vc ter "modos"...lembra???...risos.

Lord Broken Pottery disse...

Tati,
Adorei! Acho incrível quando a gente consegue soltar as amarras. Você conseguiu.
Beijo

Tatiana disse...

Modos...hahahaha
nem fudendo

Tatiana disse...

Lord,
Eu não tenho muita dificuldade em soltar.
Tenho é em prender!