Eu fico aqui, muito confortável, contando as cagadas dos amigos. Mas as minhas mesmo, essas eu não passo pra frente. Considero isto injusto, por isso, confessarei um pequeno vexame. Ainda não fui eu que passou o vexame, mas eu presenciei. A situação foi comigo e acabei passando carão junto.
Eu fazia faculdade em Salvador e fui competir pela minha unidade em outra cidade e conheci um moço absolutamente lindo. Atleta, aquele corpinho de fazer inveja, um excelente humor, super simpático.
Começamos a namorar, eu em Salvador e ele em outra cidade, quase divisa com Pernambuco.
Eu morava na casa de minha mãe, não podia levar o moço nem para lanchar em casa quanto mais pra dormir, então a solução era descolar um motel baratinho.
Uma noite, em um motel vagabundo de Salvador, ele resolveu que ia fazer um stripper para mim debaixo do chuveiro. E eu lá, sentada no batente da porta, olhando o moço tirar a roupa, esfregar o peito, a água escorrendo, ele era lindo de morrer mesmo, tava bonito o negócio. E sabão fazendo espuma, ele cantarolava uma musiquinha qualquer, uma coisa tipo inferninho só pra dar um clima, ta dan dan dan... e ele vai abaixando o corpo até o chão, as pernas molhadas ...coloca as mãos na cabeça e vai subindo de novo, levanta os braços...e encosta a mão no fio desencapado do chuveiro. Um puta de um barulhão, ele grita que nem louco e fica preso pela corrente elétrica, tremendo, tomando um choque terrível!!!!
Eu, rápida e fagueira, penso que não posso tocar nele senão eu fico presa também. Resolve pegar um tolha enorme , enrolo rápido e tasco a dar sonoras toalhadas no moço que começa a berrar mais alto ainda. Eu desesperada, grito também. Ele griatava de lá, eu gritava de cá, a recepcionista na porta do quarto gritando que aquilo era um exagero que tiínhamos que parar com aquela sacanagem...e eu batia ainda mais forte, gritando: solta solta solta!!!. A recepcionista assustada berrava do lado de fora: SOLTA ELA, SEU TARADO! SOLTA ELA! VOU CHAMAR A POLÍCIA!!!!!
No exato momento que ele caiu naquele chão nojento, todo molinho, com as mãos vermelhas, um puta de um cheiro de cabelo queimado pairando no ar , a recepcionista abre a porta e vê aquela imagem: eu , de roupa, toda descabelada e ofegante com uma toalha nas mãos e aquele homem enorme caído no chão gemendo e chorando.
Fomos expulsos, queriam cobrar o chuveiro queimado e o moço ainda teve que ouvir comentários, assim meio de lado, da recepcionista pro gerente que o pinto do meu namorado era muito, mais muito pequenininho.
Isso sim foi um belo de um vexame.
O namoro durou mais um pouquinho só, mas eu nunca mais esqueci este moço.
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