sábado, 17 de setembro de 2005

Faz algum tempo que mandei um bar que eu tocava durante a semana para o espaço.
Acho que foi o pior local que toquei em todos esses anos de labuta.
Ninguém ouvia nada porque a acústica era medonha, então eu ficava lá, como uma besta. Quando o gerente começava a ouvir osom, ele abaixava o volume. Uma noite fingi que cantei, dublei mesmo, minha boca mexia mas não tinha som nenhm,só pra ver se alguém percebia a palhaçada. Não adiantou nada. Nem tchuns pra mim.
Um dia eu disse pro dono do bar:tira música daqui porque nãoserve pra nada. Também não adiantou. Não só continuou com música ao vivo como eu continuei lá, me odiando pela minha cobiça pelos parcos reaiszinhos.
Conheço metade da cidade, mas, com certeza, a outra metade que eu não conheço frequanta aquele bar. Eu nunca podia sentar na mesa de gente conhecida então ficava papeando com a moça do caixa. E não fiz nenhuma amizade em mais de um ano tocando lá. Logo eu!!
Era um bar que vivia lotado e eu achava que o dono fez uma macumbinha básica porque eu não entendia aquele sucesso! Até que um dia caiu a minha ficha.
O bar vivia recheado de garotas de programa. Coisa fina, é claro. Mas puta é puta e bar de puta é sempre puteiro. Por isso tanta gente,tanta mulher sozinha, grupos enormes de homens e mulheres. Tudo atrás de sacanagem...E eu lá tocando pras putas e pros homens que nem faziam questão de me ouvir.
Ou seja, eu toquei em um bar que devia ser um puteiro e eu, de novo, não sabia. Digo de novo porque já passei por isso, achava que as moças eram minhas fãs ( abestralhada mesmo).
Esse negócio de muita mulher cochichar no ouvido de garçon e de gerente é sinal de treta. Não tenho nada contra as moças, mas os moços que vão atrás delas é que dão trabalho.
Fica sempre aquele clima de bordel de luxo, aquele ranço putanhesco, aquele homeril feio e esquisito achando que tá podendo e vira e mexe, dá merda.
Uma noite um senhor que devia ser contemporâneo a Maomé ficou me mandando bilhetinhos melosos e cheios de segunda intenção. Nessa hora nasce em mim uma miopia altíssima, não vejo nada, não leio nada, não reconheço ninguém. Mas o cara passou a noite toda levantando e abaixando aquele copo de uísque, brindando sabe-se lá o que, parecia tique nervoso...Ele levantando e eu ignorando. Fui ao banheiro. Ele foi atrás. Aí eu agradeço meus mais de 1 e 80 com salto alto. O senhorzinho batia em meu pescoço e ficou bem sem graça diante de uma mulher muito maior que ele. E aquele olhar que vê o cucuruco careca é impressionante também, assim de alto para baixo.
Tô acostumada com essas coisas. Cantora passa por isso, mas quando tem profissional na jogada a coisa muda de figura. Pô, vá xavecar a puta, merda! Ela tá ali pra isso. E eu to cantando, logo, não devo ser puta, sou cantora. A não ser que ache que eu faço serviço por fora, o que seria bem ofensivo e que justificaria eu dar um pescoção naquele velho caquético e em overdose de viagra.

Mas apesar disso tudo, confesso que sinto falta daquele dinheirinho. Só do dinheirinho. Ms nada. Nem nem da comida porque também não era essas coisas todas.
Foda ter estes princípios.

Um comentário:

Anônimo disse...

kkk... achei maior barato essa historia ai do bar... rsrs me pareceu bastante veridico e vou dar um palpite: exponha mais alguns pensamentos algumas historias pq e engracado e prenderia a atencao de outros visitantes ao site... eu vou entrar aqui de novo daqui um mes e ver ser meu palpite deu certo,abracao!! ASS MALTHUS VINICIUS