Branca de Neve já tinha alguns  fios brancos em sua vasta cabeleira negra, mas mantinha ainda uma beleza  estonteante.
Uma vez por semana seu estabelecimento comercial fechava  para limpeza e ela poderia se dedicar totalmente a si mesma. Trabalhava  seis dias por semana como dona de um prostíbulo especializado em taras  exóticas, mais especificamente, anões besuntados em manteiga de ervas,  uma variação sexual muito solicitada ali na floresta.
Os sete anões  estavam velhos, mas ainda davam no couro e os negócios iam de vento em  popa.
Branca de Neve controlava a empresa com mão de ferro e um  chicotinho com punho em forma de maçã, sua marca registrada.
Seu  Príncipe estava sempre em caçadas com seu grupo de amigos, moços jovens  que gostavam de depilar o peito. Diziam que ajudava quando era  necessário se arrastar no chão para caçar os veadinhos da mata. Ela  fingia que não ligava para seus sumiços e ele não perguntava de onde  vinha o dinheiro que o sustentava. Um acordo sem palavras, mas  eficiente.
Não teve filhos e quando o sentimento de maternidade doía com  mais força, pegava o Dengoso, colocava no colo, expunha a alva teta e  lhe dava o bico para sugar e pedia " me chama de mamãe, me chama de mamãe". E ele, com aquela vozinha fina de anão, obedecia, mais por medo do chicotinho do que por tesão mesmo.
Empregou a Velha Bruxa como diarista e a obrigava a polir três vezes por dias todos os espelhos de sua casa.
Com a língua.
Requentado daqui mesmo há muito tempo atrás...

Nenhum comentário:
Postar um comentário