quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sou uma taurina bem taurina. Gosto desssa coisa de casa, de ter cantinho, de ter meu lar.
Eu estava muito triste com aquela vida cigana, carregando mala nas costas, dormindo cada dia em um canto, sem eira nem beira. A coisa boa disso tudo foi perceber o afeto de meus amigos que abriram as portas das suas casas para me receber, mesmo quando eu chegava as tres da manhã, em um frio da porra. Recebi amor da mesma forma que eu sei dar amor: fazendo alguma coisa.
Foi lindo.
Mas agora é um outro momento e eu estou bem. Muito bem.
Minha casa é impressionantemente parecida à minha antiga casa de Campinas, aquela que tinha o pé de jabuticaba. Muitas vezes me movimento na escuridão sabendo exatamente para onde ir porque a lembrança é que me guia. Muito louco isso. Talvez seja por ser tão parecida que eu me senti tão acolhida quando chegeui aqui.
Já tive visitas, denguinhos, fiz comidinha, teve cantoria na cozinha enquanto eu picava cebola, tomei três garrafas de vinho, sempre comemorando o novo começo.
Voltei a ser mais eu com minha casa comigo.
Voltei.

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