domingo, 17 de janeiro de 2010

sei lá

Este blog é igual música para mim.
A música que eu faço é a que que sai do meu peito, que me arde nos olhos, essa é a minha música. Minha música vem impregnada de mim, é um tipo de víscera exposta. Minha música sou eu. Quando eu canto, eu fico nua, minha alma revelada, tão completamente entregue que nem percebo o que revelo.
Tem uma hora que essas músicas saem pelo mundo e eu não tenho mais controle sobre elas. Pegam caminhos que eu nem sabia que existiam. Elas encontram outras almas, outros ouvidos. Elas reverberam lá, naquele outro. De tanto reverberar, alguém se apropriou de uma música que eu fiz! Um casal me contou que uma música minha era a música deles! Que lindo isso, né? Que coisa mais generosa. Me emocionou profundamente.
Hoje esse blog é uma forma de música pra mim.
Cada texto é como uma canção presenteada. Tem tanto dentro de mim, tanto que me sobra, que me transborda inteira que eu posso deixar fluir minha alma descabelada. Não me incomodo de abrir meu coração, de me arreganhar. Já faço isso como profissão, meu trabalho é me expor.
Sou uma mulher normal, igual a sua mãe, sua irmã, sua namorada. Uma mulher que quer ser feliz, quer entender, quer amar, que comer cachorro quente em uma terça de manhã, que gosta de filmes ruins, que tem medo de altura e que chora por coisas imensas e por coisas pequenininhas. Uma mulher que também tem dúvida e nem faz idéia pra onde é que está indo a porra dessa vida e porque diabos a gente tem que passar roupa quando é um saco passar roupa! Uma mulher diante de mistérios comuns. Como eu, tem tantos por aí, tantos normais perdidos, na dúvida, transbordando de sei lá o que, chorando por dentro, fazendo piada.
Quando veem aqui podem perfeitamente se identificar. Poxa, tem mais gente biruta como eu, podem pensar. Uma pessoa que também está tentando fazer dessa vida um lugar mais fácil de se viver, rindo porque gosta de rir mas chora porque todo mundo precisa chorar antes que o afogamento seja irreversível.
Tem muita gente neste mundão de meu Deus.
E se o que eu escrevo aqui, por alguma razão misteriosa e mágica, serve pra alegrar aquele coração, puxa vida, já valeu. Se alguma coisa que eu disse mexeu naquele lugarzinho dolorido que pedia uma coçadinha, se aliviou alguma coisa, se emocionou, se marcou, puxa vida, valeu cada chaga sangrada aqui, abertamente, descabeladamente. Valeu meus micos contados, minha vergonha, minha raiva, meus desvaneios, minhas dúvidas e certezas que eu perdi enquanto escrevia. Valeu porque eu não sabia que não estava tão só.
Minha assumida necessidade de vida pode ser contagiante e eu quero mais é que seja mesmo. Queria mais é que todo mundo pudesse acordar com o coração apaixonado, queria que todo mundo acreditasse mesmo que essa merda vai passar, porque, puta que pariu, essa merda tem passar mesmo porque senão vai ser um porra! Queria que todo mundo acreditasse, como eu acredito com toda a força de meu peito, que estar aqui vale à pena, que o que eu to vivendo agora, ou o que eu vivi antes, é uma experiência do caralho e o que está pro vir será outra experiência extraordinária.
Viver é extraordinário!
Divido isso com todo mundo porque hoje eu já descobri que valeu à pena. Porque você, Gui, me emocionou imensamente quando me disse, pela primeira vez me vendo cara a cara, que lia o blog, que curtia e tinha link e o cacete, poxa, Gui, fiquei toda boba.
E logo no outro dia vem aquela Nega divina, a Dani, me dizer que virou o ano pensando em uma coisa que eu tinha dito aqui, que tinha se lembrado de mim, que estava acompanhando as travessuras dessa doida aqui, aí ferrou de vez. Bateu.
Ô, Nega, judia dessa doida não! Logo hoje que eu tô que é só sentimento e gratidão. Tõ toda mole.
Sabe quando a gente se emociona só com a maravilha que é estar vivo? Essa coisa besta mesmo, achando verdade e lirismo em tudo que é canto porque dentro do meu peito é verdade e lirismo que sustenta. Fé! Cheia da fé mais simples, aquela fé que vem sorrindo, sabe? Tenho uma coragem ingênua e eu me sinto abençoada pela luz de Deus.
Pois é, Nega, fiquei desestabilizada. Emocionei mais uma vez.
E, para não perder o costume, divido com o mundo.
Obrigada.

3 comentários:

Patricia(Gô) disse...

Leio seu textos rigorosamente todos os dias .Com eles me emociono , me divirto ou passo o dia pensando em algo que vc escreveu .Acontece comigo aquilo que vc espera acontecer com seus leitores .Sou sua fã , vc sabe !
bjs mil

Ju Hilal disse...

:)
Adoro te ver assim.
Beijo beijo beijo

Gui disse...

E eu quero mais é que você continue nos presenteando com esses textos... Que, por te mostrarem tão "humana" quanto qualquer um de nós, toca tantos! Tenho certeza que mais um montão de pessoas lêem isso aqui e fica pensando nas suas histórias, palavras e nas suas músicas. Você é toda poesia, toda sentimento! E eu adorei te conhecer, assim, pessoalmente, hahaha! Beijos!
Gui