domingo, 27 de setembro de 2009

mulher

Mulher. Totalmente mulher.
Decido com toda força do meu coração e o mesmo coração me prega peças, me desdiz, me envergonha, me deixa com cara de tacho. O que eu disse ontem era o inverso do que eu quero hoje.
Sangro. Sangro pra dentro quando não me sobra espaço pra fora.
Mato todo mundo, destruo, piso nos destroços, arranho meu braços e choro no funeral que eu mesma comecei.
Amo. Amo descontroladamente. Não queria amar assim, tão despudoradamente, tão sem parâmetro, sem pudor. Amo indistintamente.
Calo. Quanto eu berro quando eu calo e ninguém me ouve. Calo meus olhos e eles lacrimejam, amordaçados.
Rio das cócegas que sua presença me faz. Rio da falta que sua presença me faz. Rio de mim por ser tão besta e tão fácil de acostumar com a rotina.
Adoro uma rotininha básica, uma cebolinha cortada, uma salsinha jogada displicentemente sobre a carne, um cafezinho trazido na cama, uma cafuné no pescoço, um bom dia com cara de domingo sendo que é uma terça feira.
Saio por aí disposta a dar pro primeiro desconhecido. Não me diga seu nome, o negócio é ser desconhecido, se falar bom diacomo vai, já te conheço. Frustada pela minha capacidade de comunicaçãoe por ser tão mulherzinha.
Passo priprioca por todo o corpo. Perfumo o ar em volta e eu fico é muito da puta porque as folhas se movem em minha volta e eu quero mesmo é que um único vendaval me pegue.
Fico brava com as roupas qe o vento fez cair no chão.
Varro folhas que insistem em voltar. Raiva disso.
Cozinho meu desânimo e como com arroz requentado.
E vou lavar roupa que é isso que tá me faltando: um bom tanque de roupa suja!

Um comentário:

Sandra Maria disse...

Meu pai... o negócio tá mais sério do que eu imaginava!
Se cuida, mulher!