sábado, 19 de setembro de 2009

ciranda X tango

Eu venho falando que eu quero levar a vida como se dançasse ciranda. Simples, com aquela marcação básica, feliz. Não quero complicação, não quero drama, não quero nada muito difícil, muito sofrido. Penso o tempo todo em soluções. Não reclamo dos problemas, foco em alguma solução ou alguma coisa que mininize a confusão.
Mas nem sempre é possível dançar ciranda porque às vezes a vida resolve tocar tango e lá vai você, totalmente atrapalhada, sem entender porra nenhuma do que tem que fazer, afinal tango não é uma coisa fácil de dançar. Até a letra dos tangos são assim, sofridas, dramáticas, intensas.
Que fazer?
Eu não quero dançar tango mas é tango que tá rolando no salão.
Fudeu.
Tenho duas opções: ou fico de fora, observando e batendo o pezinho ou me meto no meio da galera, piso no pé de um, de outro, me estaboco no chão ou saio girando por aí.
Isso pode parecer terrível e até que é, mas pelo menos eu to na vida, vivendo a vida, entendendo a vida. EU QUERO ESTAR NA VIDA, SEJA EM TANGO OU CIRANDA.
Nenhum tango dura pra sempre. Como também nenhuma ciranda pode tocar sem parar.
Agora é como se eu ouvisse o rádio do vizinho aos berros, tocando um tango de corno e esse tango invadisse a minha sala, a minha cozinha, meu quarto, minhas madrugadas.
Eu sei que esse tango não é meu. Eu sou ciranda...mas o vento traz muitas coisas que não queremos.
É só saber esperar passar...só isso.

2 comentários:

Zénérso disse...

Eu só acho que o tango não é necessariamente triste. Pode ser diferente se dermos outras roupagens. Piazola acho que tentou isso, sei lá. Mas concordo que o ideal é a gente dançar o que sabe ou o que gosta e sabe. Na minha vida andou aparecenco uns fados. Fodamente tristes, também. Mas descobri que o fado era triste por conta da ditadura que pairou sobre ares portugueses por 50 anos. Hoje já tem gente que tenta fazê-lo diferente. Agora, se eu tiver que dançar pra levar a vida, tô fudido porque não sei dançar nada. Vou ter que seguir a vida assim, engessado! Por outro lado, acho que tem hora que devemos invadir o salão e dançar ciranda no ritmo do tango. Esperar passar? E se demorar demais? Sem essa. Ciranda no tango! Cirango!

Carô disse...

Minha amiga, você de tango e eu no bolero, dois pra cá, dois pra lá... Somos uma dupla do cacete :-)!!!