domingo, 21 de dezembro de 2008

Pensar, repensar...

Sinto que meus quereres mudaram. Sim. Muitas coisas mudaram, prioridades mudaram, a roda da vida girou.
Ainda sinto tudo como um grande quebra-cabeças, ainda sem forma, sem definição, mas a imagem do quebra-cabeça mudou, não é mais a mesma. E essa imagem nova, quem vai definir as cores, as nuances, a forma, sou eu.
Aí que a porca torceu o rabo. O que eu quero agora? Qual é meu desejo real?
Mais do que nunca sinto o poder do desejo manifestado. Tudo que pedi, recebi. Se recebi de forma confusa, me foi entregue alguma coisa quase mais ou menos, a culpa não é do Cosmos e sim de meu perdido pouco definido, confuso, titubeante.
Quando eu desejei com toda a força do meu coração, quando eu berrei aos céus, quando eu bradei me foi dado exatamente o que eu pedi. Assim, simples como uma pizza entregue em casa. Assustadoramente simples. Algumas vezes tive medo do meus desejos. Algumas vezes a vontade era tanta que meu coração doía e berrava. Algumas vezes, na hora da entrega, fui pega de surpresa e fitei, abestalhadamente, meu pedido entregue com papel colorido e fita vistosa.
Não posso e não quero vacilar no momento do pedido.
O que eu quero??? De verdade?
Ainda não sei ao certo.
Algumas coisas sei com certeza. Quero ser feliz. Isso é um ponto perfeitamente decidido. Mas " como" eu quero ser feliz é uma outra questão muito mais complexa.
Fiquei pensando muito nisso e descobri que não posso, não quero ficar longe dos palcos. Preciso cantar pra não enlouquecer, como me falou Carô, citando uma canção que a Elza Soares canta. Exato. Minha sanidade está na cantoria desvairada e louca, nessa entrega total. Uma necessidade básica, um vício, uma querência que me faz sofrer se estou longe do palco.
Quero cantar pra mais e mais pessoas. Quero espalhar a poeira de minha asa de cigarra por um círculo ainda maior de gente. Quero minha voz retumbando forte e firme.
Quero criar, compor, escrever, moldar minha realidade com a força da minha criatividade.
Quero ter pessoas do bem perto de mim. Pessoas que me ensinem algo, que me inspirem, que me estimulem, que me instiguem.
Quero o bom combate, o desafio, quero a vitória.
Quero o lirismo cotidiano, a poética retórica, a força da magia da transmutação pela criação.
Quero sentir meu amor se derramando por todos os poros, mas quero o amor maduro e sereno. Quero o novo, o inusitado, o colorido que me arranhe os olhos, que me perturbe as vistas, quero novas paisagens, quero novos caminhos, quero novas batalhas, quero outros combatentes.
Mas não sei como pedir isso de forma suscinta. Me perco na prolixidade de meu ascendente em gêmeos e na redundância da poesia que habita em mim.
Quero muitas coisas mas algumas dessas coisas podem ser só um mero disfarce.
Não posso me distrair e ser enganada por mim mesma porque agora é a hora de rever as prioridades. Não tenho tempo , afinal, como já disse Castañeda, a morte está atrás de mim, a esquerda, esperando a hora de me levar. Essa hora pode ser amanhã, hoje, qualquer momento e eu não quero viver como se fosse eterna.
Não tenho tempo sobrando.
Me falta tempo e me sobra desejos.
Minha hora é agora!

2 comentários:

N. Calimeris disse...

EStou na mesma encruzilhada que você. Dá a mão e vamos dar força uma a outra? Tudo que eu quis, eu consegui tb.
bjos
Nana

Marcos Pontes disse...

Nosa hora sempre é agora, Tatiana. Mudamos a cada dia, e isso é bom; nossas metas mudam, isso é crescimento; e ficam mais claras, isso é auto-conhecimento. A dinâmica dos dias é inevitável, às vezes confuso, mas sempre uma delícia.