terça-feira, 25 de novembro de 2008

O frio vinha de dentro.
Muito. Muito frio.
O corpo cansado e maltratado gemia.
Preciso dormir, só isso.
Sentir outro corpo quente é o paraíso quando se está sentada em uma geleira metafórica.
As mãos naquele lugar em que as costelas doem de tanto que eu tossi é um tipo milagroso de bálsamo.
O sussurro no pescoço que dizia calma..calma..calma que vai passar....
Meus olhos fechados, meus pés gélidos.
Uma bacia de água quente trazida por uma mucama de calças e barbas.
Uma gueixa de improviso.
Um samurai.
Um guerreiro alquebrado como eu.
Adormeci morna e enrolada nos panos coloridos dos meus sonhos, um braço por debaixo de meu ombros, um pé enrodilhado no meu, minhas costas quentes.
Acordei, olhei pros lados e me vi só.
Sorri.
Saber sair à francesa é um dom.

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