segunda-feira, 18 de agosto de 2008

É, meu bem.
Aí que a porca torce o rabo. Quando vemos as coisas como elas realmente são. É uma merda isso.
O que a gente queria pra gente não se manifestou exatamente como queríamos. É...bosta isso também.
A pergunta que eu te faço agora é o que você realmente quer? Já pensou nisso? É isso mesmo que você quer pra você? Esse inferno, essa eterna dúvida, essa espera que a bomba caia na sua cabeça? Você lá no fundo sabe que vai cair. Tua intuição tá te berrando. Teus instintos estão te avisando. E agora, José?
Pois é. Momento de reflexão e de decisão.
Sempre existe sobre nós o peso do aço frio ali, na jugular do pescoço. Só quem tem muita certeza da ação correta coloca o pescoço sob a espada. Porque ela desce mesmo. Corta. Sangra. Jorra.
A vida cobra sem piedade.
Aquele velho ditado hindu ..." quem tem cu, tem medo". Muito sábio esse hindu.
Atualmente, eu levanto a face aos céus, mostro a jugular e digo que pode cortar se assim for o correto. Bato no peito e digo " que venha essa merda!". To no alto de uma montanha gritando pros céus. " Que venha! E que venha de uma vez, mas que venha para todos. Sem piedade!".
Uma amiga me diz que sou corajosa. Não, não sou. Sei de mim, só isso. Sei o que posso colocar em risco. Sei exatamente onde estou e com quem estou.
Não tenho medo da espada. Afinal, na minha mão brilha uma espada, um escudo e um elmo. E atrás de mim um exército imenso. Na linha de frente, soldados, trombetas e mercenários. Estes fariam qualquer coisa que fosse necessária, qualquer coisa que fosse mandada. Tenho um pouco de medo deles, confesso, mas se estão aí, é porque aí é o seu lugar. Aceito, mas mantenho uma distância respeitosa e confio. Não neles, mas em mim.
Logo atrás, um pelotão de elite. Os melhores entre os melhores. Conselheiros, guardiões, estrategistas, todos juntos pensando sobre esse grande tabuleiro de xadrez que é a vida.
E no meu ouvido o sussurro. Dentro da minha cabeça o sussurro que não pára.
Minha mão mal segura a espada que descansa ao meu lado. Meu escudo descansa aos meus pés.
Sei que não é a minha espada que será tingida. Não. A minha ainda não será usada.
Só em última estância, caso eu seja avisada que pelos vãos do meu castelo uma sombra se esgueire e aja de forma sorrateira. Aí sim, não terei escrúpulo de lutar. Por hora, só observo a poeira da batalha alheia e aguardo.
Nem tristeza. Nem raiva. Nem medo.
Observo. Só observo.
E o que vejo não é bonito de se ver. Batalhas não são bonitas de se ver.
Mas um guerreiro de luz tem que ter força pra enfrentar o feio, discernimento pra fazer justiça e coragem pra finalizar a luta. Sem excessos. Sem maldade. Sem crueldade.
Porque sobre todos pesa o aço frio da lâmina.
Mesmo em épocas de batalha, não se pode perder a justeza.
E quem corta, que sangra, quem jorra, quem fere é sempre a mão divina.
Nessa batalha eu não sou o instrumento, mas não posso vacilar.
Até agora posso bradar aos céus, mas para escorregar no sangue que corre no chão é só se distrair.
Prometo atenção.
E reação rápida e definitiva, caso necessário, para que se comece uma nova fase de paz e prosperidade.
Um ciclo se fecha e outro amanhã desponta.

Um comentário:

Valéria Martins disse...

Chiquérrima é apelido... Ontem levei outro autor que chegou, o historiador Diego Bracco, uruguaio, ao Figueira Rubayát. A conta? R$ 400,00. A editora paga, lógico. São oportunidades raras que eu aproveito com todo cuidado e honra.
Vc mora em SP, certo? Será perto da Vila Madalena Farei um evento lá amanhã, às 19h. Bate-papo desse autor com o Guillermo Arriaga, escritor e roteirista de "Babel", "Amores brutos", "21 gramas". De graça. Na Livraria da Vila.
Beijos