quarta-feira, 18 de junho de 2008

Tudo é uma questão de como olhar

Eu poderia transformar a minha vida em um drama mexicano. Aliás, a minha vida somente não. A de qualquer um.
Se eu quiser ver a merda que é ser tão rica e famosa como a Xuxa, se eu me esforçar, eu consigo. Coitada, não pode sair na rua, não pode confiar inteiramente nas pessoas novas que aparecem, o medo de ser sequestrada, de ter a filha sequestrada, todo mundo dando pitaco se é ou não gay, todo mundo querendo saber alguma coisa bem horrorosa de sua vida .
Viu? Fiz da vida da Xuxa uma bosta.
Posso chorar as pitangas de todos os relacionamentos que não deram certo, a vida dura, o sobe e desce nas finanças, a morte do pai, a falta da casa própria, a vida de cantora. Se eu quiser, faço disso tudo uma novela da Record, cheia de textos maus escritos, personagens com sombra azul e sapato roxo. Se eu quiser, leio a minha vida com lentes cinzas e aí tenho a excelente desculpa para não tentar ser feliz. Ou pior ainda. Fico reclamando das injustiças que sofro e a vida passa e eu nem percebo.
Mas eu não quero isso pra mim. Nem pra mim nem pra ninguém, mas tem gente que gosta de sofrer, que gosta de ficar como vítima, que gosta de ser uma Pollyanna ao contrário. Para esses eu só...nem sei mais o que faço com eles. Eu tenho alguns amigos assim. Não sei mais o que fazer.
E nem sou exemplo pra ser seguido por ninguém. Não sou referência de nada pra ninguém.
Porque eu aprendi a viver a minha vida da melhor forma que eu pude. E eu não gosto de sofrer. Graças aos céus, nem cólica eu tenho. Dor de cabeça, muito raro. Dor na alma...quando bate eu choro um pouquinho, xingo bastante, faço bico mas daqui a pouco tô indo cuidar de minha vida porque quem gosta de ficar no chão é minhoca.
Eu não sou minhoca. Eu sou cobra!
Não sou lagartixa. Sou jacaré.
Não deixo ninguém me dizer que a minha vida é ruim porque ela não é.
Não permito nunquinha que alguém fique me esculhambando porque só eu sei o trabalho que dá me colocar no lugar que eu quero estar.
Não existe ninguém neste mundo que saiba mais de mim do que eu mesma.
E eu, essa mulher aqui, que canta, que vive de música, que casou muitas vezes, que caiu e levantou, que chorei tanto que pensei que fosse morrer desidratada. Eu, essa pessoa aqui, não quero pintar a minha vida em tons cinzentos. Posso até meter um tom pastel, mais calminho, mas nunca ver o meu mundo sem as lindas cores que eu vejo.
Eu escolhi assim e isso não é fuga. É escolha.
Eu escolhi ser feliz e eu acho que foi uma ótima escolha!

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre é, linda, sempre é!
Ótima escolha!
Tô contigo e não abro!
Beijos