sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Cagadas acontecem

Eu sou uma amiga ótima. Mas não é fácil ser minha amiga porque minha boca é um tantinho dura e é por amor mesmo que eu falo as coisas mais difíceis de se ouvir. Melhor ouvir isso de quem sabe que tem amor do que de qualquer um por aí.
Então, algumas vezes, tem gente que não gosta muito dos meus papos e, muito docemente, me mandam tomar no cu.
Eu tenho uma grande amiga, Gosto dela com todos os seus defeitos e ela também me ama do jeitinho que eu sou.
Há alguns anos ela teve uma paixão avassaladora por um cara que era comprometido. Manteve com ele um relacionamento por cinco longos anos e fez de tudo que uma mulher poderia fazer para ter aquele homem para si. Quando eu falo tudo, eu digo tudo mesmo, inclusive coisas que não se deve fazer.
Eu sacava que ela andava por caminhos escusos e ela me mandava calar a boca. Eu dizia " cara, você tá fazendo merda". E ela nada me dizia, mas não me dava espaço para falar mais nada. Mas eu insistia: " bicho, você não sabe onde está se metendo...tudo tem um preço e esse preço que você vai pagar é alto...faz isso não!".
Nunca me ouviu.
Se passaram alguns anos. Ele foi embora da sua vida, realmente separou-se da sua mulher oficial, mas não foi com minha amiga que ele ficou. Arranjou uma outra e está muito bem obrigado.
E minha amiga?
Minha amiga até hoje chora por ele. Cinco anos de relação e mais cinco separados. Nestes últimos cinco anos, ele foi embora, sumiu de sua vida, nem um telefonema, nada!
Mas ela continua lembranbdo de seus braços, do que ele fazia com o corpo dela. Uma saudade de uma época em que ela amava de forma irresponsável e esse amor louco fez com que ela fizesse uma grande besteira.
Mandigou um homem e, como não existe mandinga que segure o que não é da gente, ela tá pagando o preço que jurava que aceitava pagar.
Ela não esquece o tal. Ela, e não ele , que ficou amarrada.
Ela que não esquece ele.
Ela que tem todos os caminhos fechados dentro do seu peito.
E ele...bem ele deve ter sentido alguma rebarba, mas mesmo sem ser mandigueiro, ele é filho de Deus e tem as suas proteções também. E continuou a vida dele. Sem ela.
E minha amiga ainda chora na minha cozinha. Murmura o nome dele baixinho. Mal diz o destino e a sua vida, completamente fechada.
Ela pagou o preço de interferir no livre-arbítrio dos outros. Pagou caro, muito caro.
E ainda tem que me ouvir falar:
-Porra, eu não te disse?
E ela somente chora e se arrepende imensamente.
E eu faço litro de café, seguro sua mão e espero que o tempo passe lentamente.

9 comentários:

Claudia Lyra disse...

Putz, Tatiana... que triste... sinto muito por ela. Que Deus a ilumine! E que Deus nunca negue a ela amigas leais como você.

Tatiana disse...

Eu também acho, Cláudia.
Eu também acho.

Cristiano Gouveia disse...

Que se ilumine novos caminhos, que ela precisa entender a causa na raiz. E arranjar, como diria vc, um P.A., ou uma B.A., se é que vc me entende...vai saber...rs

Paps disse...

Hmm, Tati, essa história de interferir no destino é muuuito complicada. Eu conheço uma história parecida, mas talvez bem mais trágica. Aconteceu com uma professora conhecida minha. A esposa do homem com quem ela se encontrava estava grávida. E ela fez o que não devia, pois se contra gente isso não se faz, imagine contra os que nem nasceram ainda. O resultado? A filha dela caiu da escada em casa e sofreu traumatismo craniano sério. Pois é...
Ah, e ele continua com a mulher até hoje.

Tatiana disse...

Porra,

aquele papo, né?
Dente por dente...
que coisa ...
mas é assim mesmo. uma lei imutável.

Anônimo disse...

Hum, zi fia, insu só dizfaiz cum chá de Picão Brabo.

Anônimo disse...

Até que a tragédia foi só dela. Já vi a coisa ficar preta. Cura esse coração, e pé na estrada.QUE OS DEUSES OLHEM COM CARINHO PARA A SUA AMIGA.

Tatiana disse...

Pai,
Tu é um bestão muito engraçado!

Tatiana disse...

Maria,
É.
É o jeito.