quinta-feira, 5 de julho de 2007

Alcoviteira dos Infernos - parte 2

Aí eu segui meus instintos e desisti do moço do poodle.
Fui conhecer um outro que é filho da amiga de meu amigo.
Papo vai, papo vem, eu digo:
-Eu faço crochê.
Pisco sedutoramente. Eu estava me sentindo o máximo da prendice, exibindo minhas qualidades, meu potencial feminino. Tava me achando.
Aí ele me diz:
- Eu também. Além do crochê, faço tricô, macramê, bordado e ponto cruz.
Ele com a cara mais séria do mundo. Meio segundo para eu ver se era sacanagem ou honestidade.
Era honestidade. O filho de uma égua faz mesmo essas coisas. Nada pior do que encontrar um cara que é mais prendado que você.
O que se diz em um a hora dessas?
Pedi um pano de prato com biquinhos de crochê e ele me prometeu que dava.
Me prometeu também fazer seu feijão gordo que é um sucesso, bolo de chocolate com cobertura e pães com os mais variados recheios.
Com meu jeitinho descobri que, no passado, ele fazia as unhas e passava a base. Muito delicadamente eu disse a ele que isso era coisa de viado, ao meu ver. Ele, não intimidado com minha sinceridade cavalar, ainda me confessou que, às vezes, passa um creminho no rosto antes de dormir. Perguntei qual. Nívea. Menos pior, pensei eu. Se fosse o Chronos da Natura a coisa era mais séria.
Confessei a ele que ganhei uma furadeira de dia das mães e que adorava assistir luta livre, essas coisas. Fiz a propaganda básica do meu cozido baiano e as vantagens da yoga.
Éramos bem complementares.
Já que estávamos assim, mostrei a ele o delicioso creme de mãos de castanha do pará e ele adorou. Reconheceu que o cheiro lembrava o perfume que eu estava usando, o velho e eficiente perfume de pripirioca e deu uma bela de uma fungada no meu pescoço.
É, meu bem. Tempos contemporâneos, tempos contenporâneos...

32 comentários:

LIRIS LETIERES disse...

peraí! crochê, tricô e ponto de cruz?
Lembrei!
Ele desfilou na parada gay no carro de destaque, eu vi!
tati véa, arranje uma rapaziada mais proveitosa!

Tatiana disse...

Liris, liris
a modernidade tem lá as suas surpresas!

Anônimo disse...

Aliás, "Nostalgia da Modernidade", rs.
Quanto à parada gay...
Ai, ai, ai...
Quanta ironia.
Modernos, são os outros.
O negócio é ser contemporâneo mesmo. Funciona, se "não perder o foco".

anderson.head disse...

perae, paerae... em um encontro já jogar tudo assim, no ventilador??

tricô, crochê e ponto cruz?? putz, é muita modernidade pra mim...

imagina eu chegar em casa e minha esposa sentada no sofá, vendo futebol e me pede uma cerveja...

é... a globalização ta aí!!

Anônimo disse...

Anderson.
O pior é que houve este papo da cerveja.
Ha, ha, ha!
Eita...

Tatiana disse...

Esse anônimo é o próprio.
Virou leitor do blog. Fudeu!

Rita de Cassia disse...

Em tempos modernos temos que ter o coração e a mente escancarados para ouvir, assimilar e encontrar uma saída.... sinceramente é muito bom viver e conhecer que apesar das diferenças em nossas escolhas não somos tão diferentes assim, uns jogam, uns fazem croche.... eu faço croche!

Luciana L V Farias disse...

Eu não sei fazer crochê... mas quem faz almoço e faxina aqui em casa é maridão, kakakaka...

Beijocas!!!

Tatiana disse...

sonhos de crochê
Eu também faço. E o moço também. Já somos quase um grupo de crochê. Tenhos mais duas amigas crochezentas, então..vamos nos reunir com agulha e linha e nos acabar!
hahahahhahahahaha

Tatiana disse...

eu te avisei, caro anônimo crochezento, que o povo ia descer a lenha na sua pessoa. eu te disse.as diferenças sempre causam surpresas.

Ana Paula Xavier disse...

ué!
não pareceu meu comentário!!!
eu tinha dito q faço gosto, seu anônimo..rs...
:))

Adriana Barreiros disse...

Crochê, tricô, ponto cruz, povo, não anulam as outras possíveis prendas do moço, viu? Alguém tão alternativo deve ser uma ótima caixinha de surpresa! Tati, se eu fosse você, esticava essa prosa com esse moço aí, viu?
rsrsrs

bjks,
Adri Nini, em nome dos tempos contemporâneos

Anônimo disse...

Bom, ao menos, como a Tatiana sugeriu, poderemos abrir uma oficina de crochê.
Imaginem as fofocas..

Adriana Barreiros disse...

Em tempo, eu tb faço crochê e tricô. Ponto cruz, nunca tentei. Nem esse outro trem aí que não lembro nem o nome... rsrsrs

Ana Paula Xavier disse...

eu super topo!
não sei fazer crochê mesmo...
mas meu ponto cruz é uma beleza, viu?
ahahahahahahahahahahahahahaha
:)

Tatiana disse...

hahahahahahahahahahahhahahahahaahah

Luciana L V Farias disse...

UAHAHAHAHAHAHA... eu só sei fazer tricô. O único problema é que sou meio lerda, o casaquinho que eu comecei a fazer para a Juliana (quando estaca grávida dela) até hoje não ficou pronto. Quem sabe para meus netos???

HAHAHAHA

Sandra Maria disse...

No próximo encontro, vá mais fundo.... vc vai acabar descobrindo que, ele está fazendo um lindo vestido de crôche... PRA ELE !!!!!!
Eu sou das antigas .... !!!!!

3rd World Dude disse...

hahahah
tão ótimo!!!!
bjos!

LIRIS LETIERES disse...

Boa Morenaaaaaaaaaa!!!!!!!!!
essenegociodetricotáesquisito, va por mim Tati!
Bjs!

Renata disse...

mas é muito prendado!
eu acho que ficaria intimidada. e se fizer um bolo de cenoura melhor do que o meu?

Anônimo disse...

Nossa como ainda existe preconceito. Tati não tem mais esta de feminino/masculino. A diferença que existe entre os dois sexos é fisica, e o melhor de tudo é que uma se conecta a outra com perfeição.
Beijos, tenho saudades de vc da Geo e de Salvador.

Tatiana disse...

Ninita querida
Matou a pau!

marcio castro disse...

eu passo creme nos rostos e mãos e pés, principalemnte nos pes. na verdade, começou com uma necessidade da sola cascorenta, mas agora com a mudança do tempo seco de noso inverno o creme ganhou as faces deste moço.
e minha namorada insiste em lixar minhas unhas comidas. será que tenho futuro frente a contemporâneidade?

Lord Broken Pottery disse...

Tati,
Em minha época de boemia, tive um amigo assim. Gostava de fazer tricô. A gente freqüentava o antigo Jollis, onde fica agora o Metrópolis, perto do antigo Riviera, no final da Paulista. Era o ponto da minha turma. Bebíamos lá diariamente. O Chico Baffa, diverso, ficava em um canto fazendo tricô e dando seus palpites na conversa. O português, dono da espelunca, não se conformava, achava que ia espantar a freguesia. O Chico, como era de se esperar, já morreu. Foi bom lembrar dele.
Beijão

Anônimo disse...

jean diz :

jq que vc faz croche ,
Faz uma toca pra min...................................

Tatiana disse...

hahahahhaha
Jean,
Toquinha é fácil. Até eu faço para você.
que cor vc quer?

Anônimo disse...

Tem muito machão no q no escurinho da cueca pisca o cú quando vê um bofe.
O teu amiguinho prendado pode dar uma boa transa, vai saber. Um casal original, você chegando em casa esfolada de uma briga no boteco e ele levantando do sofá, derrubando o crochê do colo, para pegar o mertiolate.
Lá em casa eu estou lendo poesia e passa a minha mulher com a ferramenta de consertar cano da pia que pediu para o vizinho. ( como é o nome daquela porra?).
Há!
Agora esse lance do Nívea é que pegou. Meu bem, esse creme não falta na necessaire de uma dengosa.

Anônimo disse...

Tati, não leva a mal,mas será que ele não me faz um bimbolover igual ao do Geraldão? Tipo gola olímpica (lembra?)
Sempre quis ter um.
Já pedi até para a minha sogra fazer para mim.

Carolina disse...

Oi, vim parar aqui pela Vivien. Adorei seu blog!

Tatiana disse...

Se ele for fazer um polover, que seja para mim, né?
Pede outra vez para a sogra. Ela faz!

Anônimo disse...

Tati, vc não lê o Geraldão, tirinha maravilhosa do Glauco?
Então vamos lá:
Bimbolover é pulover de bimbo.Um achado, super charmoso. Já vi em revista sueca, todo listradinho.
Acho que esse não vai dar para vc usar.
Pede um peitolover.