quinta-feira, 14 de junho de 2007

Agora vambora

Tá certo. Tô desde domingo sendo metade mulher e a outra metade meleca, já chorei um rio, uma cachoeira, um tsunami. Mas agora deu porque não se muda o que já aconteceu, algumas coisas são simplesmente irreversíveis, então...bola pra frente.

Nesse meio tempo, muita coisa aconteceu.
Fiz o show lá em São Francisco Xavier foi uma delícia. Uma cidadezinha que é um cisco, mas que tem um bar, Photosofia, que dá espaço somente para os independentes, absolutamente lindo, charmoso, cheio de personalidade. Tiraram fotos, mas não me mandaram ainda. Acho que nem banda larga tem por aqueles lados. Patrícia e Sandro são os donos e foram simplesmente maravilhosos. Adorei e espero voltar lá mais vezes.
Só a viagem até lá, já vale a pena. Na ida,na subidiha da serra, eu fui parando para ver a paisagem. Determinada hora vi um riozinho que passava do lado esquerdo da estrada. Estacionei o carro e resolvi que eu ia tomar banho de rio. Pulei a cerca, me embrenhei no mato, subi na pedra, tirei o sapato, enfiei o pé na água e desisti no mesmo instante de molhar qualquer outra coisa em mim. Puta água fria dos infernos! Então resolvi meditar, sentada na pedra, para não perder a aventura. Mas sabe como é, mata, silencio, sossego...aí foi me dando um certo medinho. E se tivesse um tarado rural? E se tivesse um bicho que corresse mais que eu? E se tivesse alma penada? Sem perceber, fui me contaminando com minha imaginação fértil e, de repente, um barulho pertinho de mim.
Bem...não fiquei para ver o que era. Mas posso garantir que eu deveria estar lá no Panamericano nas provas de corrida sobre pedras e salto em cercas. Levei menos de dez segudos para chegar no carro, pulei aquela cerca como se tivesse meio quilo somente e tivesse asas. Não sabia que eu era tão ágil, mas o medo...ah, o medo é exceente para se descobrir talentos adormecidos.
O bar oferece uma casinha para os músicos dormirem que não tem nada. Só camas e colchões. fui para lá, dar uma descansada antes do show, tomei banho, deitei na cama imensa de casal que eu tinha arrumado com perfeição, meus cobertores, tudo lindo. No meio do meu cochilinho, ouço mais um barulho. Puta merda...penso eu. De repente uma coisa pula na minha barriga. Eu berro. A coisa berra de volta. Eu pulo, a coisa pula também. Era uma gata peluda de três cores que habitava a casa e veio conferir quem eu era. Não sei quem levou susto maior, eu o a danada da gata, mas depois desse encontro desastrado ela aceitou esquentar meus pés e eu aceitei dividir o cobertor com ela. Me pareceu justo.
Um frio do cacete naquela terra, puta que me pariu. Ainda bem que fui com tudo que era possível para me aquecer porque passar frio é muito ruim. Não passei frio. Ao contrário, até dei uma suadinha mas eu abusei mesmo de todos os recursos que conheço para esquentar. E foi ótimo!
Mas vale a dica. Quem quiser chegar lá, vá em direção a São Jose dos Campos e procure placas do distrito de São Francisco Xavier, suba a serra sem pressa e esqueça o celular. Se não for Vivo, morre. O meu morreu e eu adorei o recesso telefônico.
Lá é um local para saborear.
Eu bem que aproveitei.

8 comentários:

Ana Paula Xavier disse...

Final de semana de montanha-russa esse, né?
vamos em frente, tô contigo e não abro.
:)

Adriana Barreiros disse...

Essa Tatiana é uma mulé porreta mermo!
É isso aí, amiga... Cê e que nem rapadura: é doce, mas num é mole, não!
bjks cariocas,
Adri Barreiros

anderson.head disse...

nada como a música!!! sim... ainda temos música!!

É isso, feliz é você que tem esse dom, feliz somos nós que podemos ler seus relatos!!

abraço.

Anônimo disse...

Sim, a música é nossa melhor amiga!
:)
Que engraçada é a internet: mal te conheço e já me sinto sua amiga de anos!!! (risos)
Beijãozão!

Anônimo disse...

Isso aí...força!
Má F.

Anônimo disse...

Sozinha ali no meio do mato, provavelmente era um Langanho. Sim, você correu um risco danado. Os Langanhos são vorazes e não perdoam uma critura assim sozinha, metitabunda no meio do mato.

Tatiana disse...

Langanho?
que porra é essa, Fernando?

Claudia Lyra disse...

E quando você vem a Penedo? Eu quéééélooooo!!!!