segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Neste fim de ano eu tive tudo que eu precisava. Tudinho, sem excessão.
Todo ano eu sempre tenho ímpetos de cantar aquelas canções tristíssimas de Natal e me matar metendo a cabeça na rabiola do peru assassinado na véspera. Nesse foi diferente. Primeiro que eu estava na praia, ou seja, estava onde eu sempre deveria estar. Não sei o que eu tinha na cabeça quando parti de Salvador. Uma filha de Yemanjá longe do mar é uma coisa muito esquisita. Então quando eu vou chegando perto da praia, quando eu sinto o cheiro de maresia, aquela umidade salgada me entrando nos poros, vai me dando uma felicidade, uma coisa assim de quem volta para casa e eu to voltando mesmo. Não quero saber de cerveja, de cachaça, de coisa alguma! Eu quero e entrar na água, quero é molhar a bunda, quero e ficar papeando com minha Mãe, pedindo conselhos, ouvindo o som das marolas que batem na areia. Eu fico muito feliz na beira do mar.
E meu Natal foi assim, marítimo e rodeado de gente do bem.
Hoje eu voltei a ser uma morena e não uma beginha escrota, levemente amarelada e eu gosto dessa morenice, gosto de brejeirice brasileira, os ombros brilhando, a marquinha de biquini provando que você ficou ao natural.
Fiz tudo que eu precisava.
Não! Eu não fumei maconha, não fiz sexo com desconhecidos e muito menos com anões bezuntados de manteiga. Eu tive que responder essa pergunta quando eu estava na praia e o povo me ligava para falar aquelas frases de final de ano.
-E aí, Tatiana, fez sexo com desconhecidos?
Não eu não fiz sexo com desconhecidos. Primeiro, isso é uma piada. Uma frase forte de efeito. Segundo porque eu sou muito comunicativa e em cinco minutos já sei de toda a vida, virei amiga de infância, não é mais descohecido e aí não serve. Um anão eu até que encontrei, mas achei que ele devia ter mais de um metro e assim também não vale. Imagine o tanto de manteiga que eu tinha que usar para besuntar talzinho? Nessas épocas de vacas magras, melhor não desperdiçar com luxúrias passageiras.
Nadei, joguei frescobol, fiquei com meus filhos e fiz muita, muita yoga. Devo estar até mais alta de tanto que eu me alonguei.
Tudo de bom.
Fugi da virada do ano na praia.
Uma saudade de minha cama, de meus bichos, eu já tava preta mesmo, imaginava a volta, meu gato miando no muro achando que eu tinha ido embora, as plantas gemendo por água, com aquela chuva toda devia ter meio metro de merda de cachorro no quintal, ai que saudade da merda dos meus cachorros porque pisar em merda de cachorros de outros é coisa muito diferente de pisar nas merdas dos seus entes queridos!
E a saudade da boa música? Chegava a doer! Eu não sei porque diabos todo som alto em engarrafamento de praia é música ruim! Eles não tem vergonha de ouvir bosta aos berros, gente? Que despudor impressionante. E alto! Tem que ouvir bem alto porque ouvir a sua merda baixinho não tem graça, tem que obrigar a praia inteira ouvir junto! E não ache que era só o povão que ouve isso não! 'Magina! Como todas as classes sociais cagam, todas as classe sociais ouvem bosta. Cada carrão, com aquele puta sonzão tocando ( altíssimo, é claro)e era sempre alguma coisa entre axé rebolante, funk fudente ou pagode melado. Com suas variações. Impressionante, realmente.
Cheguei em Campinas quando todo mundo descia para a praia. Acho que dividi a pista com uns vinte carros, no máximo. Me livrei do sofrimento da volta.

Mudando de assunto completamente.
Descobri a solução dos meus problemas: P. A.
Pau Amigo.

Uma opção muito interessante nos tempos de hoje. Não é namorado, não preciso dar satisfação, nem ficar preocupada com que o tal tá fazendo. É amigo ao ponto de eu poder apresentar aos meus amigos, levar pra passar o ano novo junto, poder olhar no olho e dizer realmente o que penso e o que sinto, falar, falar, rir um bocado, sabendo que tem hora e dia para acabar esta festa toda. De preferência morando em outra cidade.
P.A. é assim: você liga, ele aparece, você sabe o que vai acontecer, você quer exatamente aquilo que vai acontecer, ninguém quer casar, namorar, ninguém que nada além do que o outro pode dar. Um peito morno para eu deitar, um olhar cheio de afeto sincero, um abraço que cola coração com coração, um bocado de suor, e a certeza que naquele instante eu sou a mulher mais maravilhosa do mundo todo. Não é tudo?
Aliás, quero fazer um parênteses aqui. Esse é o tipo de homem que, para mim, é o mais especial que existe, o mais sedutor. Aquele homem que sabe amar uma mulher com total exclusividade. Se tá ali, tá ali mesmo. De corpo e alma. O telefone toca? Deixa tocar porque VOCÊ é prioridade número um. Depois pega o mesmo corpo e a mesma alma e faz deles o que quiser, mas naquele instante, consegue fazer uma mulher ficar feliz por ser ela que está ao seu lado, parece que aquele instante e aquele lugar e absolutamente perfeito e romântico. Um homem desse não trepa, faz amor. Quer dizer, até trepa, mas a coisa vem de um jeito que se você se distrair um pouquinho, esquece é um P.A. e quer casar e ter filhos. Tem que ficar atenta porque não pode esquecer que é P.A.
Um homem assim toda mulher deveria conhecer um dia. Mas não ficar com ele, não isso não, porque um homem desse tem que ser utilidade pública e não virar marido. Deus que me livre ter uma marido desses, com esse charme todo e a capacidade de amar tantas mulheres. Mas como P.A, puta merda, não tem coisa melhor!

Então, pra acabar este texto imenso quero agradecer tudo que eu tive e lançar um movimento:
P.A. Necessidade básica de uma mulher moderna.

E Viva 2007 que ele chegou chegando!

Um comentário:

Claudia Lyra disse...

Ai, moça, também amo praia, também amo mar... mas a última vez que vi uma praia de perto foi no carnaval passado...
Quanto ao P.A. Bem... até acho que deve ser muito bom mesmo. Só que, vou te dizer, sou tão distraída que tenho certeza que vou acabar querendo ficar com o sujeito pra mim...