AMIGA PRA TODAS AS HORAS

Então fui lá buscar minha amiga no hospital. Ela estava sentindo dores porque arrancar uma parte do corpo não é mole não. Ficaram só quatro buraquinho, laparoscopia é uma maravilha e ela parecia que tinha parido, andava curvada e hesitante.
E eu lá, dando a maior força. Pega sacola, traz carro, leva pra cá, sobe pra lá.
A grande incoveniência é que para fazer uma cirurgia de retirada de vesícula tem que se injetar gás no abdomen da criatura e quando acaba a cirurgia ficam 20 % de gás dentro da pessoa. Como tudo que entra tem que um dia sair, minha pobre amiga era um peido ambulante!
Dois passos um pum retumbante que, eu tenho certeza, abalou as estruturas daquele velho hospital. Alguma parede rachou!
Sabe aqueles desenhos aimados? Eu estava em um. Cada punzinho, meus cabelos voavam para trás, eu segurava a mão da coitada e com a outra mão livre dava uma abanadinha. Um pum e a pobre saltava uns 10 metros pra cima. Pum. Ziiiimmmm, PUM, fffuuuuuuuu....
Que situação.
E eu ainda tinha que fazer cara de " quem peidou foi ela" quando a gente passava pela recepção e ela metralhando todo mundo. Aquela barulheira terrível, todo mundo olhando de cara feia para a gente, a cadeira de roda ate tremia!
Deus que me perdoe!
Quando deixei ela em casa perguntei se não queria que eu fechassea porta da varanda.
-Mas pra quê? Tá um calor danado!
-Pra você não sair voando varanda abaixo, como bexiga de festa de criança.
Ela riu tanto,mas tanto, que os pontos doeram muito mais e eu tive que sair rapidinho porque eu tenho certeza que ia me jogar um vaso na cabeça.
Ou pior, peidar em mim mais uma vez!!!
Isso que é amiga.