terça-feira, 23 de agosto de 2005

Eu e Silo estávamos em casa de manhã sem fazer nada. Resolvi aproveitar o ócio e produzir ( sábio filósofo italiano) uma canção em 6/8. Nunca tinha feito música assim. E estava lá, tililim, tililim, tililim...Ô Silo vem cá ver o que eu fiz! Ô Silo, vem aqui.
E lá veio ele: a cara amassada do travesseiro, tão animado quando uma tartaruga...Aquela cara de quem está dizendo: mas o que que você quer, mulher chata dos infernos?? Não me dá sossego!!!
Pois é...Não dei mesmo.Foi praticamente obrigado a escrever esta letra sobre a música que eu tinha feito.
Silo é um letrista muito peculiar. Eu digo a ele que preciso de tecla SAP pra entender. Limitação minha, não dele!
Mas está tudinho lá...danado este moço...


ABSURDO
Tatiana Rocha e Silo Sotio
Julho de 2005


O BEIJO VELADO QUE ARDE ACALANTO
O OLHO TRASPIRA E ANTECEDE A RAZÃO
O ATO SE ESPALHA DE ESPANTO
SE FAZ RIO E TRANSBORDA GROTÃO

AI, CORRE O TEMPO PÁRA O TEMPO
SERRA O MANTO QUE TURVA A VISÃO
MARCA O PASSO, ABRE A PORTA
O VISLUMBRE DO FARDO E A CANÇÃO

E O QUE QUEIMOU: O MEU DESENCANTO
QUE EM ANTES PENSAR MALDIÇÃO
E O QUE CONDUZIU SE DIZ LIVRAMENTO
E CUMPREIU SUA DADA FUNÇÃO

SEM QUERER FELIZ TALVEZ
NO INSTANTE DISTANTE ABSURDO
ABSURDO O INSTANTE SE FEZ


Isso aqui ficou muito bom! Gravamos no DVD, assim quase sem ensaio. Mostrei pra banda e os meninos piraram, já sairam tocando, o arranjo nascendo ali, na nossa cara, sem prensar muito.
Muito legal..
Nessas horas é que é bom ser artista...

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