Sobre o cd DEDO DE MOÇA

DEDO DE MOÇA
Sincopa
2011

Meu último trabalho musical já tinha sido lançado há dois anos e não dava mais para deixar pra depois. Era a hora de começar a pensar no que eu queria para o novo CD.
Música eu tinha aos montes, muitas parceiros surgiram, alguns que me davam letras para eu musicar, outros que eu escrevia sobre as melodias, músicas nasceram comigo somente, naquela solidão criativa que eu adoro. Música para gravar não era problema, a questão mais importante era que textura sonora o CD teria, que formação, que som eu queria que soasse agora, nesse meu atual momento musical. Não queria me repetir, não queria uma sonoridade parecida com os outros trabalhos. Sofri horrores para conseguir entender o que eu precisava fazer.
Até que um dia, tudo se encaixou perfeitamente. Finalmente eu entendi! O que eu precisava fazer era um CD que desse uma ênfase às possibilidades rítmicas, que tivesse groove, molejo, aquele tempero brasileiro mesmo, aquela coisa brasuca que eu adoro. De certa forma esse CD que estamos trabalhando agora fala de toda a minha memória afetiva musical, coisas que eu ouvia quando menina lá na Bahia, coisas que meu pai ouvia em casa, o nordeste brasileiro que existe em mim.
Convidei Cris Monteiro para participar do CD porque ele tinha exatamente o perfil musical que eu queria no som. Brasil total. Brasil que muito brasileiro nem conhece direito, mas ainda assim Brasil. Meu Brasil.
Juntos, pensamos música a música, o que seria possível fazer, ritmicamente falando. Algumas músicas que nasceram de uma forma viraram uma outra coisa, diferente, misturada e, principalmente, inusitada. Gostei disso. Banco esse negócio de sair do óbvio.
Já conheço Cris há muitos anos, tocamos juntos o repertório do primeiro CD, depois ainda o do segundo CD e já tínhamos gravado juntos no CD infantil Cantanças. Perdemos contato quando ele foi morar na França e assim que eu soube que ele estava de volta entrei em contato porque eu sabia o que ele poderia trazer para essa minha nova fase musical. Começou aqui uma parceria na produção deste CD e, para o meu deleite, viramos parceiros em duas canções que serão gravadas agora. Toda assinatura percussiva é do Cris e eu me divirto muito vendo as pirações dele.
Samuel Dexter também tinha trabalhado comigo em todos os shows do infantil que rodou pelo estado de São Paulo. Já tínhamos gravados juntos em uma trilha de teatro que eu produzi e eu achei que a combinação de nós três daria um som especial, já que Samuel é um pianista extremamente percussivo que trata as harmonias de uma forma muito interessante e assim como eu e Cris, tem uma relação muito forte com a música brasileira.
Assim começou a nossa viagem musical.
Decidi que queria um CD gravado ao vivo, no estúdio, e que não seriam feitas coberturas. Ou seja, gravaríamos todo mundo tocando junto, sem colocar mais instrumentos depois. Queria essa coisa orgânica mesmo, real, onde se ouve aquilo que os músicos podem fazer ao vivo. Um som natural e ao mesmo tempo vigoroso, ritmado.
Quero gravar dez canções com essa formação mesmo: voz, violão, piano, sanfona (que Samuel também toca) e a percussão muito doida do Cris.
É isso que vocês vêem aqui. Nossa loucura criativa, muita música, muito bom humor e, principalmente, muito respeito pela música brasileira!

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