quinta-feira, 8 de outubro de 2009

felicidade em horinhas de descuido

Eu tinha tudo pra estar meio de bode: o dia cinzento, o buraco na conta do banco, o frio nas costas, as incertezas, as dificuldades.
Realmente eu poderia estar aqui choramingando mas não tenho nenhuma vontade de fazer isso.
Tô feliz com o som do cd. Tivemos ensaio lá em Pira, na casa de Samuel, o som tá tomando forma. Me diverti vendo Cris pirar na batatinha quando acabamos de ensair e pegamos estrada e de repente ele resolveu mudar as levadas e ficava batucando no console e me pedia: canta aí! E eu cantava e ele batucava. Me deu certo nervoso porque chovia horrores e eu tinha a impressão que ele estava mais batucando do que dirigindo.
Samuel pensando harmonicamente é uma coisa deliciosa de se ver. Aliás, acompanhar as pirações é uma das coisas que mais me diverte.
Ontem eu fiquei vendo os videos que fiz quando estava compondo algumas músicas. Engraçadíssimo. Perturbador também.
Hoje, mais tarde, terei novidades lá no site oficial. Finalmente abriremos uma aba somente para o cd novo, as fotos, alguns videos, mostrando o processo todo.
Houve uma grande alteração no som que eu ainda não tinha falado. De agora em diante seremos só nós três, eu, Cris e Samuel. Ou seja, voz, violão, teclado ( Samuca também vai tocar sanfona) e Cris com sua percussã maluca. Isso que eu chamo de som suscinto. Não dá pra acertar a agenda de todo mundo e isso me deu no saco. Fazer o que, né? Adaptação é tudo nessa vida.
Por essas e outras que eu to feliz.
Penso aqui se sou uma mulher estranha por ficar feliz, suficientemente feliz ao ponto de não me importar com as outras coisas que faltam.
Moro em uma casa que vive cheia de gente, que é riso só, gargalhadas sem fim. Moro com uma amiga de mais de vinte anos, daquelas que nem preciso falar nada, nem ela, tudo é dito com o olho e com o coração. Tenho amigos que eu sei que gostam de mim e que se eu precisar deles estarão aqui do meu lado. Meus filhos estão bem, lindos e fortes. Ninguém come coco nem rasga dinheiro nessa família. Coisa boa isso levando em consideração que tem gente maluca demais no mundo. Trabalho, sou reconhecida pelo que faço, sou querida pelos meus alunos, apesar de me chamarem de professora maluquinha. Injustiça. Não preciso fazer chapinha no cabelo pra ficar bem, nem pintar preciso ainda ( mesmo porque aquela henna que comprei não serviu de nada. desisti) e, no auge dos meus 42 anos, ainda recebo cantada no trânsito ao ponto de me fazer sorrir feito besta. Não tenho celulite que me envergonhe. Posso estravasar minhas paixões na música e na escrita, meus escapes criativos são libertadores. E sei que tem gente que me ama, dentro de todas as possibilidades que o amor se apresenta. Por exemplo, meus cachorros me adoram, todo mundo vê isso. Não se regula amor, meu bem. Aceito amor doado com o peito aberto. E eu tenho um coração valente que não desiste nunca! Caio, me estaboco toda, me ralo inteira, mas levanto, rindo do meu tombão e vou que vou!
Porra, isso não é o suficiente pra se acordar feliz, mesmo no meio dessa confusão toda?
Pois é.
Tudo é uma questão de ponto de vista.
Olho por cima das nuvens cinzas e lá em cima o sol brilha. O sol sempre brilha.

3 comentários:

Marina F. disse...

tô louca pra ver este cd!
bjs.

Anônimo disse...

mesmo pq ... " tudo é uma questão de manter , a mente quieta , a espinha ereta e o coração tranquilo" .. e isso ,minha querida Tati , vc faz muito bem...bjs mil..Gô

Ju Hilal disse...

Ô coisa boa de se ler... Você é muito querida, minha amiga.
E o som está ficando duca.
Orgulho enorme de vocês.
Beijos