domingo, 9 de agosto de 2009

De certa forma, acalmei.
Quer dizer, eu calma ainda sou muito mais pilhada que a maioria das pessoas, mas eu estava por demais enlouquecida.
Sexta fechei com o estúdio, defini que vai ser no Sincopa mesmo e aí eu serenei.
Precisava comemorar isso, né?
Saímos eu e Sílvia para a Cooperativa pra dançar forr´. E tô a dias querendo me acabar na dança. Qualquer dança, mas eu precisava chegar ao osso, precisava tirar a última gota de suor porque era isso que e necessitava.
Fomos. Chegando lá uma pista de dança que parecia mais um show aeróbico de forró universitário. Puta merda, aquilo é coisa por demais profissa pra uma forrezeira básica como eu. Eu e Sílvia simplesmente amarelamos. Eu confesso que medrei. Aqueles giros todos, aquele tão de homem puxar a mulher pra cá, pra lá, braço pra cima, braço pra baixo.Eu, desse tamanho todo, é muito fácil me estabocar no chão e ainda levar junto comigo o meu par. Cruz credo, isso aqui parece reunião de alunos de dança de salão!
No meio da muvuca acho um amigo e pergunto:
-Você dança desse jeito aí do povo?
-Eu não! Isso aí é muito complicado!
-Graças a Deus, uma pessoa que dança forró normal!
Agarrei o moço e lá fomos nós, meio no cantinho, meio escondido, forrozando. Uma hora ele dançava comigo, outra hora dançava com a Silvia. Chega Cris. Oba! Mais um " normal" pra dançar!
Cris não é de grandes rebosteios no forró, mas tem, como ele mesmo diz, a "magrelagem" e aí começou. Depois de entrar no salão pelas mãos do Cris, a pista abriu. Ou seja, começa a pintar convites pra dançar. Todo mundo fica se sacando. Quer dançar com quem sabe, com quem parece que tem jeito. Adorei!
Adorei o fato de não ter sacanagem ali, quem vai, vai pra dançar e o negócio é dançar, não é ficar xavecando. Adoro isso!
Adorei essa gentil cordialidade de pedir pra dançar junto, agradecer a dança e pedir outra pessoa pra dançar.
Percebi uma outra coisa muito interessante. Ali, naquela pista os homens sabem exatamente o que tem que fazer. ali, Eles comandam e ficam totalmente satisfeitos com isso. Lidar com homem que sabe o que tem que fazer é uma coisa rara hoje em dia.
Teve uma hora que um negão cok uns braços de carregar saco de café quis dançar comigo. Veio meio esquisito, cheio de coisa pro meu lado. Pra sair dessa vibração eu comecei a puxar papo e pedir que me ensinasse a fazer determinadas coisas, relacionadas à dança. Ele me ensinando. Aí uma hora e entendi uma cosa errada e perguntei a ele se naquela hora ele queria que "eu" conduzisse ele. Recebi um "NUNCA" no meio da cara, como se eu tivesse pedindo pra passar a mão na bunda dele, ali no meio do salão. Nunca, jamais, em tempo algumn, em nenhuma circunstância a mulher leva o homem, isso é ponto pacífico que os homens simplesmente necessitam. Na mesma hra e disse "sim, senhor", "não senhor, nunquinha em minha vida vou querer conduzir homem algum neste sagrado espaço de dança, quem manda aqui é o senhor, perfeitamente".
E assim foi. Me deixei conduzir a noe toda e devo dizer que gostei muito disso.
Dancei da meia noite até as quatro da manhã. Cheguei com casa com o pé todo ferrado, esfolado, dolorido, mas eu sorria, feliz.
E decidi: eu vou aprender a dançar aquele negócio, mesmo achando um tantinho exagerado. Mas que eu quero aprender a dançar forró universitário, ah, eu quero.
Amei!

2 comentários:

claudia lyra disse...

Quando pego um aluninho novo na aula de forró, sempre digo: prepare-se, moço, porque aqui é você quem manda. E eles ficam rindo, achando engraçado, mas é verdade mesmo: pelo menos no forró, quem manda é o homem. É muito interessante ver como isso ajuda na auto-estima do cara.

Marina F. disse...

amiga, adoro dançar forró.
já fiz aula e tudo. faz tempão que eu não vou....vamos juntas qualquer dia?
bjs.