domingo, 23 de agosto de 2009

as coisas que acontecem só comigo

Estava eu cansada. Quinta tinha dado aula, tocado e depois ido a Casa São Jorge, como contei aqui. Abusei um pouquinho.
Sexta dei aula aproveitando tudo que eu tenho ouvido. Até levada de pandeiro de capoeira eu passei pros meus alunos. Ou seja, estava cansada.
Chego em casa as seis horas da tarde, tinha visita aqui, um povo que eu não conhecia. Entrei na cozinha e dei de cara com uma moça mais bêbada que peru na véspera de Natal, doida, doida e com os peitos de fora. Isso mesmo. Na minha cozinha uma ilustre desconhecida estava com as peitolas de fora, se esfregando em um outro moço que eu nunca tinha visto e que parecia absolutamente constrangido com aquilo tudo.
Assim que me viu, a moça partiu pra cima, cheia de afeto. Aquelas peitcholas branquelas balançando em minha direção, aquela cara de Pomba Gira desvairada.
Ave Maria!
A moça começou a beber em casa as quatro da tarde e as seis já estava naquele estado. Muito, muito doida.
Como não era visita minha, sai de fininho, mas aí fiquei com pena e resolvi dar uam força porque uma mulher pelada na minha cozinha, de certa forma, pega mal.
-Minha filha, bota blusa que está frio pra caralho! Assim você vai resfriar. Imagina só, pra você estar desse jeito, deve estar na merda. Na merda e ainda com gripe suína, vai ser de foder segurar essa onda. Se veste, minha filha!
Não adiantava. A moça queria mesmo esfriar as tetas. O fogo dos infernos queimava dentro dela.
E se esfregava em mim, e se esfregava no outro que pareceiaque queria entrar dentro da garrafa de vinho, de tanta vergonha. Uma babilônia!
-Ó, o jeito é dar um banho nela. Se for preciso, coloco no ombro e carrego pro banheiro. Faz um café de bêbado, bem forte, pra ver se rebate esse porre fenomenal.
E lá fui eu pro banheiro arrastando a moça. Tirei a roupa da mulher. Levei umas duas passadas de mão na bunda. Que é isso, companheira? Não, não, não, na minha bunda não! ai, ai ai, tá machucando, minha filha. Olhe, deixe disso. Você vai ter uma ressaca moral, mas uma ressaca moral que vai até doer".
Boto a tal de baixo do chuveiro meio frio pra ver se corta o porre. Não adiantou nada! Tiro a mulher do box, enrolo na toalha, carrego pro quarto, jogo na cama. Ela pula em cima de mim, eu empurro outra vez. Levanto os braços dela pra colocar a camisa, levo uma peitada direto na cara, visto a camisa, coloco a malha de lã, ela dá um salto, senta no meu colo a cavaleiro, pelada, pego ela pela cintura, "assim não, assim eu vou ficar brava, desce de cima de mim, não, não esfrega a minha cara desse jeito, sim, sim, você também é uma pessoa linda, mas de porre fica meio difícil perceber isso. De jeito nenhum, seus peitos não cairam, só estão meio tristes. Cade a calcinha? Perdeu a calcinha? Bem, fica sem calcinha mesmo. Põe a calça. Não minha filha, a calça a gente veste pelas pernas. Isso, tá ótimo. Pera aí que eu vou secar seu pé pra botar meia".
Ela tenta me agarrar outra vez e escorrega no chão por causa da meia, estaboca feito pacote flácido, um barulhão. Agora acalma, penso eu.
Acalmou. Deitou na cama e eu fui avisar ao povo que ela estava mais calma, mas aí eu lembrei que bêbado vomita e voltei pra ver se ela estava bem.
Entro no quarto e dou de cara com o maior fiofó exposto que eu vi em toda minha vida. Quase caí pra trás coma quela visão dos infernos. Ela tinha tirado a calça assim que eu virei as costas e deitado na cama outra vez e parecia desmaiada.Uma pose de depilação total, um cu na friagem, uma xoxota bêbada, um horror. Na hora me lembrei da frase célebre que minha mãe sempre me falou: " cu de bêbado não tem dono" e fiquei pensando que quem tem cu deveria ter medo. Aquela moça estava absolutamente ...destemida!
Vou capengando, a mão tentando tapar a visão daquela bunda branca, bêbada, toda arreganhada pro meu lado, deusdocéu, jogo o cobertor de qualquer jeito e volto, cambaleando, pra cozinha pra avisar que ela tinha dormido mesmo mas que estava lá com o cu de fora. Passei a bola. Agora é com vocês.
No fim, não tinha dormido nada, fez ainda uma confusão do cacete aqui em casa e quando foi embora eu já estava dentro do meu quarto agradecendo esse meu momento "ternurinha", essa fase de amor pra dar porque se fosse nos tempos normais, ela teria levado um belo de um cascudo pra deixar de esfregar peito em minha cara. Mas como eu estou assim, cheia de amor e piedade pra dar, relevei.
SalDo dessa brincadeira: um arranhão na minha bunda, um colar quebrado, um monte de roupa pra lavar ( tudo que ela tocou foi pro tanque por pura precaução), uma defumação na casa pra ver se afasta aquela energia exúdica mal aspectada e uma imagem que não me sai da cabeça - aquele brioco pelado!
Por que que isso aocntece só comigo???
Me conta! POR QUÊ????

6 comentários:

Menininha bossa-nova disse...

Hahahaha, ler essa história também é bom, mas ouvir você contando e dizendo "Um cu na minha casa!" ainda é melhor. Hahahahaha...

figbatera disse...

Caraca! Essa foi demais...

Anônimo disse...

hahahahahahahaha!!!!!
Você escreve muito, Tati! Estou vendo a cena e rindo demais!!!!
beijos, Lélis

Sandra Maria disse...

Sua casa é assim ... se, cercar vira hospicio ... se cobrir, vira circo .... adoro imaginar a cena.
ahahahahahahahahahahahahahah!

Fernando disse...

Ah, Tátil Ana... Putz... como dei risada, lendo o texto, mas, acima de tudo, imaginando as cenas... Por te conhecer um tanto, não me é difícil imaginar também as caras que você deve ter feito, além das cenas em si... Seu blog é um livro... Dinâmico, vivo, coisa que se mexe, que fala, respira, anda, e, o mais legal: alimenta a gente... Adoro!

Cristiano Gouveia disse...

Pois é. Nem sempre ter o cu virado pra lua é legal...