quinta-feira, 25 de junho de 2009

Meus alunos e a apresentação de fim de semestre

Amanhã é dia de apresentação de fim de semestre e todos estão em expectativa. Eu também, é claro. Estamos ensaiadinhos, nada foi deixado pra lá. Ensaiamos a música, como se entra no palco, como se agradece, como se comporta, o que não pode fazer.
Aliás, isso é uma coisa importantíssima que pode parecer bobagem mas tem muita gente que esquece. Quando eu falava as coisas que não são elegantes de se fazer no palco, meus alunos morriam de rir porque parecia um exagero eu ter que dizer essas coisas.
Por exemplo:
-Não pode coçar o saco.
Óbvio, não é? Não, não é! O que tem de homem que se esquece que não está em sua a casa e tasca a mãozona nas partes pudentas e fica naquele mexe, remexe que a gente até pensa que alguma hora vai ter um saco arrancado do corpo e rolando no chão! Coçar o fiofó está completamente fora de questão!

-Ajeitar calcinha também não.
Tá incomodando? Aguente até o final da canção mas não meta a mão na calcinha pra ajeitar nada! Isso serve pra sutiã, enchimento de peito e de bunda, perna de pau, olho de vidro, implante peniano, seja lá o que você tenha que esteja fora do lugar na hora de cantar. Arrume antes pra não passar agonias.

-Tirar meleca do nariz é absolutamente proibido, não tem perdão.
Isso lá é hora e lugar?

-Cair do palco também é uma coisa que é bom evitar.
Tá bom, você vascilou e estabocou-se no chão. Se você se machucou mesmo, fique deitado e espere atendimento. Não tem jeito, lá se foi sua apresentação. Ferrou tudo. Mas se foi só uma quedinha besta, levante, sacuda e volte. Se tiver mais gente cantando com você, eles continuam sem a sua presença. Se for um solo, você recomeça a música depois de pedir desculpas, fazer uma piadinha, sei lá, se vira mas não deixe o show terminar. Mas depois aguente porque a gozação é inevitável. Ria junto com o povo. Se não podemos com eles, nos juntamos a eles.

-Xingar se alguém que errou a letra ou entrou fora do tempo também não pode.
A gente faz cara de paisagem e finge que aquilo é um arranjo moderno. Fica na sua e não dá bandeira que errou. Depois a gente come o fígado do distraídinho mas no palco, não!

-Errar e amarelar.
Quem não erra nessa vida? Então se você já começa errado, pare e recomece. Se foi mais pro meio, tente manter o sangue frio, acerte e continue. O que não pode é errar e travar, ficar lá, paradã com cara de coió. Segura a onda!

- Se achar.
O que é isso? É acreditar que só porque está em cima de um palco cantando ou tocando é alguma coisa de especial. Não, não é. Você é comum, é normal como outro qualquer. A única diferença é que você faz música. Não fique besta, metido, convencido, pretencioso. Isso é chatíssimo.

Seguindo estas recomendações, tudo dará certo.
Se algum dos meus alunos esquecer essas pequenas dicas, eu juro que mato um.
Esse foi o ensaio geral. Morro de orgulho deles.






Um comentário:

Anônimo disse...

Preciso conversar exatamente sobre isso com você!!!
Vamos trabalhar juntas...
Te escrevo, estou correndo super, mas entro em contato...
Beijos
Carol Signori
(casignori@gmail.com)