domingo, 15 de março de 2009

Tarô X Jujups

Tudo começou em Paraty, no carnaval. Éramos quatro: eu, Carô e as Julianas.
- Vamos jogar uma partidinha de alguma coisa?
Parecíamos pinto no lixo! Oba! Joguatina!!!
Na hora de escolher as duplas, a frase foi dita por uma das Julianas:
- Se nós ficármos juntas ( as Julianas) vai ser desleal porque a gente ganha todas quando jogamos juntas. Melhor separar.
Olho para Carô. Ela olha pra mim. Um risinho discreto e escroto nasce no canto da minha boca.
- Não, precisa não. Vamos ficar com as duplas formadas. Eu e Carô, você e Juliana.
- Olhe que a gente é foda. Melhor separar.
Resolvemos acreditar que a experiência e maturidade ( nós) leva a melhor entre a juventude e a falta de modéstia (elas).
Primeiro jogo foi um tipo de mímica para descobrir músicas. Pra descobrir música! Eu e Carô fazendo MÍMICA pra descobrir MÚSICA! Eu praticamente convivi com Carô, naqueles anos todos de cantoria em bares, dividindo casa, frequentando bares, botecos e afins, conversando com ela através de grunidos, resmungos e olhares. E eu e Carô temos algum conhecimento sobre música. Aliás, Carô fez história. Mestrado relacionado à música. E temos mais de vinte anos de amizade. Juntando isso tudo à vontade de dar uma lição naquelas moças novas muito mal acostumadas, fomos ao jogo.
Não quero me gabar nem ficar sacaneando as Julianas, mas meu grito de guerra no final do jogo foi : CHUPA, PORRA!
SIM, nós ganhamos. Mesmo com Carô tendo dificuldade de ler aquelas letras miudinhas e eu sempre me esquecendo qual o nome da música, nós ganhamos. Nossa mímica era mais comedida, mais efetiva, afinal, nós, a velha guarda , podíamos ter um travamento de coluna, uma distenção muscular, um ataque cardíaco, um derrame. Sim, sim, nós ganhamos mesmo quando erramos uma canção, mas, cascetada, tinha que jogar dados e nos dados eu confesso que sou meio sortuda, li muito aquele livro " Como usar a força da mente em jogos ". Eu nunca li em manual nenhum que é proibido usar de mandinga em madrugadas de jogatina. Cada um usa o que tem, né? Melhor que ganhar, mas muito melhor mesmo que ganhar, foi ver a cara das duas Julianas. Não existirá satisfação maior do que ver a cara de cu das duas.
Passou e não ficamos fazendo fusquinha. Pra quê, né?

Passou-se um tempo. Lá fomos nós outra vez para um domingo de baralho, álcool e nicotina.
As duplas já tinham até nome. Tarô ( Tatiana e Carô) que é absolutamente perfeito e Jujups...não sei se é Jujubs, Jujupas, Juju e seus balangandãs. Mas o nome não importa. O que importa é quiseram mudar o jogo. Cartas agora. Veja se uma dupla que ficou com o nome de TARÔ teria algum problema em jogar cartas. Buraco, mais especificamene. Depois de três partidas de buraco que só valia lavadeira de ás, não entrava coringa, duas moças viciadas em jogos que falam pra cacete durante o jogo tiveram que ouvir, um pouquinho mais alto desta vez:
-CHUPA, PORRA!

É...desta vez a cara de cu foi ainda melhor. Hilal tentou se matar comendo o papel onde controlávamos os pontos. Palermo lembrava de jogadas lá de trás e reclamava da parceira. Elas brigam entre si enquanto eu e Carô fazemos aquela linha " tudo bem, parceira, na próxima a gente recupera". Parece que deu certo a nossa técnica. Uma dupla não briga entre si jamais.Eu fazia a minha dança da vitória e Carô, sentada, mexia somente as sobrancelhas, para não cansar.
Resultado:
TERCEIRA IDADE : 2
JUVENTUDE TRANSVIADA: ZERO.

Hoje tem mais uma tarde de jogos e eu e Carô decidimos que tá na hora de deixar as meninas levarem a melhor. Para evitar que a amizade relativamente jovem delas( cerca de cinco anos somente) não seja destruída por causa de uma bobagem que é um jogo. Tá decidido que vamos facilitar, deixar passar umas cartas, desenvolver uma crise de Alzheimer, uma hérnia de disco, de cd ou de mp3. Não importa. Vamos dar uma aliviada.
Podemos perder todas as próximas rodada de jogos porque a satisfação de ter ganhado de prima e ter dado uma lição nessa nova geração é realmente muito melhor que qualquer outra vitória.
Algumas coisas realmente não tem preço.


10 comentários:

Claudia Lyra disse...

hauahuahauahauha... adoro quando isso acontece!!! Volta e meia faço isso com meus meninos, hahahahaha...

Menininha bossa-nova disse...

Senti um certo medinho, heim?? Já tá se aliviando da derrota que vaai rolar hoje, é?? Já tá dando desculpinha? Hihihihi...

figbatera disse...

Hehehe! Muito bom, me diverti com esse caso.
Mas não judia tanto das meninas,tá?

Carô disse...

Todos juntos, agora, de novo de mãos dadas e com amor no coração; "we are the best, we are the world, we are the children"!!!

Tatiana disse...

HAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAH

Cláudia, então você me entende!!

Tatiana disse...

Menininha,
Cadê a bossa nova?
Lá lá lá lá
( dança da vitória)

lá lá lá lá lá
( rebolada pro lado)

lá lá lá lá lá

(descida até o chão)

ui ui ui ui

( volta com o joelho doendo pra caralho)

Tatiana disse...

Carô

We are de children é meio que forçar a barra!
HAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAH

Afe Maria...acho que com isso vai da pra gente sacanear elas por uns seis meses...delícia.

Tatiana disse...

Fig,

Não judiamos além do necessário.
Vou te contar um fato pra você ver como o negócio é sério.
Hilal veio aqui em casa nos buscar. Meu amigo Rafael estava aqui também e se mostrou interessado em participar da jogatina. Eu sugeri que ele arranjasse mais três pessoas e formasse uma equipe de mímica para jogar contra eu, Carô e as Julianas.
O que a Juliana Hilal fala???
- Ixi, vão se ferrar porque a gente é foda!

Ou seja, ela tem uma dificuldade em aprender as lições. Se não aprende pelo amor, aprende pela dor.

Ju Hilal disse...

Mas aprendo.

Quando mesmo a gente vai enfrentar a pobrezinha da, quero dizer, a equipe do Rafael????
Hahahahahahaha
Cabeça dura do inferno, essa minha.
Vai tomando.

Tatiana disse...

E CACETE.VIU!