terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Voltei de viagem bronzeada, equilbrada, toda feliz.
A casa cheia de amigos, a máquina lavando roupa de viagem, aquele cheiro de sabão em pó perfumando o ardim, o sol ainda quente.
Agora eu podia beber uma cervejinha, tô em casa, to sussa, to entre amigos.
Bebi.
Bebi duas cervejinhas e fiquei nenem. Aquele momento que antecede o " te considero pra caralho", rindo à toa. Tudo era lindo, a vida era linda, meu amor transbordava.
Caramba! Tem o encontro dos músicos para arrecadar fundos pro povo de Santa Catarina! Esqueci!
Decido que não vou. Tô cansada, meio grogue. Vou não! Vou ficar em casa!
Fui chantageada, forçada e convencida que eu tenho que ir. Fui. Afinal, estava cheia de amor pra dar. Por que nã dar pro povo de Santa Catarina?
Fui mas fui meio que balançando pra um lado e para o outro. Eu que nunca bebo, quando bebo fico chapadaça!
Um monte de músico amigo, a maior festa. E eu pensando que sóbria já esqueço letra que é uma maravilha, bêbada..afe, tenho at medo.
Me colocam no palco pra tocar. Canto. Esqueço só uma estrofezinha. Resolvo explicar a situação.
Bem..tem horas que a explicação só complica ainda mais.´Uma turma de mocinhas gargalha com minhas frases explicativas. Nem me lembro o que disse. Mas devoter dito alguma coisa desnecessária. Sou bêbada prolixa!
Desço do palco, titubeante.
Uma doida me agarra a mão, tasca a babar nela, pergunta meu signo, me fala umas coisas malucas, me chama de sei lá o que e sai. Fico olhando e pensando se aconteceu mesmo o se é delírio.
Uma fome imensa.
Todo mundo me soca um copo de cerveja na mão e eu dizendo que estava meio bêbada, que era melhor parar. Ninguém deu bola.
O mundo balançava de uma forma ameaçadora.
A frase de minha mãe retumbava em minha mente:
-Cu de bêbado nao tem dono! Nã tem dono..nã tem dono..não tem donoooooooooo!
Saio do bar arrastando as costas pelas paredes, precaução nunca é demais.
Chego em casa e desmonto.
Agradeço por ter amigos cuidando de mim. Alguém me cobriu e nem me lembro quem foi.
Acordo com uma leve dorzinha de cabeça.
Faço a prova da auto escola e acerto 29 das 30 questões. Me sinto um gênio em matéria de legislação de trânsito.
Uma garrafa de cerveja na geladeira me sorri.
Bato a porta com força na cara dela.
Sai de mim, tentação.
Deito pra dar uma descansadinha. Mais uma.
À noite tem mais. Toco na Casa Sã Jorge.
Será que aguento?
Aguento sim. Só à base de coca-cola.

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