domingo, 24 de agosto de 2008

Resposta a um comentário

Anônimo Zéfirando disse...

Garota, como vc pode derramar o seu coração assim?
Parece mel escorrendo do vidro.
Parece vidro.
Leio vc eNquanto escuto Caetano cantando: A purezaq desse amor espalha espelhos pelo carnaval...
É coincidência?
Sincornidades...
E eu q pensava como contar para um amigo (telefonei e a secretária atendeu, doeu...)
- Oi Boneca, acordei e tive um dia normal, joguei poker a grana, pela internet, dez horas até ficar com nojo, vi as meninas ganharem o ouro e pirei, torço por elas total, há anos, comi uma feijoado, bati duas punhetas prá relaxar, ouvi
Carlinhos Brow cantando sobre a solidão, na hora em q chorava pela primeria vez de saudade de meu melhor amigo,morto há dois anos.
Só depois que engoli um soluço, masculinamente (para meu espanto), e mastiguei um choro xingado,percebi que ele falava da solidão.Carlinhos é um irmão.
Derrubei dois caipiras de Absolut, xik demais, na solidão da casa às cinco horas, anoitecendo e joguei bola na sala com a cachorra Layla.
Agora escuto um som altíssimo, e leio Tatiana depois de um longo tempo distante, e vejo q ela é a Persona feminina.
A mulher q eu seria.
Claro q vc sacou antes, quando me disse q ficava com medo de ver como éramos parecidos.
Querida, vc é uma lente Zeiss, uma vidro de áqurio quebrando e espalhando os peixihos na sala.
O carpelte do do coração vai ficar cheirando um porrilhão d tempo depois de te ler.
Depois de te ler.
Tati se vc não existisse o mundo era uma merda.


Anônimo Zefiralho sem zem disse...

Tati, só Cássia mesmo, enqunato te escrevo.
Puta, como esse texto estava louco!
A gramática se fudeu.
Claro q a quantidade absoluta da Absut foi mal carculada.
Ô vida...
A história do anão é do caralho!
Nunca li, ouvi ou imaginei nada ligeiramente parecido!
Show!
Eu posso?
Como pude viver longe do seu blog?
Vivendo e não aprendrendo...


Anônimo dpto. pessoal do Sr. disse...

O cara da revisão foi demitido por jusat causu.

Chego em casa agoniada com aquele barulho estranho no carro. Acho que a escapamento foi pro buraco. Bosta.
Levemente irritada.
Dou aquela conferida básica nos email's - tanta merda me mandam - e vejo que um velho conhecido baixou no blog hoje.
Meu astral mudou.
Comecei a responder lá mesmo, nos comentários. Mas aí percebi que não dava pra ser assim.
Vamos lá.

Zéfiro,
Quando você apareceu por aqui fiquei com medo de ti. Medinho, claro, mas você chegou metendo o pé na porta, atiçando a Pomba Gira que habita em mim, queria que eu escrevesse mais sobre sacanagem, direto e reto.
Fiquei pensando que devia ser mais um punheteiro virtual, desses que dão aos montes.
Aí você foi amansando. E aí surgiram outros comentários engraçadíssimos, divertidos, espirituosos. Ri muitas vezes te lendo aqui.
Sumiu.
Aparecia do nada. Sumia.
Hoje me deixou o mais impressionante comentário que eu recebi em todo o tempo de blog.
Sim. É óbvio que você estava bem doidão e agora deve estar com uma ressaca dos infernos, a Layla lambendo a tua cara e um gosto de guarda-chuva de bisavó na boca. É claro que a junção do álcool, com a música, com essa emoção toda fez com que você escrevesse tudo isso. Mas isso não tem a mínima importância.
Me emocionei.
Me emocionei em ver um cara de peito aberto. Exposto. Eu gosto disso, se não gostasse não teria um blog, não seria compositora nem cantora.
Me emocionei em ler as coisas que você escreveu sobre mim.
Me emocionei por conseguir te ver em sua casa, o momento de solidão, senti a vibração do som alto batendo no peito, a agonia, o choro, a força pra sair disso tudo. O impulso da mão escrevendo loucamente - escrevo exatamente assim quando estou no msn e me empolgo ...mentira..até aqui eu escrevo assim e mando a gramática se fuder - e os pensamentos correndo pela sala. Cheguei a ver a cachorra te dando um olé.
Me emocionei com teu choro.
Me emocionei com a tua doce loucura.
Me emocionei pensando aqui que as coisas que eu escrevo tão despretenciosamente podem tocar uma outra pessoa, podem emocionar, podem mexer. Cacete..que loucura isso. Eu não tenho a mínima idéia do que acontece depois que as coisas que faço estão no mundo. Saio por aí invadindo retinas e ouvidos. Me metendo pelas frestas sem saber que to fazendo isso. Essa é uma sensação impressionante.
Pontes. As palavras são pontes. Pontes entre a minha emoção e a sua emoção. As suas palavras e as minhas palavras. Um monte de ponte pra todo o lado.
E eu aqui, sentada diante do meu monitor jurássico, fumamando um cigarro atrás do outro porque estou pensando em muitas coisas ao mesmo tempo. Sentindo muitas coisas ao mesmo tempo.Tristeza. Alegria. Surpresa. Ternura.
Você foi absurdamnete poético. A poesia bêbada e insana de Bukowsck. Devia estar com um encosto dele, não é possível. Com encosto ou não, posso dizer que foi a coisa mais poética que eu já ouvi sobre mim, falada ( escrita, no caso) de uma forma completamente louca que me tocou profundamente.
Tô aqui meio besta ainda. Um vontade idiota de chorar porque eu quase nunca choro e quando choro, choro sentido mesmo e fico aqui pensando que pode ser um comentário desse seu que tire o dedinho do menino lá do muro da minha represa e eu me alague toda, encharque a minha sala, meu quintal, minha rua toda. E tudo vai cheirar a mim. E eu fico pensando nos peixinhos do aquário e me dá mais vonatde de chorar porque os peixinhos estão lá saltitando no teu tapete e eu não queria que eles morressem. Queria que você, no meio do teu porre fenomenal, lembrasse que pode colocar os peixinhos em um copo com água e tratar de conseguir outro aquário porque ver peixinhos morrendo é uma coisa muito triste.
O aquário não importa. A água não importa. O que importa realmente são os peixinhos.
Sacou?
Os meus milhares de peixinhos que já morreram em tantos tapetes. Os seus milhares de peixinhos que morreram sem comida alguma. Os tantos milhares de peixinhos de tantas outras pessoas que morreram por alguma razão.
Sim..peixinhos morrem mesmo.Mas isso não quer dizer que não seja uma merda! Uma grande de uma merda quando os peixinhos morrem. Puta que pariu a morte dos peixinhos. Vai tomar no cu a morte dos peixinhos!
Bem..se você estava achando seu texto louco, o meu está indo pro mesmo caminho. Pra você não se sentir só na sua maluquice.
Passou a histeria dos peixinhos.
Tô fungando mas to legal.
O que eu quis dizer aqui é que eu me emocionei muito com o que você me disse e da forma que você me disse.
Hoje, se você não tivesse no mundo, eu acharia esse mundo uma bela de uma merda também.
É isso, querido Zéfiro.
Tu é muito doido.
Sempre fui com os seus cornos e sempre soube que era meio maluco. Preciso parar com essa mania de gostar de gente doida e esquisita. Péssimo hábito.
Mas me dá surpresas maravilhosas.
Em sua homenagem, hoje, sozinha em minha casa, tomarei um porre fenomenal com o que eu tenho em mão - e não é uma Absolut - mas que funciona também e não deixa ressaca. Cantarei pro seu amigo morto, rezarei por sua cadela e te mandarei o mais caloroso abraço que você já recebeu na vida.
Hoje você me deu um grande presente e eu só posso agradecer.
A você...que de saia e salto alto deve ficar um pitéu.... um brinde!

9 comentários:

Anônimo disse...

Amor

Tantam disse...

Queria defender as pessoas que não gostam de se expor. Com certeza essas mesmas pessoas, como eu, devem morrer de invejinha das pessoas que conseguem se expor, mas isso é algo difícil de se falar, porque essa espontaneidade toda e o peito aberto existem, mesmo sem a gente se expor. Não significa que somos pessoas falsas ou mentirosas, sem caráter...Apenas nos sentimos melhor assim. Só isso.
Ao mesmo tempo, admiramos profundamente as pessoas que se expõem que se jogam e somos nós os expectadores deles. E viva as diferenças , por dentro e por fora de cada um de nós! Assim a humanidade se completa...
Dá pra gostar também de quem prefere ficar quietinho, sobra mais espaço pra quem quer ser visto!
Admiro vc e adoro ler as coisas q vc escreve, mas não me contive...rs rs bjs

Tatiana disse...

ô, Tantan
Eu sei como é difícil ter um monte de coisas dentro da gente e não conseguir colocar pra fora. Quer dizer, imagino como seja.
Sem sombra de dúvidas que dá pra gostar dos mais discretos.
O comentário do amigo Zéfiro me pegou pela surpresa e pela poética. Normalmente eu me descabelo aqui e os outros observam. Foi o inverso. Inusitado, né?
E admirável, ao meu ver.
Não precisa defender os tímidos não. Percebo as diferenças e os admiro por saberem se preservar, coisa que me falta completamente.
Um abraço dominical pra você e obrigada por ter deixado meu dia mais alegre.
Eita..esse domingo está prometendo!
Beijos

Anônimo disse...

Tati, seu post me deixou de ponta cabeça.
Acordei com 4h de sono, às 7 domingão, sem ressaca (Engov e mistério), leio, releio, e escrevo de bate pronto.
Zéfiro em teu pelos: Amor.
Incompreensão?
Q é Zéfiro?
“Filho de Éos, a Aurora, e de Astreu , personificação de céu estrelado, era o vento oeste. Companheiro de Bóreas , o vento do norte, no início era um vento impetuoso e funesto, que suscitava tempestades e fazia se encapelarem as ondas do mar. Mais tarde sua violência se atenuou.Tornou-se um vento perfumado que refrescava as formosas regiões da Elísia. Fazia amadurecerem os frutos e desabrocharem as flores.”
Dicionário da Mitologia Grega Moderna de Ruth Guimarães. Ed. Cultrix.
Quem?
Pai do catecismo, desenhista de sacanagem q iniciou toda uma geração no imaginário da fudelança.
Funcionário público arquetípico, bigodinho e calva, q nas madrugas enquanto a família dormia, criava obras primas como As Férias de Minha Prima, O Noivo Cavalo, entre outras, que formatavam a idéia de jerico q toda uma geração maravilhosa tinha a respeito do sexo.
Enfim, querida, o Nick q nos uniu, já deixou sua casca no chão como uma cobra mutante.
Finito.
Somos amigos.
Não tem mais jeito.
Amor – Humor, é o q eu citava: Oswald de Andrade & Fellini, Amarcord: Tudo tua cara.
Amor é a palavra, o Verbo.
Tudo tua cara.
Tua cara linda. Teu riso de mustang sem rédea ou regra.
Mandei e.mail.
Responde doida.

Anônimo disse...

Anônimo, porra nenhuma, mas eu me atrapalho até para mudar lâmpada, fazer o q?
ô vida...

Tatiana disse...

puta que pariu, viu

Marina F. disse...

amiga, que foda esse cara, adorei. é bom saber que não estamos sozinhas nessa loucura, né?
beijos.

Tatiana disse...

Marina,
Exatamente isso!

Danny Reis disse...

Eu estou com a (o?) Tantam: faço o tipo mais tímido e reservado. E logo eu, que sou leonina, pombas! Maldito ascendente em câncer! Também adoro as pessoas que se expõem, porque só conseguem ser assim. Não dá pra tentar ser de outro jeito. Se é.
Vixe, acho que baixou a Clarice Lispector aqui. Foi mal. (risos)
Só queria dizer que também adoro o seu jeito de se mostrar ao mundo!
Um beijão!