Os filhos da gente têm um mania muito desagradável de crescer. Crescem mesmo. Crescem para cima, para os lados e, principalmente, crescem por dentro. Anseios novos, sonhos novos, buracos negros no coração. Crescem e se apaixonam. Crescem e fazem filhos. Assim... um dia crescem.
Meu caçula cresceu e agora ele mora com o pai que é um bom pai. Eu sempre disse que nunca soube escolher muito bem os maridos que tive, mas pai, ah... pai eu sei escolher. Meu filho caçula tem um bom pai e é chegada a hora dele viver esse momento masculino, junto ao pai. Sei lá o que é isso. Coçar saco junto, jogar bola, lutar judô, pensar sobre a próstata...sei lá. Nunca fui homem nesta vida.
Mãe, eu quero morar com meu pai...
A frase.
Uma paulada na fuça.
Parece fácil eu falando assim, né?
Mas não é.
É uma merda. É uma bosta. É um caralho do cacete.
Sinto uma falta imensa do meu pequeno. Sinto falta da presencinha dele aqui pertinho de mim. Das nossas conversas loucas. De olhar para ele e me ver ali, tão parecidos que somos. Meu espelho foi morar com o pai. Puta merda. Foi morar com o pai. Porque que os filhos sempre sentem necessidade do pai alguma hora da vida? A mãe não é suficiente?
Não, não é. Mãe é mãe. Pai é pai.
Bosta isso. Chego a sentir inveja daquelas mães que os pais não estão nem aí para os filhos. Essas mães não vão sofrer o que eu sofro agora. Sofrem outras dores, que eu não invejo em nada. Mas essa, essa é minha e de outras tantas.
E eu fico aqui andando pela casa que não está vazia, nem silenciosa, nada disso! Tá cheia de vida e com mudanças, com novidades, com amor, com tudo que faz a gente feliz, mas não tá com ele, meu pequerrucho. Eu ando pela casa e não ouço a sua voz e isso, meus amigos, é de foder um.
Fui arrumar o quarto dele para dar espaço para outras coisas entrarem. Não aguentei. Sentei no chão e chorei. Chorei e meu fundo musical era " Pedaço de mim " do Chico. Chorei porque estava a fim de chorar. Porque é difícil mesmo. Chorei pra caralho. Chorei de soluçar alto. Chorei porque me doía por dentro, eu trincava inteirinha. Chorei de pena de mim. Principalmente por isso. Chorei mais pensando em mim, na minha falta, na minha saudade. Chorei egoisticamente. Aí, uma hora, eu me vi tão mexicana, tão melodramática, tão melequenta que eu ri. Deixa de besteira, mulher. Não tá morto, minha filha. Tá com o pai. Teria outro lugar melhor? Só de meu lado, certamente, respondo para mim mesma. Continuei empurrando móveis e abrindo caixas. Olhos secos e um coração molhado.
Meu filho cresceu.
Por que cresceste, curuminho, assim depressa, estabanado??
Não sei.
Meu lado Pollyana entra em ação e me diz que tudo é um ciclo nessa vida. A Roda do Destino nunca pára, tudo muda o tempo todo, retorna ao começo para girar mais uma vez. Meu lado Pollyana diz que Deus sabe que caminho traça na vida da gente. Terei mais liberdade para trabalhar, viajar, cuidar de mim. Faz anos que eu não sei ser alguma coisa que não seja ser mãe em tempo integral. Mesmo cantora, antes é mãe. Mesmo esposa, antes é mãe. Mesmo mulher, antes é mãe. A vida está me dando uma oportunidade de dar uma guinada na vida.
Outra coisa. Nada mais estranho do que aquele filho que tem obsessão pela mãe! E vice-versa. Filho é do mundo e a porra do mundo sempre pede nossos filhos. Sempre. Eles crescem. Que coisa, né? Eles crescem. Puta merda, eles crescem!
E aquele papo que Deus fecha uma porta mas abre uma janela é a mais pura verdade porque quando eu podia estar aqui, sozinha pra cacete, morrendo de pena mim, comendo todos os bis do mundo, o que foi que Deus colocou no meu caminho?
Um parceiro que eu nem sei o que seria de mim sem ele. Um parceiro daqueles ogros adoráveis, sabe? Daqueles que me abraça, sem dizer uma única palavra e eu fico feliz. Que me secou as lágrimas. Que me fez sorrir, até mesmo gargalhar, quando eu estava tristinha. Um parceiro que tá aqui do meu lado, enchendo meus dias e minhas noites de coragem e esperança. E quando precisa, me dá uns cacete e eu fico logo esperta.
Sinto saudade sim. Muita. A maior do mundo.
Mas não me sinto só.
E eu queria agradecer a você, meu parceirinho, meu ogro amado, queria te agradecer por você estar aqui do meu nessa hora. Não sei o que seria de mim sem você aqui.
Já, já eu paro de fungar e choramingar. Já, já. Tenha paciência comigo, meu amor. Porque tá foda, mas eu vergo e não quebro. Mas faço alguns barulhinhos de madeira dobrada.
Seguro essa também. Mas segurar com você do lado é muito mais fácil.
Nem tenho como te agradecer.
Meu caçula cresceu e agora ele mora com o pai que é um bom pai. Eu sempre disse que nunca soube escolher muito bem os maridos que tive, mas pai, ah... pai eu sei escolher. Meu filho caçula tem um bom pai e é chegada a hora dele viver esse momento masculino, junto ao pai. Sei lá o que é isso. Coçar saco junto, jogar bola, lutar judô, pensar sobre a próstata...sei lá. Nunca fui homem nesta vida.
Mãe, eu quero morar com meu pai...
A frase.
Uma paulada na fuça.
Parece fácil eu falando assim, né?
Mas não é.
É uma merda. É uma bosta. É um caralho do cacete.
Sinto uma falta imensa do meu pequeno. Sinto falta da presencinha dele aqui pertinho de mim. Das nossas conversas loucas. De olhar para ele e me ver ali, tão parecidos que somos. Meu espelho foi morar com o pai. Puta merda. Foi morar com o pai. Porque que os filhos sempre sentem necessidade do pai alguma hora da vida? A mãe não é suficiente?
Não, não é. Mãe é mãe. Pai é pai.
Bosta isso. Chego a sentir inveja daquelas mães que os pais não estão nem aí para os filhos. Essas mães não vão sofrer o que eu sofro agora. Sofrem outras dores, que eu não invejo em nada. Mas essa, essa é minha e de outras tantas.
E eu fico aqui andando pela casa que não está vazia, nem silenciosa, nada disso! Tá cheia de vida e com mudanças, com novidades, com amor, com tudo que faz a gente feliz, mas não tá com ele, meu pequerrucho. Eu ando pela casa e não ouço a sua voz e isso, meus amigos, é de foder um.
Fui arrumar o quarto dele para dar espaço para outras coisas entrarem. Não aguentei. Sentei no chão e chorei. Chorei e meu fundo musical era " Pedaço de mim " do Chico. Chorei porque estava a fim de chorar. Porque é difícil mesmo. Chorei pra caralho. Chorei de soluçar alto. Chorei porque me doía por dentro, eu trincava inteirinha. Chorei de pena de mim. Principalmente por isso. Chorei mais pensando em mim, na minha falta, na minha saudade. Chorei egoisticamente. Aí, uma hora, eu me vi tão mexicana, tão melodramática, tão melequenta que eu ri. Deixa de besteira, mulher. Não tá morto, minha filha. Tá com o pai. Teria outro lugar melhor? Só de meu lado, certamente, respondo para mim mesma. Continuei empurrando móveis e abrindo caixas. Olhos secos e um coração molhado.
Meu filho cresceu.
Por que cresceste, curuminho, assim depressa, estabanado??
Não sei.
Meu lado Pollyana entra em ação e me diz que tudo é um ciclo nessa vida. A Roda do Destino nunca pára, tudo muda o tempo todo, retorna ao começo para girar mais uma vez. Meu lado Pollyana diz que Deus sabe que caminho traça na vida da gente. Terei mais liberdade para trabalhar, viajar, cuidar de mim. Faz anos que eu não sei ser alguma coisa que não seja ser mãe em tempo integral. Mesmo cantora, antes é mãe. Mesmo esposa, antes é mãe. Mesmo mulher, antes é mãe. A vida está me dando uma oportunidade de dar uma guinada na vida.
Outra coisa. Nada mais estranho do que aquele filho que tem obsessão pela mãe! E vice-versa. Filho é do mundo e a porra do mundo sempre pede nossos filhos. Sempre. Eles crescem. Que coisa, né? Eles crescem. Puta merda, eles crescem!
E aquele papo que Deus fecha uma porta mas abre uma janela é a mais pura verdade porque quando eu podia estar aqui, sozinha pra cacete, morrendo de pena mim, comendo todos os bis do mundo, o que foi que Deus colocou no meu caminho?
Um parceiro que eu nem sei o que seria de mim sem ele. Um parceiro daqueles ogros adoráveis, sabe? Daqueles que me abraça, sem dizer uma única palavra e eu fico feliz. Que me secou as lágrimas. Que me fez sorrir, até mesmo gargalhar, quando eu estava tristinha. Um parceiro que tá aqui do meu lado, enchendo meus dias e minhas noites de coragem e esperança. E quando precisa, me dá uns cacete e eu fico logo esperta.
Sinto saudade sim. Muita. A maior do mundo.
Mas não me sinto só.
E eu queria agradecer a você, meu parceirinho, meu ogro amado, queria te agradecer por você estar aqui do meu nessa hora. Não sei o que seria de mim sem você aqui.
Já, já eu paro de fungar e choramingar. Já, já. Tenha paciência comigo, meu amor. Porque tá foda, mas eu vergo e não quebro. Mas faço alguns barulhinhos de madeira dobrada.
Seguro essa também. Mas segurar com você do lado é muito mais fácil.
Nem tenho como te agradecer.
12 comentários:
Não pude deixar de escrever aqui.
Minha filha resolveu morar com o pai há dois anos.
Sofri muito.
Me senti abandonada.
Mas aí eu fui arranjando mais coisas para fazer, coisas que eram só para mim. Eu era MINHA, entende?
E minha filha pode conhecer o pai dela de uma outra forma, sem ilusões, foi viver um amor real, baseado na convivência e na aceitação dos defeitos.
Eu não morri, tô aqui feliz, também com um companheiro maravilhoso que me ajuda em tudo e é meu maior amigo.
Pai também tem que ter responsabilidade na criação.
Não somos Mulheres Maravilhas.
E é de dar graças a Deus por seu filho ter um pai que valha a pena.
Eu sei o que você sente agora. Mas sei também que tudo vai ficar mais leve e mais fácil.
Você me parece forte e valente.
Coragem.
E ame. Ame muito.
Por que é isso que realmente é importante!
Um abraço feminino cheio de carinho pra você.
Isabelle
Buáaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Obrigada, viu?
Tati querida, filho é passarinho, lembra? Você foi, nós fomos passarinhos. E os ninhos só se multiplicam ;-)
Tatiana, força! Ainda bem que tens um bom parceiro para aguentar o barco. Só pode voltar quem um dia partiu. O próximo encontro vai ser super. Abraço. carmo
SEJA COMO O BAMBU NO VENTO. ELE VERGA MAS NÃO QUEBRA.
Carô
eu sei! eu sei!
EU SEI!
mas choramingo mesmo assim...
Carmo,
Sim, ainda bem.
Maria
É isso mesmo.
Eu vergo, mas não quebro!
Ai, Tatiana... snif, snif... fiquei chorosa também... snif, snif... beijos pra ti e pro teu ogro.
Oi Tathiana, olha, quando nossos filhos saem de casa, doi como um parto, e como um parto a gente esquece da dor com o tempo. Mas eh tao bom quando a gente os sente crescer por dentro!!!! Eles nos alavancam e crescemos tb. Mas nao chora nao. Deixa pra gargalhar com ele quando vcs se encontrarem.
Beijo.
Eu não sou assim uam chorona óbvia. Choro escondidinha até de mim.
Mas como eu acredito que aquilo que se expurga, se cura, to expurgando.
Raquel.
Filhos são uma coisa muito louca. A gente perde o controle sobre eles.
Terrível...mas não perde nem o contato e muito menos o amor.
Mas fica essa saudade do cacete!
Ai ai
Mas vai passar!
Beijos e obrigada pela força
Postar um comentário