quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Acho um charme homem que oferece a mão para que uma mulher desça um minúsculo degrau. Acho elegante, educado, gentil. Acho lindo. Sempre que um homem faz isso por mim, eu me delicio.
Tá ficando raro. É muito mais comum o cabra sair andando na frente, nem olha pra trás, e você lá, se equilibrando no salto alto, tentando manter o corpo ereto naquela calçada toda irregular. E ele lá, bem na frente com seus sapatos baixos de sola de borracha. E ainda berra " mas, caramba, você anda devagar, né?"
Não, meu bem. Tem que ficar perto da sua dama. Fica do lado dela. É bem provável que ela não vá precisar de sua força viril, mas é bom segurar uma mão masculina, é bom partilhar este momento, é bom agradecer uma delicadeza com um sorriso.
Toda vez que um homem me oferece a mão eu tenho vontade de cozinhar para ele. Todas as minhas maravilhosas surpresas culinárias eu quero mostrar. E não é para agarrar pelo estômago ( acho isso uma tolice - só funciona com gordo ), é para retribuir a gentileza. Você me oferece a mão, que eu não necessito tanto assim, e eu cozinho pra você, mesmo que sua mãe faça um macarrão muito melhor que o meu. Mas o que eu faço é cheio de agradecimento gentil à você. É troca. Nem sempre eu consigo agradecer à altura, muitas vezes nem tenho a oportunidade, o cara some nos dias e na memória, mas me dá uma esquentadinha no peito e uma ternura me toma toda e eu fico assim, toda molinha.
Uma noite, em uma festa muito louca, um desconhecido me ofereceu a mão para que eu pulasse a janela que levava ao terraço. Aquele instante em que eu o olhei nos olhos e segurei sua mão foi a da mais pura cumplicidade entre estranhos. Meu sorriso era um presente especial para ele. O perdi na festa, aliás, nem procurei, mas não esqueci daquele gesto.
Então cavalheiros, ofereçam a mão para as donzelas em perigo ou não. Melhor, ofereçam a mão para todas as mulheres, donzelas ou não.
Puxa, melhor ainda. Ofereçam a mão pra qualquer um que apareçam em seu caminho. Homem, velha, criança, idoso, chato, maluco ou um zé-mané qualquer.
O mundo precisa mesmo de gentileza. Façam voltar a ser necessária a força de uma mão masculina que se estende em ajuda delicada. Uma mão que segura uma porta. Que carrega um pacotinho besta. Um braço sobre os ombros, como quem protege da chuva que ainda nem acinzentou os céus.
Homens, meus filhos principalmente, não tenham vergonha da sua natureza cavalheira.
O mundo vai agradecer.

6 comentários:

Vivien Morgato : disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Fazemos nossa parte, criamos nossos filhos como cavalheiros.;0)

Anônimo disse...

Eu me considero um cavalheiro, sou?
Mas faço isso porque sei que a mulher me dá o que eu quiser diante de minhas gentilezas.

Beijos!

Anônimo disse...

tat! é lindo mesmo um gesto que demonstre o cuidado e o carinho para com as pessoas, até mesmo com os desconhecidos.
eu mesma adoro segurar a porta pra alguém e qd ela ou ele me agradece dá um negócio bom aqui dentro. bobo, mas, bom demais.
e a gentileza é daquele alguém especial, melhor ainda.

ps: sou totalmente pela volta do cafuné e das gentilezas... já estou fazendo a minha parte, rs.

Sandra Maria disse...

Podemos fazer uma campanha, uma mobilização, para que todos se descem mais abraços e as mãos!
Tem muita gente precisando de mão e abraço!

Lord Broken Pottery disse...

Tatiana,
Isso é questão de educação. Eu ofereço a mão, puxo a cadeira, abro a porta, ando do lado de fora da calçada quando caminho com mulheres. Tudo isso minha mãe me ensinou. Faz até hoje questão, para ela ainda sou menino, que eu cumpra todos esses rituais. E ainda levo bronca se me escapa alguma coisa. Outro dia deixando-a em casa, parti antes que ela estivesse dentro do elevador. Tinha descido do carro, oferecido a mão para ajudá-la a saltar, atravessado a rua com ela, que ficou aguardando o elevador chegar. Voltei, peguei o meu carro, fui para casa, para atender o telefone assim que cheguei. Era ela reclamando. Não custava nada ter esperado o elevador chegar e abrir a porta pra ela. Nossos meninos precisam ser ensinados. Crescerão chucros sem essas aulas.
Beijo