terça-feira, 10 de janeiro de 2006

eu pelas tabelas

Imagine a cena.
Eu sentada na cama dobrando todas as roupas miúdas que não precisam passar e vendo um filme ruim da SBT. Acho que o nome é Casamentos dos meus sonhos, mas eu não posso confiar em minha memória. Em uma cena um moço que não era amado pela mocinha faz seu pedido de casamento, daqueles desesperados, tipo kamikasi. Se você casar comigo eu te garanto um teto seguro sobre a sua cabeça ( molhei os olhos) e ninguém te amará mais do que eu nessa vida (virei enxurrada!).
Posso comigo mesma? Chorei tanto, mas tanto que parecia que eu ia ter um treco. E o filme era ruim e o moço nem era o mocinho, tanto que ela não casou com ele, casou com o outro que deixou de casar com a outra para ficar com ela, a mocinha.
Tô assim. Um copo a um pingo de transbordar.
A coisa boa é que estes momentos são criativos. Fiz uma canção nova. Nada demais, nada assim impressionante, mas ajudou a esvaziar meu copo.
E mergulhei em Guinga. Ô músico filho de uma égua, vai tocar e cantar as músicas que ele faz! É terrívelmente difícil, então fiquei horas ouvindo, dando calo nos tímpanos para entender o que ele fazia e depois que eu entendia eu simplificava porque não consigo cantar e colocar milhões de notas e acordes ao mesmo tempo e parecer linda e eficiente, e manter o tom e não fazer careta.
Guinga é o cara. Mas é um cara bem de um filho da puta. As parcerias dele com Aldir Blanc são o máximo e daqui a pouco estarei cantando pelos botecos da vida Catavento e Girassol e O Coco do Coco, que por sinal virou sucesso com a criançada! Uma letra que diz isso é um sucesso mesmo!! ha ha ha ha ha
Vou arrasar!!!

O COCO DO COCO
guinga e blanc

Moça donzela não arrenega um bom coco
nem a mãe dela, nem as tias, nem a madrinha.
Num coco tô com quem faz muito e acha pouco.
Em rala-rala é que se educa a molhadinha.
Se tu não peca, meu bem, cai a peteca, neném,
vira polícia da xereca da vizinha.
Se tu se guarda e não tem
tá encruada que nem ovo no cú da galinha.
Não tem cinismo que diz: entre a santa e a meretriz
só muda a forma com que as duas se arreganha.
Eu só me queixo se me criar teia de aranha.
Quem nega tá de manha ou faz pouco que gozou.
No tempo que eu casei de véu com meu marido
era virgem no ouvido e ele nunca reclamou.
Pra ser sincera, eu acho que isso inté facilitou...

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi minha amiga querida!!!!
Posso imaginar a cena... alagou sua casa? tenho certeza que foi de muita inspiração, inspiração esta que eu trago guardada com carinho no meu peito, das vezes que pude estar perto qdo novas canções eram criadas por vc... que saudade da música no ar e do peito aberto para vida...
se cuida
beijins

Anônimo disse...

tu não imagina como é bom chegar ao trabalho e encontrar um pouco do que voce é, dá para matar a saudade e alegrar o dia, que por sinal esta muito quente aqui no Sul.
Um grande beijo....