segunda-feira, 30 de junho de 2008
O Tempo e a Razão
Tive algumas pessoas bem próximas com esses problemas e passei uma época da minha vida como babá de maluco e foi terrível para mim isso. Vi gente que eu gostava demais, gente muito cara pra mim entrar nessa onda errada e eu falei, falei, conversei, dei floral, fiz reiki, o que eu podia fazer. Não adiantou nada.
Um dia me atraquei com uma grande amiga por causa disso. Cada porcaria dela que eu jogava na privada, ela me dava um tabefe. Tentava, pelo menos. Eu a segurava com uma mão e com a outra ia jogando tudo fora. Eu queria chorar também, eu queria bater nela, se fosse de alguma valia, eu queria que aquilo tudo parasse porque já tinha passado de todos os limites e eu, como amiga mesmo, daquelas do peito, eu podia pegar ela pelo braço, chacoalhar, dar na cara. Eu podia porque era por amor.
Meu amor não foi suficiente e eu sai da casa de minha amiga, expulsa por ela, chorando muito, triste, sentida por perfceber que eu perdia uma amiga porque eu não poderia compactuar com uma situação daquelas sem interferir e se ela não queria minha interferência eu saía de sua vida de uma vez.
Chorei, bicho, chorei pra caralho!Passei quase um ano sem falar. Sabia das histórias, ficava ainda mais triste, mas não me metia mais.
O tempo foi amenizando esta situação. As mágoas foram deixadas pra lá, mas ainda havia uma certa distância. Não éramos mais unha e carne, não tínhamos mais aquela cumplicidade linda, alguma coisa se perdeu e nem adiantava choramingar.
Ontem ouvi da boca desta mesma amiga que estava absolutamente "limpa". De tudo. Nem carne comia mais. Nada. Uma outra energia emanava dela. Me contou que tinha chegado a um ponto que não dava mais e conseguiu ajuda. O mais incrível, ajuda espiritual. Tava bem, tava linda, tava feliz, tranquila e serena.
Quando ouvi isso tudo fiquei tão emocionada que eu não consegui segurar e chorei ali, na minha cozinha, abraçada com ela, podendo dizer diretamente olhando nos seus olhos o quanto aquilo me deixava feliz.
Só que desta vez eu chorei de felicidade e o sal que eu tinha nos lábios tinha outro sabor.
Mais do que nunca acredito que cada um tem seu tempo. Cada um sente de uma forma diferente e precisa de caminhos diferentes.
Meu peito enche de esperança quando ouço uma história dessas. Pode ser que ainda tenha esperança para os doidões.
Eu realmente estou muito, muito feliz e queria deixar essa mensagem aqui para quem passa por isso, ou tem alguém muito querido passando por isso.
É possível sair dessa, é possível. Não é lindo isso, cara? Lindo demais!
Isso já me faz sorrir.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
O fim anunciado
Mas tô sentindo que tá chegando a hora de finalizar esta fase.
Pode ser que amanhã eu mude de idéia e me arrependa. Pode até ser. Mas também pode ser que não.
Não sei ao certo.
Mas por hora meu dedinho se dirige, demoníaco, para o botão do delete. Esse blog está por um fio.
Tipo filho que cresce e vai pra faculdade. Uma outra coisa precisa surgir.
Digo outra vez: não sei.
Começarei pelo começo, apagando um por um. Uma morte lenta que vai arrancando pedacinhos do meu passado.
Cada dia apago dez textos até que sobre somente esse último. Já apaguei vinte. Está menor, acredite, está bem menor.
Acho que cansei.
Acho que cansei de ter pudores aqui.
Quero mais é poder falar mal de quem eu quiser sem me preocupar se o "mal-falado" leia isso aqui e se sinta magoadérrimo. Desculpa, mas às vezes é difícil ser politicamente correta. Além de ser muito chato.
Tô cansada do povo acreditar que eu vivo tudo que escrevo.
Cansei.
Acho que foi isso só. Cansei.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Não existe outra sensação para definir o que sinto quando vejo alguém completamente dominado por qualquer droga.
Tristeza.
E, depois de tantos anos trabalhando na noite, vendo gente talentosa e boa se perder nesse universo, não sinto nem a vontade de estender a mão. Minha reação primeira é sair de perto, é manter uma distância bem segura.
Não gosto de cocaína. Não gosto nem de ficar perto de doidão de pó. Eles tem um tipo de baba energética que gruda e polui. Eles vibram de forma desgovernada e essa vibração chega a mim doloridamente. Eu sinto em mim os tentáculos gosmentos e todos meus instintos berram, berram, berram " SAIAM DE PERTO".
Não sinto mais piedade por eles. Nem pelos bêbados, nem pelos viciados em música ruim, nem pelos neuróticos. Para mim, estão todos no mesmo barco. Fodidos. Essa falta de piedade que eu percebo em mim também me entristece.
Bem possível que eu tenha perdido a esperança quando olho para esses e eu bem sei que sem esperança tudo fica mais difícil.
Não adianta falar nada, dar esporro, bater na cara, segurar dentro de casa. Não adianta fazer nada antes daquele momento que vai além do fundo do poço e eles se agarram em alguma coisa.
Uma das frases mais duras que eu falei na vida foi para uma amiga que eu gosto demais e que está totalmente dependente de álcool. "Não quero que meus filhos te vejam assim. Se não consegue se manter sóbria, não venha em minha casa". Doeu nela, mas doeu muito em mim. Mas não adiantou nada, continua bebendo do mesmo jeito, mas nunca mais veio me minha casa bêbada. Toda vez que a vejo, um pedaço de mim chora e meus olhos secos parecem duros, mas é só a mais palpável tristeza.
Todo tipo de dependência é um demônio. Aquilo que aprisiona e perturba. O demônio engarrafado. O demônio em carreira. O demônio dentro do armário da alma.
Acho que a única coisa que acredito que pode salvar é a fé. Fé em si, fé no futuro, fé na vida, fé em algum deus.
Eu perdi as esperanças neles.
Espero que eles não percam a fé.
terça-feira, 24 de junho de 2008
eu, a cobra, o medo e a calêndula
Muitas das ervas que estudávamos eu nunca tinha visto. Já tinha lido sobre ela, podia dizer o nome científico, mas nunca em minha vida tinha visto em habitat natural. O que é uma falha terrível de uma erveira estudiosa. Tem que saber as informações básicas que se consegue em livros mas tem que sentir, cheirar, apalpar, alisar e o máximo que eu poderia fazer é dar uma lambidinha em alguma foto ou desenho de erva. Algumas ervas eram abstrações teóricas para mim. Um vexame.
Foi decidido que iríamos fazer um estudo de campo. Lá no meio do mato, identificar arnica, erva de são joão, erva de santa maria, meter o pé na terra, sentir a energia do céu, fazer uma fogueira e beber vinho ritual.
Lindo, né?
Lindo se não fosse o frio dos infernos que se abatia sobre o mundo naquela época. Uma neblina que pesava sobre a vegetação, as luvas que eu usava dificultavam o manuseio das plantas e uma sensação realmente desagradável que uma cobra saltaria de trás de algum matinho e me atacaria. Eu seria devorada por uma cobra assassina, revoltada com o barulho que fazíamos na sua casa. Seria engolida inteira e sem mastigar. Ou pior, seria picada e morreria lentamente, ali mesmo, no meio do mato. Toda roxa de frio. Sem glamour nenhum. Morreria segurando meu bouquet de ervas fúnebre. Uma imagem realmente apavorante.
Sim! Eu sei que estava tudo muito dramático, mas a gente era assim mesmo. Um drama atrás do outro. Era divertidíssimo.
Estava eu com a cara enfiada em alguma coisa, tentando identificar se era mesmo uma determinada erva, concentração total, quando eu vejo um movimento do meu lado direito. Uma plantinha se mexeu. Um barulhinho veio do chão. Na hora eu gelei e pensei " caramba, é cobra". Fiquei imóvel, o corpo ainda curvado sobre a planta, um olho na moitinha do lado, outro olho no caminho que levava de volta pra estrada. Qualquer coisa eu pulo de lado e saio correndo. Porra, eu tenho duas pernas, isso deve me dar alguma vantagem em relação a um bicho que além de ser bicho, logo tem menos inteligência que eu, não tem perna alguma. Se eu correr, ela não me pega nunca mais.
Dava pra ouvir o barulhinho do vento mexendo nas folhas. Meu coração parecia que batia junto com a terra de baixo dos meus pés. E eu ainda imóvel e em um estado de tensão realmente grande.
Eu literalmente dei um pulo para trás quando saiu do mato um bicho muito, muito esquisito. Um tipo de marsupial minúsculo, uma mistura de rato com canguru, um misto de mico com esquilo. Sei lá que bicho era aquele. Hoje eu até acho que ele devia ser até bem fofinho, um tipo de bichinho que faz a gente dizer " ohhhhhhhhh, que gracinha!", mas o susto foi tanto que eu saí correndo com os braços pra cima, berrando " cobra, cobra cobra!". O que deu um efeito dominó em matéria de histeria feminina. Eu vi um bichinho que achei que fosse cobra. A outra ficou com tanto medo que viu mesmo a tal cobra que eu berrava. A outra já achava que era um bicho maior, mais rápido, tipo uma raposa, um lobo, um cachorro do mato e a última que era gorda pra sair correndo pelo meio da mata caminhava calmamente de volta pro carro. Mas caminhava rezando para que o lobo e a cobra que estavam atacando a gente não atacasse ela.
Eu nunca fui muito rápida, atletismo nunca foi meu esporte preferido, mas eu tenho certeza que eu bati todos os recordes dos 200 metros com barreiras. Eu saltava como uma gazela, a sacola cheia de ervas, tesoura, facas, batia no meu quadril e eu corria, mas eu corria tanto porque eu ouvia a outra dizer que tinha um lobo, puta merda, além de cobra, tem lobo nesta bosta de lugar. Corri o máximo que pude e fui para bem longe. Infelizmente, na agonia, corri pro lado errado e estava levemente perdida no meio do mato, cheio de cobra, lobos e marsupiais que comiam olhos humanos em manhãs frias de inverno. O medo tinha tomado conta de mim e meu pior inimigo era eu mesma.
Nessa hora eu recebi a ajuda que precisava. Dentro da minha bolsa havia um punhadinho de calêndula, com sua flor amarela, cheia de vida e coragem. Parecia que ela pulsava, que ela pedia que eu segurasse nas mãos. Eu agarrei a plantinha, cheirava ela, nervosa, apertava tanto que o sumo molhava meus dedos. E assim, subitamente, percei que estava abestalhadamente histérica. Que eu não vi cobra nenhuma. Que não tinha lobo nenhum. Lobo, veja se tem cabimento achar que tinha lobo ali. Uma calma confiante foi se chegando em mim e eu pude voltar calmamente para onde tudo tinha começado.
Voltei pro carro e encontrei as outras dentro dele, morrendo de rir de mim, mas nenhuma estava do lado de fora do carro.
-Você viu cobra mesmo?
Depois de um mico daqueles eu não podia ficar com fama de erveira cagona.
-Mas é claro que vi. Imensa. Um bocão aberto naquela cabeça triangular.
-Virge, cabeça triangular é característica de cobra venenosa.
-Super triangular a cabeça dela. Ela devia ser muito venenosa. E tinha listras, muitas listas. Era rápida, viu? Preparou o bote e tudo. Ainda bem que eu saí correndo. Um perigo.
-E o lobo?
-Imenso. Babava inclusive, uma baba branca e espumante. Devia estar com raiva.
-Nossa, vamos voltar que aqui é muito, muito...muito selvagem. A gente interfere na natureza e a natureza reclama. Melhor sair daqui.
-Ah, eu também acho. Inclusive isso aqui pode ser um cemitério indígena. Senti uma energia, sabe, uma coisa assim me incomodando.
-Nossa, é mesmo! Ou um cemitério de alguma senzala.
-Isso mesmo! A gente estava invadindo solo sagrado por isso a cobra e o lobo atacaram.
-Poxa vida, explica tudo, não é?
-Claro que explica. Tá tudo interligado nesse mundo. O bater da asa da mariposa lá na Indochina reverbera aqui. A mariposa de lá deve estar muito é da puta pra dar um susto desses na gente. Vamos embora pra casa que eu to morrendo de fome.
Voltamos para casa e eu agradecia baixinho à calêndula e acho que descobri uma outra utilidade para essa sagrada plantinha: controlar histeria e aumentar a criatividade em matéria de desculpa para medo generalizado.
Ninguém nunca confirmou isso, mas eu ainda acredito que ela tem esse poder. Afinal, estávamos estudando novos usos para as ervas mágicas, não é? Foi um momento de iluminação, tenho certeza.
Quero lhes apresentar a calêndula.

Medicinal Calêndula
Expectorante, anti-sépticas e cicatrizantes.Anti-ictérica, antiscorbútica,anti-oftalmica, excitante, emenagoga,antispasmódica.
Fonte de iodo orgânico, responsável por suas propriedades anti-sépticas, impede a formação de pus em cortes e queimaduras, favorecendo a granulação dos tecidos que apressam a cicatrização. Bom para contusões e frieiras. Óleo para luxações, veias congestionadas, úlceras externas e problemas de pele: colocar um punhado de flores num pote de vidro com 1 xícara de azeite de oliva. Deixar em janela ensolarada e sacudir de vez em quando. Pronto de 1 semana a um mês após.
A infusão da flor é boa para a digestão; também a infusão é recomendável para lavar a boca, contra as doenças das gengivas.
Cosmética
Excelente em loções para o rosto, como a receita a seguir:
1 xícara de flores frescas misturadas em 2 xícaras de leite morno. Deixar esfriar, coar, e conservar em geladeira até o uso. Aplicar na pele previamente lavada com vinagre de maçã.
Uso caseiro:
Para complemento de jardins externos e para arranjos.
Uso culinário: Usar as lígulas (pétalas) para dar uma cor de açafrão e um leve gosto picante ao arroz, sopas, queijo-cremes, iogurte, manteiga, omeletes, pratos com leite, pães e bolos.
Nomes Populares
Calêndula, mal-me-quer, maravilha
Nome Científico
Calendula officinalis L. / Compostas
Planeta
Sol
Origem
Erva de origem européia, vulgar nos jardins públicos.
Partes usadas
Flores e folhas
Lendas e Mitos
Seu nome botânico deriva da crença de que parece estar sempre em flor, nos primeiros dias de cada mês (do latim calendas).Os antigos egípcios acreditavam que possuía propriedades de rejuvenescimento.Os hindus utilizavam-na para decorar altares e os persas e gregos guarneciam e aromatizavam a comida com suas pétalas douradas.
Uma das lendas que a envolvem diz que a memina que pisar descalça em suas pétalas, começará a entender a linguagem dos pássaros.
Seus poderes também são invocados em sonhos premonitórios. Uma guirlanda de calêndulas na porta de entrada da casa espanta qualquer mal.
Outra crença popular sobre a calêndula é de que se não abrirem suas flores até 7 horas, pode aguardar chuva.
Caracteristicas e Cultivo
Planta anual e rústica, de 30 a 50 cms de altura, com folhas verdes e pubescentes, caule verde e carnudo, coberto de pelos finos e glândulas. As sementes são de cor creme, na forma de um apóstrofo curvo. As flores são de um laranja vivo.
segunda-feira, 23 de junho de 2008
repet, repet, repet....
Só namorado escrotinho, uma fila indiana de tristezas amorosas sempre pela mesma razão.
Não aprendeu a lição, volta mais uma vez.
O carro foi roubado pela terceira vez e ainda não colocou a porra do seguro? Beira a estupidez.
Os fatos que se repetem, sem parar. Mais fácil reclamar do mundo, mas cadê a sua participação nisso? Sempre tem, meu bem, sempre tem.
Tem gente que não aprende nunca e se for burrinho não tem culpa porque a ignorância é uma benção que a tudo perdôa.
Mas se se diz inteligente e tudo volta pra começo...é, meu bem...tem que aprender a diferença entre estupidez e ignorância.
E o Inverno chegou
Bebidas quentes e bebidas quentes por serem alcóolicas. Vinhos, conhaques, saquês.
Parece super charmoso, não é?
Parece mas não é.
Eu definitivamente não me acostumo com o frio.
Sofri muito quando vim morar em Campinas, saindo de Salvador. Para mim dezoito graus era o mais frio que eu tinha sentido na vida toda e aquele casaquinho de crochê que minha avó tinha feito para minha mãe há muitos anos era mais que o suficiente para enfrentar qualquer inverno. Em Salvador não faz frio, simplesmente chove e a gente sai com todas as capas, casacos, tudo fedendo a gaveta, achando o máximo usar " roupa de frio".
Eu era uma besta em matéria de inverno.
Cheguei aqui em março e peguei de cara uma frente fria que bateu dez graus bem no meio da minha fuça. Claro que peguei meu único casaquinho, aquele que minha avó fez, cheio de charmosos buraquinhos, subi na minha moto e segui em direção à UNICAMP, achando que estava arrasando com meu casaquinho de crochê, cheio de buraquinho. Quase morri. Não tinha luva, minha meia era fininha, os buraquinhos do casaco permitiam que um vento muito, muito frio entrasse na minha alma e eu tremia tanto que meus dentes doíam.
Foi a única vez que chorei de frio em toda a minha vida. " O que que eu vim fazer nesta merda de terra?".
Como meu sofrimento foi tanto, resolvi que deveria comprar casacos, cachecóis, blusas de lã, tudo que me ajudasse a ficar mais aquecidinha. Errava na mão, botava pano demais em cima de mim, suava por de baixo de tanta roupa. Demorei um tempão pra aprender a me vestir no frio.
Nunca acordei e disse "ai que delícia! um friozinho bom!", porque eu nunca achei frio bom.
Para tomar banho é um tormento. Ficar pelado com um frio desses é desumano e eu acabo entendendo os europeus que não dão tanta bola pra esse negócio de banho. Mas a voz de minha mãe retumba sobre minha cabeça. " Sugismunda! Sugismunda!".
Minha mãe, mesmo ausente, sempre me levava pra tomar banho. Um tipo de encosto materno da higiene pessoal. Eu nunca tive aquecedor mas sempre tive latinhas com álcool que eu botava no meio do banheiro para ver se facilitava o banho. Uma vez o frio era tanto, mas era uma coisa tão terrível que eu queimei a própria bunda na latinha de álcool.
Esquentei muitas camas com ferro de passar roupa e já dormi com casaco fechado até o pescoço.
Voltar depois do trampo, na madruga, com frio, chuva ou neblina é uma coisa que não tem graça nenhuma. De moto então, é a imagem mais próxima que eu tenho de inferno.
Eu tomei vários porres por causa desse negócio de tomar conhaque para esquentar. Não sei beber, nunca soube e no inverno eu sei menos ainda. No fim eu tô com frio ainda, bêbada e com uma conta alta pra cacete pra acertar no caixa. Mais pobre, menos elegante e ainda com frio.
Não entendo como é que eu fiz meu filho mais velho no fim de julho. Devia ser um julho atipicamente quente. Ou brinquei de cabaninha e de médico tomando canelinha pra esquentar e deu no que deu. Não é possível ter fogo no rabo com um frio dos diabos regelando o mesmo rabo.
"Péra um pouquinho, péra um pouquinho! Cobre o pé, o pé tá de fora. Não, não, isso não porque a bunda fica descoberta. Ai, desencosta essa mão fria daí, caramba! Porra, não dá pra ir direto ao ponto? Cacete, que pé frio, parece um defunto".
O inverno a gente engorda.
No inverno a gente é bege.
No inverno a gente engana e é enganado. Fica todo mundo lindo, elegante, charmoso. É só tirar a roupa que o susto vem e já não dá mais pra desistir. No inverno somos todos elegantes. Por fora.
No inverno a solidão bate mais forte e a cama fica muito maior.
No inverno percebemos que somos um bando de merda diante do poder da natureza.
No inverno eu toco mal violão porque os dedos reclamam e eu acho horrível aquelas luvas sem dedos.
No inverno minha voz demora para esquentar e eu tenho que usar de tudo que sei para parecer uma cantora decente e afinada.
O inverno me faz lembrar a Isadora Duncan e eu tenho medo de morrer esgüelada pelo meu cachecol.
No inverno eu me engancho em todas as maçanetas porque descobri que gosto de xales e panos grandes. Eu me enrosco nas coisas e derrubo tudo à minha volta. No inverno eu viro um rinoceronte na cristaleira.
No inverno eu sinto uma saudade imensa da minha terra e odeio muito a minha mãe que me liga dizendo que está negona, um cor linda, que está um sol de lascar pelos lados de lá e que inclusive falava comigo enquanto bebia uma cerveja geladérrima, comia peixe frito e ainda, para foder de vez, isso tudo acontecia com ela sentada em uma cadeira DENTRO de um rio de água fresca e limpa.
Não adianta.
Eu não suporto esse frio todo.
Não adianta.
Sou do verão, da primavera e do outono. Mas o inverno é muito cruel com essa falsa baiana aqui.
Deus, esquente o mundo, por favor porque eu to gelando!
Pé de valsa
Aquele homem que consegue ser viril e ao mesmo tempo suave. Que sabe levar uma mulher de tal forma que ela vai confiando, de salto e ainda de costas. Um homem que a gente confia.
Um homem que saiba enlaçar a cintura de sua dama, pegar firme, deixando o exato espaço entre o atrevido e o indecente.
Um homem que tem um tipo de veneno na ginga, que dança sorrindo, que dança flertando, uma dança de acasalamento às antigas.
Elegante como um mestre sala. Mandingueiro como um capoeirista.
Um Don Juan da dança.
Um perigo.
Cheios de nuances ritmicos, uma malemolência, uma variedades de compassos, uma extravagância em giros perfeitos.
Um homem que dança feliz.
Vocês já encontraram um cara assim?
Eu, infelizmente nunca vi, muito menos dancei com um ser desse.
Se alguém encontrar, por favor, me avise.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Sabonete íntimo feminino
Minha amiga usou, achou legal e resolveu comprar na farmácia.
Chegando lá, um atendente veio ajudar.
-Pois não?
-Ah, eu to procurando uma marca nova desses sabonetes líquidos. Onde ficam os tais sabonetes íntimos femininos?
- Qual seria a marca que você queria?
-Não me lembro ao certo o nome. Acho que é com B. Deixa eu lembrar...
- ( paciência falsa do atendente)
- Já sei! Acho que se chama Bucetil. Isso mesmo! Bucetil. Cheirinho de maça verde. Bucetil com cheirinho de maça verde.
-Bucetil? Acho que não tenho essa marca.
-Ou será que Vagisil?
-Não sei, minha senhora.
-Não. É Bucetil mesmo. Pode procurar.
O atendente traz todas as marcas e nenhuma tem esse nome.
Quando minha amiga olha e reconhece o frasco, quase quer morrer.
Não era Bucetil! Era Lucretin!
hahahahahahhahahahahahahahahaha
Adorei esta história.
De Lucretin pra Bucetil é um salto danado.
Mas pensando bem, tem até lógica esse nome que ela inventou.
Bucetil com cheiro de maça verde!
hsahahahhahahahahahahahahahahhaha
Realmente adorei isso!
Uma amiga complementa:
Não é sabonete íntimo feminino!
É xotanete ou saboceta!
HAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
ai, quanta asneira!
Adoro essas bobagens!
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Brasil X Argentina
A GAL DESAFINOU MUITO CANTANDO O HINO.
Se depender da cantoria, a Argentina já começou melhor.
Ai que vergonha!
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Michael ou Maicou?
Não me conformo com esse Maicou. Essa mãe não tinha noção.
Maicou, escrito da forma que for, não me desce.
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Um cara chamado Romã?
Outro que chama Pato Abbondanzieri?
Pato Abbondanzieri ao molho de romã.
Uma delícia.
Tudo é uma questão de como olhar
Se eu quiser ver a merda que é ser tão rica e famosa como a Xuxa, se eu me esforçar, eu consigo. Coitada, não pode sair na rua, não pode confiar inteiramente nas pessoas novas que aparecem, o medo de ser sequestrada, de ter a filha sequestrada, todo mundo dando pitaco se é ou não gay, todo mundo querendo saber alguma coisa bem horrorosa de sua vida .
Viu? Fiz da vida da Xuxa uma bosta.
Posso chorar as pitangas de todos os relacionamentos que não deram certo, a vida dura, o sobe e desce nas finanças, a morte do pai, a falta da casa própria, a vida de cantora. Se eu quiser, faço disso tudo uma novela da Record, cheia de textos maus escritos, personagens com sombra azul e sapato roxo. Se eu quiser, leio a minha vida com lentes cinzas e aí tenho a excelente desculpa para não tentar ser feliz. Ou pior ainda. Fico reclamando das injustiças que sofro e a vida passa e eu nem percebo.
Mas eu não quero isso pra mim. Nem pra mim nem pra ninguém, mas tem gente que gosta de sofrer, que gosta de ficar como vítima, que gosta de ser uma Pollyanna ao contrário. Para esses eu só...nem sei mais o que faço com eles. Eu tenho alguns amigos assim. Não sei mais o que fazer.
E nem sou exemplo pra ser seguido por ninguém. Não sou referência de nada pra ninguém.
Porque eu aprendi a viver a minha vida da melhor forma que eu pude. E eu não gosto de sofrer. Graças aos céus, nem cólica eu tenho. Dor de cabeça, muito raro. Dor na alma...quando bate eu choro um pouquinho, xingo bastante, faço bico mas daqui a pouco tô indo cuidar de minha vida porque quem gosta de ficar no chão é minhoca.
Eu não sou minhoca. Eu sou cobra!
Não sou lagartixa. Sou jacaré.
Não deixo ninguém me dizer que a minha vida é ruim porque ela não é.
Não permito nunquinha que alguém fique me esculhambando porque só eu sei o trabalho que dá me colocar no lugar que eu quero estar.
Não existe ninguém neste mundo que saiba mais de mim do que eu mesma.
E eu, essa mulher aqui, que canta, que vive de música, que casou muitas vezes, que caiu e levantou, que chorei tanto que pensei que fosse morrer desidratada. Eu, essa pessoa aqui, não quero pintar a minha vida em tons cinzentos. Posso até meter um tom pastel, mais calminho, mas nunca ver o meu mundo sem as lindas cores que eu vejo.
Eu escolhi assim e isso não é fuga. É escolha.
Eu escolhi ser feliz e eu acho que foi uma ótima escolha!
terça-feira, 17 de junho de 2008
conversa de bicho
-Não gostei desse negócio de jejum espiritual - disse a gatinha.
- A mulher lá diz que faz bem. Ajuda a transmutar karma, purifica o corpinho - o mais novo dos gatos não parecia muito convencido.
- Que purifica nada! É descaramento mesmo! Se você prestar bem atenção, nem nome direito a gente tem. Você, gatinha, é a Pretinha, ninguém te chama de outra coisa. Você, pequenino, é o Pretinho. E eu sou " Filho da Puta". Isso não é justo. - O gato branco estava realmente revoltado.
-Mas você com essa tara por requeijão, sobe na mesa, derruba tudo. Nem sutil sabe ser! O cara grandão fica bravo e sobra pra todo mundo. Eu acho " Filha da Puta" um nome muito bom. Forte, né? Filho da Puta! Vem cá, Filho da Puta! Sai da mesa, Filho da Puta!... Tão sonoro. Melhor que Pretinha...
- Quero nem saber. Eu mordi as pernas dela ontem. Quem mandou demorar tanto pra dar a ração pra gente. Comi, enchi a pança e mordi a canela dela.
-Um belo de um Filho da Puta mesmo.
-Não, senhor. Eu sou é traumatizado. Eu ouvi ela dizer isso. Eu faço essas coisas porque passei muitas necessidades em minha vida, sofri horrores e não tive educação básica. Não é minha culpa. ( uma cara fingidamente sofrida)
-Traumatizado nada! Tú é um safado e ainda vai fazer a gente se ferrar em branco em preto, já que todo mundo aqui ou é branco ou é preto - O gatinho preto era o mais novinho mas o mais sensato - Eu já prefiro a linha " é feio mas é simpático". Esse sou eu.
- Você é um amor mesmo, meu bem. Vem cá que eu vou morder as suas orelhas. Bebezinho da mamãe!
-Ai, como vocês me irritam com essa lambeção toda. Ai! Pera aí! Esse rabo é meu! O que foi? É briga, é? Eu vou entrar nessa também! Eu sou muito letal!
Cabrummmmmmmmmmmmmmm
- E agora? Quebramos mais um vaso de planta! A mulher vai ter um treco! - Pretinho era sensato e meio cuzão mesmo.
-Tem nada não...a gente diz que foi a cachorra fedorenta. Olha! Olha! Tá vindo pra cá. Puxa, dá dó desperdiçar essa terra toda. Deixa eu fazer um cocozinho em cima. Ai que delícia...Eita, o que é isso? Me solta! Não! Não, não fui eu! Foi a cachorra fedorenta! Não! Não! Ai, meu couro. Vou virar tamborim! Sempre sobra pra mim. Sempre!
E assim, mais um dia começa na Casa da Dona Tatiana...
segunda-feira, 16 de junho de 2008
as amigas de vassoura
Eu mesma já ouvi cada barbaridade. Já fui chamada de macumbeira, maga dos diabos, consorte do demo e por aí vai. E olhe que eu não tenho absolutamente nada assim tão diferente. Tenho uma informação aqui, outra acolá, sei de algumas coisinhas. E quem me conhece mesmo sabe que eu não sou dada a sutilezas quando quero resolver algo mais sério. Eu mesmo resolvo e todo mundo vê porque quando eu me espalho é foda de juntar e não faço isso na escuridão, na moita. Faço na frente de quem tiver que ver. Não é magia, é grossura mesmo, mas fácil ter receio de minha mão na cara ou de minhas palavras ditas na hora de que uma macumbinha.
Uma lição importante para cada um é saber onde adormece a sua sombra e tomar mito cuidado com ela. Eu sei onde a porca torce o rabo e não vou me meter a errar na mão e depois ter que fazer um acerto de contas que não é fácil. "Quem tem cu, tem medo", eu digo sempre por aí. Então, tento controlar a sombra e fazer brilhar a luz. Já escorreguei nas coisas mundanas, mas nunca nas questões mágicas. O que eu interpreto como uma grande evolução em matéria de auto-controle. Minha sombra anda com coleira e fucinheira, mas ainda faz um barulho dos diabos.
Tá bom, tá certo. É incomum um bando de mulher se encontrando no meu quintal, fogueira, saia, música e comida. Mas não é assim tão terrível. É legal, é divertido, é lúdico, é esclarecedor. Um bando de mulher junto é sempre uma coisa muito estimulante e quando as mulheres são especiais, aí sim a cosa fica muito, muito melhor.
E é ainda muito útil você ter companheiras que você pode ouvir, que pode ser um braço que te segura, um uma voz que manda recados sabe se lá de onde.
Eu tenho amigas assim, espalhadas por este Brasil todo. Quando a coisa aperta pro meu lado eu aciono o que eu chamo de triangulação de proteção. Grito para elas e elas vêem em meu socorro. Cada uma dentro da sua linha. Algumas usam o poder da oração, outras são da turma do caldeirão, outras ainda tem cheiro de ervas e incenso. Não importa como se conectam com o Divino. O que importa é esse laço, essa vontade de ajudar que existe e é eficiente.
Algumas vezes, sem que eu espere, vem um recado, uma mensagem que é importante pra mim. Do nada mesmo.
Recebi há pouco uma mensagem que me avisava de uma coisa que eu já sabia mas não tinha certeza. Eu precisava desta confirmação porque quando a coisa é com a gente, se confunde muito o desejo com os fatos. Não existe a distância necessária para uma boa intuição e eu me embanano toda, troco alhos por bugalhos. Nessa hora um olhar de fora é tudo de bom.
Agradeço imensamente a informação útil e inesperada. Já estou me mobilizando. Muito, muito grata!
E agradeço mais ainda a essas mulheres todas que eu tanto admiro e aprendo. Agradeço a cada lição que eu tive. Cada bruxona que eu me trombei nestes anos todos. Algumas me assustavam, me passavam a impressão de loucas e desvairadas. Algumas eram mesmo porque nesse meio o que mais tem é gente doida que se acha a reencarnação da Morgana. Mas existem aquelas que são só amor, outras que são a sabedoria mais simples, de pele preta e carapinha branca. Outras que empunham uma espada, um atame. Outras que lutam no astral só com a força da fé. Conheci gente muito interessante e tenho que agradecer.
O que eu posso te dizer é que esse tipo de mulher é mais comum do que se pode imaginar. Talvez aí do seu lado, com a maior cara de dondoca pode ter uma mulher que sabe das coisas. Aquela senhora super humilde poder ser um poço de conhecimento. Aquela mocinha super novinha pode ser a voz do além, literalmente.
Fique atento porque a ajuda pode estar bem do teu ladinho e você nem se deu conta.
Ouça os sinais.
Observe.
E acredite que tudo vai melhorar, porque vai mesmo.
Palavra de bruxa.
Música
Um laço que nos enrosca, agarra, afaga, bate na cara, vira o estômago.
Minha sina, minha vida.
Tom maior, tom menor, às vezes tão diminuta, algumas longas pausas, silêncio socando meus ouvidos.
Uma tara, um vício, um tipo de ar colorido, cheio de pontos pretos nas linhas da vida.
As cinco linhas da minha mão, as cinco linhas onde pingam os pretos pontos que cantam a minha vida. Breves...às vezes tão breves que nem me lembro que nunca esqueço.
Minha conversa. Uma forma de fazer amor com o mundo, de me fazer ouvir, de bater o martelo no peito duro do outro. Ou então, um carinho, um beijo na ferida fresca daquele que não foi escolhido pela música.
Uma entrega. Um amor. Uma lente de som.
Fios nascem e se faz um nó, um emaranhado de nós, eu e você, nós e mais nós. Nós cegos, nunca surdos. Nós em nós.
A música aperta, fecha em volta do peito, me amarra, me mantêm ali.
E quando eu sou som e você é som, quando é loucura e entrega, quando sou muito mais do eu mesma e você é muito mais do que você mesmo, quando somos nós, aí eu entendo o que vim fazer aqui e posso dormir tranquila embalada no baticum de teu peito.
A música mais primeira de todas. O baticum do teu peito é o berço da sinfonia que dorme em mim. É meu compasso, meu farol, meu ritmo, minha pulsação.
E quando somos música, a nossa música, somos um chamado divino.
Somos o Verbo. Somos o começo de tudo.
E, mesmo assim, ainda somos um tantinho mínimo de Deus.
O deus que habita em mim, canta para o deus que habita em você e ele me responde e eu, perplexa, percebo que tudo é tão simples quando se ouve com o coração.
Seu coração também ouve assim?
Sim...eu sei que também ouve.
Disso eu sei.
domingo, 15 de junho de 2008
Jamelão
Eu sinto isso! Uma emoção patriótica, um choro emocionado quase saltando pra fora, uma pitadinha de vergonha por se emocionar assim.
Hoje eu ouvi uma bateria de escola de samba e senti a mesma emoção. Uma bateria minúscula, dois surdos, repinique, duas caixas e um tamborim. Tudo branquelo tocando! Um minuto de percussão em homenagem a Jamelão que morreu ontem.
Achei aquilo tão lindo, tão nosso, tão Brasil! O som da bateria de uma escola de samba é tão hino quando o nosso famoso"ouviram do Ipiranga". Aquela bateria modesta, tão orgulhosa, cheia de moços e moças, tudo com cara de italiano, aquilo ali é o som do meu país. Puxa vida, lindo demais isso. Lindo demais ver uma moçada ali, assumindo a responsabilidade de perpetuar nosso hino, nosso som mais brasileiro.
Sim. Quase chorei.
Sorri, feliz, quando vi o único sambista da pequenina escola de samba. Um mulato de sapato e chapéu branco, um mínimo bigodinho, bem no estilo dos anos cinquenta, sambando cheio de malandragem. Ali, na minha frente, eu via o verdadeiro malandro sambista, eu vi todos os malandros cantados pelos pais do samba, eu vi o Zé Pelintra sambador mais lindo de toda a minha vida. Verdadeiro, genuinamente encorporado no samba sacana do mulato. Autêntico.
Me despedi de Jamelão assim. Um misto de emoção chorosa com um sorriso encantado do sambista malandro.
Me despedi com estilo.
sábado, 14 de junho de 2008
Eu e minhas idéias de merda
E quem era a besta que ia tocar lá?
Eu e Ugo, é claro.
Duas bestas completas, cansados pra cacete antes de começar a tocar e imaginando que segurar o som até as quatro da matina não ia ser fácil.
Eu pensava:
-Sou uma besta. Uma vendida. Toma, filha da puta, pra largar mão de ser gananciosa. Agora aguenta!
Logo de cara, o bar vazio ainda, afinal nem era meia noite e meia (!), e já tinha um cara muito, muito bêbado. Minha intuição avisou que aquele era um tipo que daria trabalho e eu que não sou de virar as costas para as minhas intuições, nem olhava pro tal. Evitar contato visual, uma regra ótima para bêbados chatos.
E ele ficava berrando a dois palmos de minha cara. Eu pensando: tocar em terra estranha é uma bosta porque se eu precisar dar um cacete em alguém, posso apanhar do bar todo. Eu medindo a distância entre minha boca bico largo e a fuça dele. É. Eu acerto a testa dele com um chutão, caso ele venha me apalpar como está apalpando todas as mulheres. Uma porta de vidro a minha esquerda. Não adianta sair por ai, dá no banheiro masculino. A única rota de fuga é pelo corredor estreito, apinhado de gente. É..tem que segurar a onda e manter a calma.
Nunca vi tanta puta feliz e cantante junta! Cada modelão. E o mais incrível, puta xexelenta mas com bom gosto musical. Ou era a cachaça que fazia acharem tudo tão lindo.
Povo esquisitíssimo!
Nunca vi tanta gente feia em um lugar só. E ao mesmo tempo fazia anos que eu não tocava para um povo tão animado. Cantando e dançando tudo que eu mandava!
Um loirona oxigenada com barriga de fora escorregando por cima da calça pára na minha frente e fica cantando e sorrindo pra mim. Cruz credo. O cinto de metaleiro apertava as carnes de forma masoquista. Ela tinha um brilhantinho no dente da frente. Praticamente uma pomba-gira fashion.
Um coroa que se deitar, morre, me olha lascivamente. Ai meus sais.
Uma mais arrumadinha puxa papo com Ugo. Eu de olho nela. Te dou um cacete, penso, mas sorrio, simpática. Cantora tem que aguentar xaveco no músico. Quem mandou namorar músico?É, mas tudo tem limite. Qual era a rota de fuga mesmo?
O bêbado, aquele do começo da noite, passa a mão em todo mundo, tenta beijar qualquer coisa que pareça ter xereca. Não beija ninguém mas me irrita profundamente.
Uma motoqueira sem moto me dá uma encoxada no banheiro. Ops, desculpe, diz ela, rindo da minha cara.
Tô na curva de rio, me lembro subitamente.
Finalmente a noite acaba. Vou avisando que encerramos o som, já são quatro horas da manhã, né?
Quem vem me pentelhar? Quem vem pedir mais duas, mais três? Quem quer mesmo é tocar o MEU violão e encerrar a noite? Claro, ele, o bêbado.
"Canta mais uma?"
"Não"
"Então me deixa tocar."
"Não."
"Porra, deixa de ser chata."
"Não."
Pela primeira vez olho dentro do olho dele. Não, não e não!
Guardamos tudo rápido, colocamos os instrumentos nas capas e não é que o maldito sobe no palco disposto a pegar o violão?
Finalmente vi o tamanho de Ugo servir para alguma coisa além de trocar lâmpada sem precisar de cadeira. Só deu um berrão "ÔOOOOOOOOOOOOOOOO, aí nem pensar!" que fez o bebinho dar um pulo de susto e sair mansinho, mansinho.
Neste exato instante uma mulher gorda e bêbada começa a passar mal do nosso lado. Carregar aquela criatura e como carregar uma capivara morta. Quando eu olho pra ela vejo uma cena que me perturba até agora. O casaco de couro vermelho sobe, a camisa sobe e revela um bundão imenso branco com uma tanguinha de oncinha minúscula que subia pelas costas. Uma visão hedionda. Tenho tido pesadelos com aquela bunda. Pulo a mureta, minhas pernas passando a milímetros do corpo de um cara imenso e volto pro palco porque se ela vomitar do meu lado, eu vomito em cima. Fujo covardemente.
Explico a situação pro cara grandão e ele ri e me diz que adorou o cd que tinha comprado de mim há duas horas atrás. Tinha ido embora, deixou a namorada em casa e voltou pro bar, pra tomar aquela saideira, mas fez isso tudo ouvindo o meu cd.
Sei, sei..safado da porra. Voltou pra putaria, né?
Homem é foda. O mais engraçado que ele foi eleito por nós como o cara mais legal que conhecemos naquela noite. O " Gente Boa". Gente boa e safado.
Preciso implorar para que me paguem logo porque se continuar neste ritmo só consigo ir embora as seis da manhã.
Pegamos a estrada de volta com a certeza que somos duas bestas. Duas bestas cansadas. Exaustas, mas ainda duas bestas.
Agora eu me pergunto onde está o glamour da vida de cantora? Na casa do caralho, só pode ser.
Quando eu ouço o povo dizer que quer cantar na noite, que acha o máximo essa vida eu adoraria levar quem me diz uma coisa dessa para passar uma noite de terror desta, só pra sentir como é a real. Quero ver se ainda quer.
Vai estudar, aconselho. Larga de besteira.
Ninguém me ouve.
Nem eu.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Eu tô na rádio!!
Eu sempre que me ouço na rádio fico louca, quero sair falando pra quem tá por perto "ouça aqui eu cantando na rádio", " eu tô na rádio, eu to na rádio!!" e nunca encontro ninguém que eu possa falar isso sem parecer uma maluca desvairada e acabo quase explodindo por dentro.
Uma frustação que hoje eu consegui dar fim.
Estava comprando cigarro no posto perto de casa. Um posto ótimo porque não se desce do carro pra comprar nada, se pede e o cara traz. Pedi meus cigarrinhos e quando ele está me trazendo o troco, quem eu ouço?
EU!
Afe, tive meu ataque e pude finalmente falar para alguém que era e que estava cantando.
O frentista, simpatissíssimo, enfia a corpo pra dentro do carro pra ouvir melhor, pede pra aumentar o volume, chama o galera toda do posto, de cliente a outros frentistas. Eu ali, saltitante como criança diante de piscina de bolinha, toda pimpona.
-É você mesmo?
-Sim! Sou eu.
-Parece a Ana Carolina...
-Jura? - meio murchinha....
Aí o frentista que me atendeu, o Carioca, me pergunta:
-Tem cd na mão pra vender? Quero dizer que eu conheci uma cantora que toca na rádio e quero mostrar o cd pro meus amigos. Quanto é?
Vendi por um preço abaixo do normal mas ele merecia essa regalia, afinal foi a primeira pessoa que eu pude berrar no ouvido "Tô na rádio!" e que ficou tão feliz quanto eu, foi o cúmplice perfeito para meu momento de vaidade e ele merecia o baita desconto que eu dei no preço do cd.
Sai de lá prometendo que voltaria outro dia para que ele me dissesse o que achou do som.
E eu vou voltar, prometi e tá prometido.
Deixa eu falar mais uma vez só...
EU TOCO NA RÁDIO!!!!!
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Dia dos Namorados
É claro que é sempre bom trocar presentes, deixar um dia especial para você poder falar com todas as letras o quanto você ama alguém, tudo isso é uma delícia. Mas para aqueles que andam sozinhos, que buscam, buscam e só se ferram, para aqueles que acabaram de terminar alguma relação, para aqueles que ainda não se recuperaram daquele fim tão mexicano ou para aqueles que simplesmente não encontraram a sua cara metade, o dia dos namorados pode ser bem desagradável.
Dá uma sensação de solidão, parece que o mundo todo tem um par, menos eu.
Bobagem.
Eu escrevo hoje para aqueles que não tem namorada e nem tem coragem de tratar um " rolo" desta forma. É para os que estão solitários hoje.
Eu já passei alguns dias dos namorados sem namorado. E já liguei para uma grande amiga para dizer a ela , que estava meio borocoxô por causa do dia dos namorados, o quanto eu achava ela o máximo e que se eu fosse homem ou sapata, eu a pedia em namoro! Eu já trabalhei muito em dias comemorativos. Eu sei bem essa sensação.
Hoje eu escrevo pra você que tá só e se sente uma merda.
Sinta não! Antes só do que mal acompanhado. Isso é uma verdade mesmo que vale à pena acreditar.
Outra coisa...tem tanto namoro morno, uma bosta que já está meio caído, meia boca que no dia de hoje faz teatro de felicidade. Não acredite em tudo que você vê por aí. Ficam exibindo tanta felicidade e isso pesa na gente.
Eu lembro de uma época que eu fiquei nove longos meses sem dar nem beijo na boca. Aliás, nem seguraram em minha mão. Um dia, no ônibus, eu vi um casal bem simples, bem humilde mesmo, faltavam vários dentes no casal, tudo meio sujinho e eles estavam tão felizes e eu pensei "puta merda, todo mundo tá com sua tampa, menos eu".
Mentira. Tinha um monte de gente sozinha por aí, eu é que não estava pronta para amar outra vez. Esperei o tempo certo e voltei a vida, ainda mais animada e mais feliz.
O ano passado foi o ano que eu decidi viver a vida de solteira total. Assumi que eu queria ficar só e gandear. Gandeei. Sambei. Me acabei em noites regadas a música, dança e alegria. Foi ótimo. Conheci gente muito divertida. Ouvi cantadas engraçadas, chulas, vexatórias, galanteadoras, impressionantes. Minha auto-estima bateu no teto.
Aí, quando eu menos esperava, tava lá eu metida até o último fio de cabelo em uma paixão daquelas de boa, eu tinha sido pega pelo pé quando eu menos queria e menos procurava.
É isso que eu quero dizer. O amor pode chegar de surpresa, então pra que ficar esperando ele na porta com a mesa posta? Cansa tanto isso. E assusta os pretendentes e as pretendentes.
Deixa o amor chegar de mansinho. Abre o coração pra ele.
Mas o amor só chega quando a gente deixa ele vir, quando a gente abre a alma, abre a vida e principalmente, quando a gente se ama acima de tudo.
Tão óbvio isso, é? Parece coisa de revista feminina, mas é a mais pura verdade.
Solitário de hoje, fica chateado não, tudo é passageiro. Quando o terreno estiver pronto, aparecerá. Se não aparecer, curta os amigos, a família, cuide de você.
Quando se distrair, o amor te pega pelo colarinho e te tasca um beijão na boca!
Feliz dias do namorados para quem não tem namorado!
Pode ser um dia maravilhoso pra você dizer que SE ama!
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Para ver, acesse o www.alltv.com.br
Para interagir, basta preencher um cadastro rápido, totalmente gratuito, entrar no chat e participar, com perguntas e sugestões.
Hoje sou eu.
beijos a todos.
terça-feira, 10 de junho de 2008
Os amores
1- O amor platônico que não quer gozos ou interesses. Ama-se e ponto.
Já tive isso aos doze anos. Amei loucamente meu professor de ciências. Ele nem me dava bola e eu louca para entender melhor as borboletas e as abelhas.
2- O amor de Eros que é ligado ao corpo, à atração física, ao tesão doido mesmo.
Esse é danado pra ser confundido com o amor da minha vida, especialmente entre as mulheres. É só aparecer um cabra que dê um trato daqueles que a tal já começa a pensar no vestido de casamento e na casinha branco com cerca azul. Isso ainda na primeira noite! O famoso amor de pica, bate e fica.
3-Ágape, o amor altruísta, quase espiritual.
Acho é devia ser esse o amor que Madre Tereza de Calcutá tinha. Gandhi. Irmã Dulce, lá na Bahia.
4-O amor entre amigos, o stroge.
Eu tenho isso de monte. Amores desses que me deixam mornamente feliz. Bom de se ter, muito bom.
5-O pragma, muito em voga atualmente, é um tipo de amor que visualiza apenas o momento e a necessidade temporária, do agora.
É o amor dos ficantes.
6-Ludus, o amor lúdico, cheio de brincadeiras, leve e gostoso.
Esse é tudo de bom, né?
7- Mania, o que eu achei o mais interessante: amor altamente emocional, instável, o esteótipo do amor romântico. Esse último, o amor romântico, não é construído na relação com a pessoa real, mas sobre a imagem que se faz dela, trazendo a ilusão de amor verdadeiro.
Diga se isso não é mais comum do que imaginamos! Quem nunca pirou na batatinha e viajou na maionese e achou que amava muito, muito mesmo e era só uma...mania? Um mal hábito? Uma piti?
8-Psiquê- um amor espiritual, baseado na alma e nos sentimentos eternos.
Isso aqui é lindo de morrer!
Achei isso aqui e achei o máximo:
"Amor, paixão, e loucura
Estudos têm demonstrado que o escaneamento dos cérebros dos indivíduos apaixonados exibe uma semelhança com as pessoas portadoras de uma doença mental. O amor cria uma atividade na mesma área do cérebro que a fome, a sede, e drogas pesadas, criando atividade Polimerase. Novos amores, portanto, poderiam ser mais emocionais do que físicos. Ao longo do tempo, essa reação ao amor muda, e diferentes áreas do cérebro são ativadas, principalmente naqueles amores que envolvem compromissos de longo prazo. Dr. Andrew Newberg, um neurocientista, sugere que esta reação de modificação do amor é tão semelhante ao do vício as drogas, porque sem amor, a humanidade morreria."
hahahah
Adorei isso!
Agora misture esses amores - EROS + LUDUS+ STROGE + PSIQUÊ - bata tudo dentro do coração, sacuda bem a cabeça para deixar os neurônios completamente doidos, viciadaços no ente amado e querido, coloque isso tudo entre melodias especiais, cantorias especias, sonhos especiais, um passado especial e arremate com uma noite especial.
Taí um bom tipo de amor. Um que vale à pena.
Eu recomendo.
Já pensou que tipo de amor você anda vivendo? Ou qual é o amor que você quer hoje em sua vida?
Peça que assim terás, já diz o profeta, então trate de pedir direito!
Qual amor você quer ou consegue ter agora?
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Modernidades
Quem nunca teve vontade de jogar o celular no chão e pisar milhões de vezes porque o bicho não dá paz, fica tocando nas horas mais impróprias ou, o pior de tudo, percebemos que o celular se transformou em uma coleira moderna?
Quem não quis morrer de ódio quando a conexão da internet simplesmente some naquela hora que não podia de jeito nenhum ficar sem internet?
Descobri outra modernidade que é realmente um saco: luz que acende e apaga sozinha. Eu toco em um bar que o banheiro é assim. Você entra, um sensor percebe e a luz é acesa. Você sai do banheiro e a luz é automaticamente apagada. Parece ótimo isso, muito prático e econômico, mas não é verdade.
Toda vez que vou ao banheiro do tal bar passo nervoso. Assim que abro a porta a luz realmente acende e tudo fica luminoso. Aí a gente arreia as calças, fica naquela posição realmente vexatória que é tentar manter o equilíbrio ( pior se está de salto alto), mirar direitinho e de jeito nenhum encostar no assento de privada. Se estamos de saia ainda temos que segurar a danada. Ou seja, não é fácil. Aí a porra do sensor, não percebendo movimento por estarmos meio abaixadas, o bundão de fora, simplesmente entende que não tem mais gente dentro do banheiro e apaga a luz! Aí ficamos na posição vexatória, equilibrando com o maior cuidado, evitando encostar em qualquer parte do banheiro, no maior escuro, tentando fazer xixi no lugar certo, balançando os braços acima da cabeça para que o sensor estúpido perceba que tem gente ali e dê alguma luminosidade. Fico lá, igual uma idiota, fazendo amplos movimentos de braços para ver se consigo mijar na luz! Realmente ridículo!
Essa modernidade não deu certo!
Eu posso garantir!
domingo, 8 de junho de 2008
Boca suja, eu?
Sim, sim, sim! Eu tenho boca suja. Meus amigos todos também. É tão comum que nem percebo quando um caralho escapole, um puta que pariu voa pra fora da boca, por isso fiquei muito surpresa quando encontrei uma jovem que além de não falar um único palavrão, se choca quando ouve alguma expressão mais chula.
É claro que desfilei todos os meus palavrões de uma única vez só para ver ela tapar os ouvidos e me olhar como se eu fosse um monstro.
Aí eu percebi que a maioria dos nossos palavrões fazem referência ou aos órgãos genitais e suas proximidades ou a alguma coisa relacionada ao sexo.Continuei na viagem e percebi a quantidade de nomes que nós temos para falar da xoxota e do pinto. Gente, é muito nome! Confira comigo.
Nomes para a tal...
Boceta, buça, xoxota, xota, xereca, perseguida, molhadinha, pomba, pombinha, xavasca, gruta, piriquita, perseguida, filismina, perereca, buçanha, racha, rachada, ximbica, peludinha, peteca (??), pataca, perestróica, prexeca, bacalhau (!), aranha, xibiu, mixirica, babada, barbuda, caixinha, florzinha, pitchuca, fruta, cona, xana, xaninha, tabaca, tabasca, coisinha, tcheca, tchota,... 70-cavalos, áfrica (reference to pubic hair shape), a-mais-pedida, abigail, abocanha-caralho, abraçando-meu-pica-chu, abre-te-césamo, abridor-de-caralho, abrigo-do-bombril, acari-roxo, achô, aconxego-da-piroca, acrobata, aeroporto, aeroporto-de-quibe, aeroporto-de-rolinha, afoga-ganso, afogador, afogador-de-ganso, agasalho-de-pica, agasalho-de-xonga, agasalho-do-joystick, agridoce, aguada, agüenta-toco, aiai, alegria, alegria-ilimitada, aletéia, aliança, alina, alisa-pau, alisa-pica, almofada, almofada-furada, almofadinha-do-prazer, alpargata, alçapão, alçapão-da-felicidade, amante-de-grosso, amansa-cobra, amansa-corno, amansa-macho, amansa-pica, ameba-cabeluda, amiga, amiguinha, amolecedora-de-pau-duro, amortecedor-de-ovo, ana, andressa, anel-da-frente, anel-de-couro, anfitriã, angiova, animal-sangrento, aninha, ana-júlia, apartheid, apertada, apertadinha, apito, apoio-de-cabeça, apontador, aposentos privativos, apresuntada, aputnani, aquela-que-matou-o-guarda, aquela-que-me-endurece, aquilo, aquilo-que-esfola-a-cabeça, arambá, aranha, aranha-fogosa, araponga, arapuca-de-caçar-pinto, arapuca-de-pegar-pinto, arca, arca-conana, ardida, área-de-lazer, areia-movediça, argola, ariranha, armadilha, armadilha-de-cobra, aro, arraia-preta, arranca-toco, arreganhada, arriadora-de-caralho, arrochada (tight), arrombada, arrombadinha, assassina-de-palhaço, assento, astrid, atoleiro, aveludada, azeiteira, b-profunda, baba-rola, babaca, babadeira-do-caralho, babadora, babau, babenta, babona, bacalhau, bacalhau-amigo, bacalhau-assado, bacalhau-mijado, bacalhoada, bacorinha, bacorinho, bacurimba, bacurinha, bacurix, bainha, bainha-de-homem, baitola, baixinha, baladeira, balaio-de-milho, balceira, balseira, banco-de-esperma, banguela, banguela-cabeluda, banguelona, barata, baratinha, barba-cerrada, barba-da-vó, barba-do-bin-laden, barbada, barbiana, barbie, barbuceta, barbuda, barbudinha, barranco-do-morro, barroca (ó), barroca-do-amor, barroxa, bastiana, bate-palma, batedeira, bau-bau, baú, baú-da-felicidade, bebas, beco, beiço, beiçola, beiçolinha, beiçuda, beiçudinha, beju-taiado, bela, belbas, bem-usada, berbela, berbelha, berbigão, bereba, berenice, berimboga, besouro, besteirinha, besugo, beubas, bezona, bi-canal, biba, bibelô-do-papai, bibica, bibil, bibinha, bibirito, bichana, bichinho, bicho-preto, bicho-peludo, bichochota, bichota, bicuda, bife, big-mac, bigaia, bigode, bigodinho, bijóia, bilica, bilongueira, bimba, bimba-grande, bimbinha, bin-laden, birda, bironguina, birosca, birsa, biscaveia, biscoito, bisegre, bisteca, bitiquita, bixana, bixota, bixoxota, biziu, 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pé-de-barriga, pé-de-boi, pé-de-buceteiro, qualhada, qualhadeira, quase-lá, quebra-pinto, queijinho, quentinha, queridinha-do-papai, quibane, quica, quilha, quiquirinha, quiquiriquinha, quirica, quita, r$-50-(squenta-pau for cock warmer), racha, rachada, rachadum, rachadura, rachadura-peluda, rachazón, racho, , rainha-dos-membros, raja, rala-pau, rala-pica, ralinha, rapadura, rapariga, rasgada, rasgadinha, raspadinha, rastafari, rata, raul-seixas, rebucetéia, receptora, receptora-de-amor, receptáculo-de-esperma, recheio-de-sonho, redonda, reganhada-do-golias, rego, rego-de-mijar, riteca, ritinha, rivinha, rocambole, rocinhas, rodete, rola, rolinha, rolódromo, romária, romã, rorocão, roroquinha, rosa, rosinha, rosquinha, roçadora, rua-sem-saída, rulinha, rêgo-de-mijar, rô, rôsinha, saca-rola, sacha, saco-de-pão, salgadinha, samburá, sandona-da-orgia, sanduíche-de-macho, sanguessuga, sapo, sapão, sararucu-de-pau, saromba, sashimi-mijado, saída-de-filho-da-puta, segredinho, segredo, segunda-língua, segura-peão, selva, sem-ela-eu-não-vivo, sem-ela-não-precisaríamos-de-mulher, sem-lacre, senaita, sendo moer, senta-o-pau, serra-pelada, seta-do-prazer, seção-lazer, seção-privê, shan-gri-lá, sharon, shawasca, sheila, shiranha, shirley, shnozer, sininho, sino-de-igreja, siri, sirica, siriema, sirigaita, sisterna-de-porra, smile, smurfete, snéka, soca-coco, soca-rola, soca-rolha, sofredora, sofrida, sombrancelha-dupla, some-vara, sonho-de-travesti, soquete-cavalar, sorca, sorvete-quente, sovaco-da-perna, spazolla, spazollona, strudel, suada, suadinha, suga-rola, sugadora-de-pinto, supimpa, suprema, sururu, suvaco-de-coxa, suvaco-do-sul, tabaca, tabaco, tabacuda, tabacão, tabaqueira, tacho, taioba, taião, talha-leite, talho, talhão, talibã, tambarerê, tampão, tandera, tapioca, tareco, taroque, tarracho-pau, tarraqueta, tarólis, tatinha, tatu, taturana, taz, tchaca, tchakinha, tchan, tcheca, tchecoslováquia, tchola, tchurranas, tchutchuquinha, tchutchura, teca, telescópio-de-feto, temperada, tempero-de-bigode, tentação, tentação-do-caralho, tentação-do-diabo, teresa, teresa-batista, tereza, terracha, terreno-suado, tesoura, tesouro-de-pirata, testa, testa-alta, testa-larga, testinha-cabeluda, testuda, testão, testão-envergado, tetéia, thequinha, tia, tia-beth, ticha, tichim, tiché, tieta, tigela-com-pêlos, tilidinha, tintim, tira-prova-de-homem, titi, titia-beiçuda, titita, tititinha, tobogã-de-espermatozóide, toca, toca-da-moita, toca-de-cobra, toca-do-coelho, toca-do-palhaço, toca-dos-gatos, toca-dos-pintos, toco-de-amarrar-pica, toioba, tomada, tonha, topa, topetuda, torneadora-de-pinguelo, torta, totonha, totosa, totó, touceira, trave, travesseirinho, trem-que-pula, trenzim-mais-delicadim, trepanzeira, trinca, trincada, triângulo, triângulo-da-bermuda, troca-óleo, truta, tubo-de-conexão, tudo-de-bom, tufinho, tulhufa, tega (ê), túnel-do-amor, túnel-do-prazer, ubuê, ui-ui, urna, ursa, ursinho-de-pelúcia, vadjaina, vagina, vaginaldo, 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xotão, xoxa, xoxoca, xoxonha, xoxota, xoxotaço, xoxotinha, xoxotão, xucruta, xulapa, xuleta, xulipa, xumbrega, xunaninha, xuranha, xuranhã, xureta, xurita, xuxa, xuxela, xuxinha, zacabiba, zazinha, zeladora-da-casa-do-caralho, zeladoria-de-caralho, zenaide, zenaita, zequinha, zeza, zezinha, zinga, zoinho, zoiúda, zoraide
Nomes para o tal...
Pinto, pau, pica, piça, caralho, cacete, careca, caolho, mastro, vara, bráulio, tigrão, piroca, trolha, rola, caceta, catso, choto, coisa, piroca, biléu, bilau, aço, alavanca-de-arquimedes, alegria-das-meninas, aparelho, aquilo, arame, arma, armanho, bacalhau, bacamarte, badalhoco, badalo, bage, bagre, bambu, banana, bandeira a meio pau (semi-erect), barba-roxa, bastão, bate-estaca, bengala, berimbau, besugo, bibico, bibiu, bicho, bichoca, bicuda, bigorna, bilau, biloca, bilola, bilunga, bimba, birunga, biscoito, bitoca, bodelos, boneca, borracha, brachola, bráulio, bregueço, cabeça-de-frade, cabeça-lisa, cabeça-pelada, cabeção, cabeço, cabeçote, cabo-de-relho, caceta, cacete, cacilda, caetano, caibro, cajado, calcete, cambange, cambão, cana, canivete, canudo, carabina, caralho, careca, carimbo, carne quente, carulho, catatau, cátis, catoco, catrino, catso, cazzo, ceguim, chá-de-besta, chá-de-homem, chapeleta, chapuleta, charuto, chave-de-mulher, chechoca, chibata, chicote-de-barriga, chonga, choriço, chouriça, chouriço, chuí, chumarra, chupeta, chupica, cilindro, cipa, cipó, cipó cabeludo, circo armado (erect), clarineta, clarinete-de-capa, cobra, coisa, coisinha, coluna-do-meio, consolo, consolo-de-mulher, crescedor de barriga, dardo, descanso-de-carroça (big), deslombada, documento, documentos (penis and scrotum), doido, doutor alisando cresce, engate, entre-pernas, envernizado (hard), espada, espiga, estaca, estopim, estrovenga, faca, facho, falo, farfalho, ferragem, ferramenta, ferramentas de trabalho, ferrão, ferro, flauta, flautim de capa, fósforo, fumo, fumo de rolo, fuso, gaita, gambé, gano, ganso, garoto, geringonça, gogo, gogolina, grego, gunga, inhame, instrumento, instrumento de fazer nenen, instrumento de trabalho, instrumentos, invertebrado, isca, jacarandá, jamanta (big), jeba, jegue (big), jequitibá, jereba, jibóia (big), jiribaita, joão, joaquim-madrugada, judas, jurumba, lambaio (extra-big), langanho, lango-tango, lápis, laquaqua (among gays), legume, lenha, lingüiça, maçarico, macaxeira, madeira, maísso, majestoso, mala, malfeitor, malho, mandioca, mandrião, mané-bobo, mané-souza, mangalho (big), mangará, mangerico, mango, mangote, mangueira, maniçova, maniva, manjeroba, manjuba, manzape, manzapo, mão-de-vaca, maracá, marreta, marsapa, martelo, mastro, mastruço, merenda, matolão, medalhão, me-engula, me-ingula, migu, mingula, minhoca, miraguaia, mondrongo (big), muçu, muçu-cabeludo, muçu-de-cabelo, muçum, naba, nabo, nagallho, neca (among gays), negoção, negócio, nervo, ocane (among gays), ocapi, o-que-luzia-ganhou-na-capoeira, o que luzia levou na horta, pajeú, papa-terra, partes, passarinho, pau, pau-barbado, pau-de-fumo, pau-de-mijar, pau-de-sebo, pau-penca, pau-seco, pavio, peça, pechota, pé-de-mesa (big), peia, pelada, pemba, pendão, pênis, pepino, peroba, peru, petardo, piaba, pica, piça, piçador, picha, piçoca, picolé, picolé-de-homem, picolé-quente, pila, pimba, pincel, pindoba, pingola, pinguelo, pingulim, pino, pinta, pinto, pipi (child's), piroca, pirrola, piru, pirulito, pistola, pistom-de-capa, pito, pitoca, pitota, pituca, piupiu, pomba, ponteiro, porange, porongo, porrete, pra-ti-vai, prego, prendas, pua, punheta, puxador, quiabo, raiz, rédia, ripa, robalo, rola, rolo-de-fumo, salame, salsicha, são-longuinho, sarabaitana (big), saroba, sarrafo, sarsarugo, seribobeia, seringa, seta, sinal, sulapa, surdo, taça, talo, tampa-de-mulher, teca, teca-liana, testa-furada, ticha, tiche, tico, tombica, torcida, torneirinha, toro, tota, trabuco, trambulhetão, traíra, treboço, treboçu, tripa, tripé, troçulho, trolha, tromba, tronzoba, trozoba, trouxa, trussui, tubiba, tuchupa, tulambe, vagem, vai-e-vem, vara, vara da felicidade, vara-de-mijo, vara-do-diabo, vassourão (big), vela, verga, vergalhão, vergalho, verruma, virote, ximboro, xixi, xoroca, zarabatana, zé, zebedeu, zeca, zeguedegue, zezinho, zimba
Agora posso falar com ela usando todos esses sinônimos e não a chocar tanto.
Virge, esse negócio de procurar nomes pra as " coisas" me deu um trabalho do piupiu! Ou do toioba, como preferir.
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Cantoras Neuróticas
Explicar o que ocorre entre cantores e instrumentistas é uma coisa que não é fácil, mas o Guga faz isso com uma certa dose de humor e olhar muito agudo. Eu penso sobre isso e chego à mesma conclusão, apesar de não me achar neurótica, mas isso não vale porque eu nunca que me acharia uma cantora neurótica.
CANTORAS NEURÓTICAS
Por Guga Stroeter
A cantora Tutti Baê e sua colega Mônica Marsola escreveram um livro didático sobre técnica vocal. Tutti solicitou a Guga Stroeter que escrevesse o prefácio.
A presente publicação trata de expressão, canto e música. Bem sabemos que o ser humano expressa-se das mais distintas maneiras. Como também são distintas as definições do que é a música. Para Rilke, a música é o hálito das estátuas; para Schopenhauer, a música é pura vontade. Já o poeta e herói nacional cubano José Marti proclamou que a música é a alma do povo. Talvez essas visões não sejam antagônicas, mas complementares, e somadas contribuam nesse nosso delicioso debate filosófico. Outras colocações sequer suscitam polêmica, pois são verdades unânimes. Uma delas é o incontestável fato de que o ser humano em qualquer época, em qualquer cultura, gosta de música. A outra verdade fundamental é que todo cantor é antes de mais nada um neurótico. Eu afirmo isso de forma muito serena, pois na minha condição profissional de músico instrumentista, participo da guerra eterna entre músicos e cantores. Estamos cercados de apocalípticos por todos os lados, pessoas que anunciam por todos os meios a chegada eminente do juízo final. Nesse dia, num grande julgamento universal, num gigantesco Nuremberg cósmico, Deus resolverá definitivamente as querelas entre cães e gatos, entre corinthianos e palmeirenses e entre cantores e instrumentistas. Nós, os instrumentistas, chamamos os cantores de canários e relaxamos no palco escudados pelos nossos instrumentos. Sim, entre nós e a platéia existe um intermediário. Já o cantor tem o seu próprio corpo como emissor daquilo que é considerado o ponto dramático focal da apresentação. Melhor dizendo, toda a expectativa e toda crítica estão amarradas ao frágil gogó do canário. É principalmente por intermédio do cantor que os indivíduos do público se identificam dentro do processo dialético do fenômeno musical. Ora o espectador imagina a si próprio sobre o palco, pois tem a fantasia narcísica de ser o centro da afetividade daquela circunstância; em outro momento esse mesmo espectador adota como sua a poesia da letra cantada, e então a voz do cantor e do espectador unificam-se no imaginário. Por isso o erro do cantor ofende as emoções profundas da platéia. Não é à toa que os cantores tornam-se famosos e paranóicos e tem uma relação agonística com sua obra; enquanto nós, músicos hedonistas, rastejamos pelos cantos ruminando a frustração de nosso anonimato, contando ótimas piadas e maldizendo a mídia manipuladora e burra. Certa vez fazendo um show com um grupo de músicos amigos, convidamos uma cantora para subir ao palco e cantar conosco. Ela prostrou-se maravilhosa em frente ao microfone e então nós tocamos a introdução da canção. No entanto todos nós erramos, cada músico foi para um lado, erramos a harmonia e o ritmo estava indefinido. A platéia nem notou e lá estava a cantora, vítima de nossa incompetência, com um pé na canoa e outro na casca de banana, com a atenção da platéia convergendo para ela. Foram momentos num inferno onde ela sem dúvida pensou furiosa: "Músicos filhos da puta, vocês querem me derrubar!". Então ela cerrou os olhos e arriscou sair cantando na mais árida solidão e nós, claudicando, fomos encontrando o caminho das pedras e lá pelo meio da canção conseguimos nos acertar. Acabou a música e fomos aplaudidos de maneira convencional. Nós sorrimos, agradecemos e envergonhados no íntimo, fomos ao boteco beber e dar risada. Enquanto isso a cantora trancava-se no camarim e enfiava a cabeça debaixo da torneira arrependida de ter saído de casa."...
Sempre soube disso, mas é muito bom ver que um instrumentista confessa uma coisa dessas.
Muita bom.
PS: Dedico este texto a todas as minhas amigas cantoras, neuróticas ou não e a todos os músicos que já me acompanharam neste anos todos.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Quando eu vi aquele nariz eu disse "é meu mesmo!"
Completamente doidinho, desde pequeno. Demorou para falar, mas se comunicava muito bem. Demorou para andar sobre as duas pernas, mas ia para onde queria.
Subiu em telhados, prendeu a cabeça no volante do carro, foi atacado por formigas, quebrou ossos e mais ossos, comeu muita ração de cachorro junto com o Mancha, gargalhava por qualquer razão e dava os mais gostosos abraços matinais.
Hoje começa seu caminho de rapazinho e eu fico olhando as voltas que o destino dá.
Sempre será o " meu bebê", como é seu irmão, já com dezenove anos. Sempre será a melhor composição que eu fiz em toda a minha vida.
Sempre será a razão para eu sorrir e viver.
Não existe solidão. Somente uma imensa falta e uma saudade espinhosa. Mas mais que isso tudo existe o amor e com amor tudo é sempre abençoado e perfeito.
Beijo seus cabelos, te aperto as costelas e sussurro em teus ouvidos "eu te amo"...
Sinto meu rosto molhado. Não sei se são lágrimas ou seu beijo de resposta.
Não importa... o que importa é o amor. Sempre ele, o amor!
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Pode parecer futulidade de mulher, acesso de consumo, frescura, mas não é. Eu fiquei aqui pensando o que me fez querer ter um acessório desse e cheguei a conclusão que vai além da moda.
Eu nunca tive um sapato vermelho. Aliás, nunca fui de usar vermelho. Vermelho e preto, menos ainda porque poderia passar por uma flamenguista ou por uma pomba-gira urbana. Acho que nunca fui muito por este caminho por querer manter uma certa discrição, já que minha pessoa é um tantinho grande e para eu ficar a cara de um travesti é só um pulo.
Meu primeiro arroubo carmim foi o poncho de crochê que passei meses fazendo. Eu queria um vermelho profundo e não muito aberto. Cada pontinho que eu dava, eu rezava pedindo principalmente proteção. Na minha cabeça aquele poncho vermelho era meu escudo, minha armadura, meu espanta-olho-gordo. Mas só posso usar meu poncho em poucas ocasiões, é quente pra cacete!
Olhado meu guarda-roupa não encontro uma única peça vermelha.
Depois de um fim de namoro eu resolvi cortar os cabelos e pintar as unhas de vermelho. Nunca em toda a minha vida tive coragem para fazer isso porque minhas unhas não são o que eu tenho de melhor, mas no instante que pintei, nunca mais deixei de fazer isso. Hoje, quase três anos depois, tenho vários esmaltes, de vários tons de vermelho e eu mesmo me atrevo a cuidar das minhas unhas. Sempre e somente nos tons vermelhos.
Dá pra perceber que o vermelho veio vindo lentamente em minha vida.
Por que agora, neste momento, eu quis um sapato vermelho? Existe alguma coisa por debaixo deste desejo.
As unhas vermelhas tinham a ver com o " expor aquilo que eu vinha fazendo", chamar atenção para toda a minha obra, para meus trabalhos, para aquilo que eu vinha fazendo e não dava mais para deixar que o mundo passasse batido por tudo isso. Minhas mãos são o meu " fazer".
Acho que os pés são símbolos do caminhar, do ir, do seguir. Os sapatos vermelhos podem perfeitamente representar um desejo de arrojo e mudança, uma tomada de folêgo para uma guinada, um salto, uma corrida. Meus sapatos chiquérrimos vermelhos vão sinalizando pro mundo que eu to indo, que eu to seguindo por um caminho tal que não permite a discrição e a sutileza.
Agora junte isso tudo. O poncho, as unhas e os sapatos. Tudo vermelho. Tudo foi se chegando em mim de forma gradual e duradoura. As cores fortem bem firmes em mim.
Tá vendo que não é uma coisa puramente estética? Meus sapatos vermelhos vão além dessa coisa. São meus anseios, são uma força representada, são um marco.
Então não me diga mais que eu estou ficando fútil. Você que está ficando muito besta em não perceber as sutilezas da alma feminina e a psicologia embutida nos pés.
Eu estou somente colorindo a minha vida, me permitindo um arrojo que antes não cabia em mim. Um toque de humor também. De coragem. Personalidade.
Viu só? Simples mesmo.
O que? Mas é claro que to pensando em alguma bolsa vermelha, mas não para usar junto. Não, isso não. Eu quero uma bolsa vermelha para alegrar a vida. Só isso.
Minha contribuição.
domingo, 1 de junho de 2008
Consultório sentimental
Já escrevi "Como esquecer uma paixão".Recebi centenas de email's de mulheres desesperadas que conseguiram esquecer algum mequetrefe seguindo essas simples orientação. E no texto "Para atrair quem você ama ", eu citei algumas receitas conhecidíssimas entre as erveiras-macumbeiras-mandingueiras-de-plantão lá do interior da Bahia e foi um sucesso tamanho que teve gente que me escreveu pedindo o endereço da lojinha de ervas.
Já pensando em ganhar dinheiro com esse dom que Deus me deu, montei um curso teórico com direito a pagamento parcelado e certificado de participação : Curso Teórico de Como Arranjar um marido. Outro retumbante sucesso. Tanto que eu consegui com os recursos obtidos prensar meu cd adulto.
Diante desta vasto currículo, acho que tenho condições de escrever sobre um tema muito polêmico e, infelizmente, muito comum: o famoso pé-na-bunda. Entendo muito do assunto porque já entrei com o pé ou com a bunda em várias relações. Com essa experiência posso dizer que a bunda sofre muito mais e vale à pena falar sobre ela.
CURSO VIRTUAL DE COMO SE RECUPERAR DE UM PÉ NA BUNDA.
1. Aceite de uma vez que acabou.
É o primeiro e definitivo passo que leva à libertação. Sim, sim, todo mundo sabe que é doloroso, vexatório e desconfortável receber uma belo chute no traseiro. Mas entender que é um fim mesmo evita a humilhação de ficar correndo atrás. Medonho isso. Levou o pé na bunda e fica ligando, pedindo, implorando. Tenha honra, criatura, e pare com isso.
Aceite. Acabou. Vá cuidar de você.
2. Chore
Isso mesmo. Chore o tanto que você quiser chorar. Mas nunca, jamais, em tempo algum, chore para o dono do pé que te chutou. Insisto na compostura. Morro seca, mas não deixo que o filho de uma égua saiba que eu to na merda por causa dele. Eu até posso ficar, mas não dou o braço a torcer.
3. Aprenda a lição.
Por que aconteceu isso? Qual é a lição? Onde deu o primeiro nó?
Depois de muito refletir, perceba o quanto você foi responsável por isso.
Se você deu razões, vá para o 3-A. Se não deu, pro 3-B.
3-A
É. Você fez um monte de merda. Fez coisas que não confessa pra ninguém que fez. Até aí tudo bem. Não vou nem sugerir ir lá no tal que te deu um chega-pra-lá e faça um mea culpa. Não, é pedir demais. Então, negue até o fim, mas NUNCA, nunca mesmo, finja pra você mesma.
Você fez aquelas merdas todas, o tiro saiu pela culatra, no final você ficou de maluca, chata, louca, ciumenta, grudenta, possessiva, invasora, desequilibrada, sem caráter, mentirosa, o caralho que for... É, agora não tem mais jeito. Veja se não repete as merdas na próxima relação porque você tá percebendo que não funcionou. Mas não esqueça que mesmo que negue pra todo mundo, e até pra você mesma, um tipo de recurso de defesa psicológica, Ele, o pé que foi na sua bunda, sabe o que você fez. Nem adianta negar. Tá lá registrado pro resto da vida.
3-B
Você nem faz idéia do que aconteceu, simplesmente o encanto acabou e tua bunda ficou desse jeito.
Fazer o que? Falar mal dele, é claro. Não resolve nada, mas ajuda a descarregar a raiva. Pode xingar à vontade. Desopile o fígado, minha filha.
4. Lidando com a vida que sempre continua.
Sim, ele vai se envolver com outra. Mais dia ou menos dia, ele vai se envolver com outra mulher. E ela pode ser uma bruxa medonha, pode ser feia como o cão, pode ser a última mulher do planeta, mas essa relação te incomoda, afinal ele deixou você.
Se ele deixou você para ficar com ela, ela é uma vaca que certamente fez as piores atrocidades para ficar com ele. A culpada é ela.
Se ele deixou você e só depois conheceu ela, ela ainda é uma vaca que fez atrocidades para que ele te esquecesse tão facilmente. A culpa é dela.
Mas não se esqueça que você mente pra todo mundo, menos para você. Tente superar isso sem fingir pra você mesma. Mas pode continuar chamando carinhosamente a outra de "vaca" porque é bem provável que em relação a você ela seja mesmo uma vaca.
E se, para piorar tudo de vez, e a outra for "uma mulher ótima", você em vez de querer morrer de brotoeja, se matar bebendo todos os destilados do mundo, ache nela defeitos medonhos, mesmo que só você veja. É eficiente e nos dá uma sensação que o outro se meteu em uma roubada e que um dia ele vai ver só a merda que se meteu. E neste dia, a gente vai rir da desgraça alheia. Um pensamento idiota e mesquinho, mas ninguém precisa saber que você anda pensando estas asneiras. Seja discreta.
Ver o outro seguindo a vida é realmente desagradável. O que fazer? Ora, pare de querer saber da vida alheia. Fique na tua. Mas se der uma escorregadinha e perder horas e mais horas fuçando a vida dele, continue negando pra todos. Você nunca mais fez isso. Jure de pé junto. Beije o terço. Mas mantenha os dedos bem cruzadinhos.
5. Pare de falar nele
Você tem um tempo pra chorar e reclamar. Aproveite esse tempo direito porque ele acaba logo. Depois disso nunca mais cite a tal pessoa. Nem para justificar as suas novas neuroses, nem para explicar porque você tá encalhada até agora. Nada mais na sua vida tem relação com ele. Enfie isso na sua cabeça.
Pensar pode, mas falar é terminantemente proidido. A gente sempre dá bandeira do nosso despeito quando fala do ex. Se fala mal, então...ai, ai vira uma porta bandeira que tem escrito em letras garrafais : eu levei um pé na bunda e não me recuperei.
6.Recompondo a auto-estima
Isso é o ponto mais importante.
Você vai levantar. Ninguém morre por ter recebido um fora. Hoje você tá ainda meio mal, meio que atrelada a esse passado fúnebre, mas vai passar.
Tudo passa nessa vida. Afinal, até você passou.
Então saia por aí, veja seu poder de fogo, se exponha, mas se preserve. Saiba dar somente aquilo que você consegue. Isso engloba muitas questões que vão desde seu corpo até ao amor.
Ocupe a cabeça.
E nunca esqueça que ninguém consegue ser perfeito ao ponto de evitar um fim de relação.
Se fez merda, assuma que fez merda, mas tente não repetir outra vez.
E, mais uma vez, pare de olhar para trás, corte este laço porque a mágoa, a tristeza ou o ciúme fazem laços tão fortes quanto o amor. Já pensou você ligada a ele o resto da vida? E ele, maravilhoso, só citando você como uma ex-maluca, todo feliz cuidando da vida?
Não existe merda maior.
Então, levante-se e pare de sofrer pelo que já passou.
Gaste seu dinheiro em tinturas de cabelo, mude a cor, faça chapinha. Faça massagens, vá pra um spa, se engrace com o professor de hidroginástica, faça qualquer coisa que te faça bem, mas até você estar de pé outra vez, pense em você primeiro, cuide de você, se ame, se perdoe e se respeite.
No instante que conseguir isso, você se libertá.
Acenda uma vela de sete dias na esquina mais próxima, em forma de agradecimento pelas bençãos alcançadas, e siga a luz.
Tenho certeza que vai se recuperar logo, logo.