quinta-feira, 4 de março de 2010

Roubaram o carro da Carô aqui na porta de casa, com arma na cabeça, casal sequestrado e o cacete.
Eu não estava em casa.
Passamos quase cinco horas na delegacia pra fazer B.O, parece que houve um arrastão, só carro roubado.
Eu já tenho birra com esse bairro de merda, metido a besta, com vizinhos que assassinam gatos. Já estava procurando casa pra mudar. Agora ficou uma impressão que tudo é frágil, tudo é delicado demais.
Carô poderia ter levado uma bala na cabeça e morrido por causa de um carro.
Todos nós podemos morrer a qualquer momento, ter as coisas roubadas, perdidas em uma chuva, um terremoto, uma catástrofe natural.
Tudo é volátil demais.
Os amores passam, mudam, morrem.
Amigos se transformam em outras pessoas que a gente reaprende a amar ou mantem distancia.
Tudo é tão instável.
E essa é uma lição maravilhosa, se soubermos ver com atenção e carinho.
O que é realmente importante?
A vida. A vida é importante.
Como é viver direito?
Boa pergunta.
O que é viver de verdade?
Não sei, mas to experimentando.
E prestando atenção nas mensagens do mundo.
Atenta, muito atenta.

Um comentário:

N. Calimeris disse...

Também tive o carro roubado. To andando de ônibus e não tô reclamando. Sei lá, eu falo para as pessoas: ei, to viva! É o que importa, não? Eu sei que enfio os pés pelas mãos, às vezes. Ah! Tá... eu não tive arma na cabeça. Tadinha da Carô, isso assusta e deixa a gente traumatizada. Se ela precisar, diga que estou aqui.