domingo, 23 de dezembro de 2007

Sábado foi o último dia de apresentação do auto de Natal. Tô podre, cansada mas tô muito feliz por ter feito esse trabalho, mesmo com todas as confusões ( to falando dos meus filhos ).
Campos de Jordão parece ser uma cidade linda, mas eu não vi. Só sei dizer do local onde a carreta foi montada e esse local era perto do nada, do lado de lugar nenhum. Pra completar a merda, não houve divulgação na cidade e fizemos o espetáculo pra cinquenta pessoas somente.
Mas foi aí em Campos do Jordão que teve o primeiro bêbado de praça. Sempre tem! E esse era animadíssimo. Quando viu a avó em cena, deu tchauzinho. Como ela não respondeu, fez o sinal da cruz e se ajoelhou. Vai saber o que passava naquela cabeça grogue. Na hora de pegar o peru - coitado desse peru, só se fode - ele não sou agarrou o ator, como deu uma carcada muito da bem dada na bunda dele. O peru até miou! que que é isso companheiro? Uai, não é Natal? Não é pra pegar o peru?
Na hora que acaba o espetáculo o bebum vem pra mim, todo emocionado:
-Menina, que felicidade te ver cantar - e me tasca um abraço apertado que quase me quebra as costelas. Ele fedia a cachaça e a suor - Quem diria, hein? Quem diria que eu ia encontrar a Ivete Sangalo aqui! Ninguém vai acreditar, né, Ivete?
- É verdade. Quem diria?
E deixei um bêbado muito feliz achando que viu, ouviu eabraçou a Ivete Sangalo.
Quem diria...
Na volta, dentro do ônibus, eu começo a sentir umas pontadas realmente fortes na barriga. Minha mente fértil acredita que é uma crise de apendicite. Claro. Se é para ter dor, que seja de algo sério. Fiquei lá gemendo e respirando, tentando controlar a dor que não passava.
-É cólica? Não? Então são gases.
Ouvi a declaração de amor mais torta desse mundo. " Pode peidar! Peida a vontade que eu digo que fui eu!"
Eu não sabia se chorava, se ria. No fim, tomei um buscopan e dormi a viagem inteirinha, chapada de buscopan.
Chegamos em Campinas as três da matina e ao meio dia já estávamos no ônibus outra vez para ir para Registro.
Um engarrafamento dos infenos. Um caminhão acertou o retrovisor do õnibus e uma chuva de espelho quebrado cobriu a estrada. Que susto!
Que local lindo nos apresentamos.!Uma praça maravilhosa ao lado do Rio Ribeira e uma lua cheia iluminava os céus. Último dia de espetáculo.
Eu olhando aquela multidão. Muita gente. Os olhos das pessoas brilhavam. As gargalhadas me emocionavam. Eu vi ali, naquele momento, como é importante ser cigarra. Ver aquelas formigas todas rindo, esquecidas de seus problemas, de seus sofrimentos me deu um acalanto imenso e eu agradeci por ser artista.
Eu e Ugo trocando nossos olhares que são conversas inteiras sem uma única palavra, sorrindo felizes por estar ali. A banda já acertada. Os adolescentes tão felizes e seguros. A equipe técnica me pedindo um cd meu para que eles não esquecessem da minha voz. As caixeiras unidas nos oferecendo pequenos presnetes que elas fizeram durante todos os dias, durante as viagens.
Foi quinze dias de contato direto, de correria, de histórias, de sufoco para mim. Foram quinze dias de teatro, de música, de empolgação, de riso e de parceria.
No fim deste tempo todo se cria laços com as pessoas. Afeto.
Eu adorei este trabalho.
Adorei e agradeço aqui tudo que eu tive.
Muito, muito obrigada Teatro de Tábuas por ter me convidado para esse espetáculo. Fechei meu ano com chave de ouro e to muito feliz.

7 comentários:

Anônimo disse...

Minha querida amiga,
Eu aqui de longe torço sempre por você. Acompanho suas vitórias, suas batalhas e vibro junto contigo.
Muito me alegra te ver assim, feliz e realizada.
Muito me alegra ver que ama e é amada e que tem gente que pode cuidar de você nessas horas de apuros.
Suas conquistas são uma forma de estímulo, não só para mim, mas para todos que vêm aqui.
Li o blog durante todo este ano; Chorei te lendo. Gargalhei. Torci e quis brigar junto com você.
Mesmo tão de longe, fui tua companheira e tua cúmplice.
Conte sempre comigo, minha amiga.
Sempre!

Anônimo disse...

Tatiana, foi um prazer conhecer o seu peru, entende, né? cara boa ele tem e até parece tenro....
Acho que senti, aqui, o que deve ter acontecido com vocês nesta roda toda e o seu texto trasncreve o real.
Ri muito com o bêbado e pode acreditar que este será o melhor Natal da vida deste ser (Ivete esteve com ele e ninguém pode negar).
Felicidade é o que se vê na cara cançada de todos, felicidade.

Um ótimo final de ano.
Agora é a hora da mãe artista se redimir e ser só mãe, estar perto por inteira, imagino que suas crias estejam precisando disto e você também!

fico fora do Brasil por um tempo mas assim que retornar ou assim que conseguir um PC, te "vejo".

QUE VENHA 2008!!!!!!
PAZ!
LUZ!

Morini

Tatiana disse...

Geu

Eu sei disso. Querida.
A recíproca é verdadeira!

Tatiana disse...

Morini
Foi um prazer imenso te receber por aqui.
Para você também um fim de ano caprichado e um ano novo mais wue especial.
Beijo grande!

Túlio disse...

Não é a Ivete?!?!?!
Meu mundo caiu...

Tatiana disse...

Túlio
hahahahhahahahahahah
Se caiu, aprenda a levantar!
Não é a Ivete!

Anônimo disse...

Que bom, Tatiana!
Hahahahaha! Ri muito com a história da Ivete! Ui, nada a ver!!! rs...
Um feliz Natal procê!
Beijão!