sábado, 31 de dezembro de 2005

Último dia do ano

Hoje tirei o dia para limpar a casa e a alma. Vasculhar cada cantinho obscuro de mim e iluminar, passar pano, lustra-móveis, água de cheiro, deixando assim aquele ar de coisa nova e limpa.
Na magia feminina, naquela alquimia que nós, mulheres, sabemos fazer, fui varrendo para longe de minha casa, dos meus e de mim mesma tudo aquilo que eu não queria mais, que já não era mais útil, que era passado, velho, cansado. Cada pá de lixo era um peso que se ia. Cada pano que eu passava lustrava meu futuro de brilho renovado e eu ria feliz.Lavei cachorros, carro, banheiro, cozinha, roupa, tudo limpo, tudo lindo, tudo novo pra mim.
E agora, cansada e feliz, olho o ano que morre elegantemente e digo: obrigada!
Muito obrigada pelas batalhas que venci. Obrigada pelas batalhas que perdi mas que não me fizeram parar. Obrigada por todos esses amigos novos que apareceram, alguns sequer conheço o tom da voz, mas que estão aqui, me dando força, alimentando meu espírito de artista e dizendo vai!
Meus velhos amigos...obrigada por tê-los ainda.
Obrigada por ter uma casa para limpar, por ter uma família para cuidar e mimar. Bocas ávidas por todos os quitutes que eu possa fazer e eu, assim, seguir na mesma trilha de tantas mulheres que também cuidaram daqueles que amam.
Obrigado pelo abraço noturno, pelo carinho que aqueceu no inverno e refrescou no verão.
Obrigado por estar aqui e poder dizer ao mundo que estou feliz e satisfeita porque mais um ano se passou e eu estou cheias de marcas dessa passagem. Mais rugas que carrego com orgulho, como marcas de guerreiro, lembranças de minha batalha. Mais serena, mais atenta, mais doída, mas velha e ainda mais mulher.
Não posso reclamar porque venci. Tô aqui, não tô?
Tô aqui e tô feliz porque esse mundão todo é meu e meus pés batem no chão esperando a nova jornada. Meus olhos já estão fitando o horizonte porque eu tenho fome do novo.
E que ele venha me emprenhando de mais coragem e força!
Quem venha o filho nascido do tempo! E que me olhe nos olhos e eu não estremeça e sim sorria.
O ano que entra é o ano regido por Saturno, o Velho. O Tempo. Venha.

Porque tudo aquilo que é feito com tempo, o tempo respeita.
Ouvi isso de Angélica e não esquecerei jamais. Da Vinci disse, mas serve até hoje.

Márcia,
O que seria da vida sem partilha????
Vamos partilhar.
Um beijo grande pra vc e feliz 2006.

Vanessa Ariadne,
Minha querida escritora, foi tão bom acompanhar tuas escritas. Tão bom achar outra irmã, outra como eu.

Tantos aqui que me fizeram tão feliz.
Pedros, Dora, Dani, Márcio, Ronaldo, Bruno Ribeiro, Marina, Renata, Lili, Paulinha, Rafael, Lara, Vanessa, Cirineu, Bruno Pentelho, Neumar,Nothingness,Leninha, Paula, Milton, Click e aqueles que entram mudos e saem calados.

Todos parceiros deste mundo blogueiro. Vocês que me estimulam cada dia a escrever e estar aqui. Nós, um bando de malucos solitários, soltando o verbo em catarse, insanos, malditos, românticos, poéticos. Somos uma tribo que é um grande enlace de palavras e desvaneios.
Obrigada a vocês também.

4 comentários:

Márcia Nestardo disse...

Oi Tatiana. Fico feliz pra caramba por estar fazendo parte do seu mundinho.
Vou contar. Também fiz uma faxina hoje... não da casa. Uma coisa mais... maternal. Adivinha? Tirei piolhos da cabeça do meu guri!!!
Eu sei, eu sei, nada muito poético. Mas depois do banho o pequeno me deu um beijo e falou: Obrigado mamãe, aqueles bixinhos já tavam me incomodando.

Posso? Me senti a mãezona.

É. Outros bixos vão povoar aquela cabecinha, qualquer dia desses... Só espero que o carinho da mamãe tenha ensinado a não tolerar abusos, e se inconformar sempre contra todos os parasitas que povoam nossas vidas, nossas mentes.

Um 2006 DAQUELES pra você, pros teus amados, e pra todo mundo que quiser partilhar da esperança.

Vanessa Anacleto disse...

Feliz ano novo !!!!!

Estamos aqui gritando : Vai, Tatiana!!!!

Beijão

marcio castro disse...

so homi mas posso opinar né? e tbm compartilhar.

limpei tudo no natal, e fez um bem danado. parei, assisti a três filmes chorei feito cachorro (cachorro chora demais pra eu comparar um choro com isso), ri pra caraca, saí, fiquei em casa, sem a menor pretenção.

e uma boa passagem fazer tudo isso

feliz ano novo querida.

Anônimo disse...

Minha faxina foi mental. Me banhei das últimas ondas do dia 31 e depois peguei as primeiras de 2006. Isto sem esquecer que Iemanjá merece, como toda a mulher, de flores e carinhos. Acho que comecei bem. De roupa velha. Mas de camisa amarela. Para chamar o vil metal, que só é vil de verdade quando nos dá cano, a cada mês, no final.
Boa faxina!
Ronaldo