domingo, 16 de outubro de 2005

UM DIA DE MODELO PARA MIM

10/10/2005 publicado no weblogger


Acordo.
15 minutos na fila do banheiro. Minha casa está povoada por mulheres. Milhares de mulheres saem de todos os vãos da casa. Fujo para o trabalho. Dois compromissos. Um as onze em Valinhos, outro as duas e meia em Campinas. O telefone toca. Hoje não tenho como como ir a OUTRA fase de seleção. Mil desculpas. Bosta. Lá se vai o emprego novo. Volto pra casa. pego as mulheres. Multiplas. Muitas. Despacho no aeroporto. Volto. Pego estrada pro lado errado. Acho Valinhos, me perco de novo. O telefone toca. Não se esqueça que tem foto hoje para o outdoor de lançamento so selo. Aii, tinha esquecido. Meu cabelo tá um nojo! Me perco mais uma vez. faço a visita. vendo o plano. Volto correndo e levo meu filho meia hora atrasado na escola. Entro em um salão.Meu estômago é uma motor de fusca velho. Peço uma marmita. Como, o alumínio me queimando as mãos, o calor do secador me queimando o cucuruco, e a sádica , disfarçada de cabeleireira, me arranca o cérebro, fio por fio. Saio voando para a outra visita. Vou linda e esvoaçante com meu cabelo de pantera para uma visita. São tão prolixos esses clientes!!!! aiiii....o cara do outro emprego liga d enovo. Tenho certeza que hoje eu não posso mesmo! Tá uma loucura!! Saio correndo, me perco pra encontrar o caminho que sempre faço. Pego o namorado para ele pegar meu filho caso eu atrase. meu cabelo de pantera está começando a despencar e está mais pra jaguatirica. Me perco de novo procurando o estúdio. A bichinha me agarra, me joga na cadeira, puxa os últimos fios de sombrancelha rebeldes, mete tinta em todos os meus poros, vira o cabelo pra cá, pra lá, pra cima, pra baixo, litros e litros de alguma coisa que deixa meu cabelo duro e agora sim, completamente pantera. Com susto.Meus cílios devem pesar dois quilos com tanto rímel. Sento no banquinho, Olhe pra lá, pra cá. Séria agora. Agora ria. Agora ria e abra este olho! Agora feche o olho e abra os lábios. Mais pra lá. Suba o rosto. Ria, menina! Vire pra cá. Tá bom...agora tá mal...uma caimbra lábial me consome as entranhas. Os flashs vão me deixando cega e Mister Magoo é meu alter-ego. Vejo as fotos na digital. Aiii. tem uma dobra escrota aqui em baixo. O fotógrafo jura que vai tirar. Eu finjo que acredito. Minha boca tem um sorriso congelado. Meus cílios estão grudados nos de baixo. Meu cabelo colou no pescoço. Minha bunda dói de tanto banquinho. To atrasada pra pegar Matheus na escola. A bichinha grita linda linda linda...eu rio de volta, mas ninguém percebe porque o sorriso tá sempre ali.Ai..tem que pegar as irmãs de Silo antes...mais atraso! O sorriso começa a escorrer junto com o rímel e com meu cabelo. Me sinto lindamente horrorosa... Gisela..você sofre pra cacete...

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